O Movimento Escola Pública (MEP) considera que se trata de “uma adesão extraordinária a esta causa mais do que justa e necessária”. De facto, a comunicação social tem dado eco e força a esta iniciativa que vai somando apoio entre professores, alunos, pais, sindicalistas e investigadores da área da Educação. Entretanto, o Governo rejeitou publicamente, esta terça-feira, a redução do número de alunos por turma como forma de melhorar o aproveitamento e a disciplina nas escolas, alegando dispor de dados que contrariam os argumentos da petição lançada pelo MEP, anunciou o secretário de Estado da Educação, João Mata. Citado pela Lusa, o secretário de Estado afirmou que a petição, que já recolheu mais do que as assinaturas necessárias para ser discutida no Parlamento, se baseia numa "ideia falsa" e "fortemente ancorada no senso comum". "Olhando para o sistema educativo no seu conjunto, para as cerca de 60 mil turmas existentes no ensino público, verifica-se que não existe uma correlação entre a dimensão das turmas e os resultados dos alunos", disse. Segundo o governante, os alunos não têm melhor aproveitamento escolar nas turmas mais pequenas. João Mata informou também que o país já tem quase 36 mil turmas com 21 ou menos alunos. "Temos 60% das turmas que têm no máximo 21 alunos, quando sabemos que o intervalo de referência para a constituição das turmas é 24 a 28", sustentou. No que respeita à relação entre o número de professores e o número de alunos, o secretário de Estado indica que em Portugal "para cada professor no Ensino Secundário existem oito alunos". Por sua vez, o MEP considera que o principal argumento apresentado, que diz que os alunos não têm melhor aproveitamento escolar nas turmas mais pequenas, é uma “forma surpreendente” dos responsáveis do Ministério de Educação “tentarem fugir à realidade”, esclarecendo que o objectivo não é reduzir o número médio de alunos por turma mas sim o número máximo. O movimento clarifica que quase todas as turmas pequenas em Portugal são constituídas a partir de alunos que já têm um historial grande de dificuldades: ou são turmas dos cursos profissionais - muitas vezes atirados para esta solução de recurso devido ao insucesso, ou são turmas das escolas TEIP, precisamente de bairros economicamente muito desfavorecidos, onde o insucesso é muito comum, ou são simplesmente turmas de repetentes. “De facto, muitas das turmas pequenas que existem hoje são constituída por alunos que não fizeram o seu percurso escolar normal”, afirma o movimento em comunicado, acrescentando que “presumir que estes alunos, mesmo em turmas mais pequenas, pudessem recuperar os anos perdidos, é uma ilusão”. Além disso, o movimento argumenta que se essas turmas pequenas existem, como nas escolas incluídas no programa TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), é porque “há um reconhecimento do Estado de que se trata de uma medida favorável ao sucesso escolar”. Por outro lado, o MEP explica que muitas das turmas pequenas se concentram também no 11º e 12º anos porque no 10º ano, com turmas de 28 alunos, e com todas as dificuldades que já vêm de tantas turmas grandes nos anos anteriores, grande parte dos alunos desiste de continuar a estudar. “O 10º ano é um ano de selecção em que só "os melhores" mantêm o percurso escolar até ao final do secundário”, conclui o movimento. Os promotores da petição pretendem “mudar esta realidade”, considerando que as medidas propostas trarão reflexos a médio prazo no sucesso escolar, principalmente se for aplicada a partir do Jardim de Infância e do Primeiro Ciclo. Por isso levarão a discussão desta propostas à Assembleia da República com o objectivo máximo de combater o insucesso escolar e melhorar a qualidade da escola pública. “Qualquer professor, mas também qualquer cidadão não professor, compreende que com turmas muito grandes é impossível um ensino mais humano e mais eficaz”, dizem, acrescentando que todos os professores convivem diariamente nas escolas com turmas de 28 alunos e sabem “como se torna difícil o seu trabalho”, para além dos encarregados de educação e dos alunos que “sabem o mesmo”. “Só o governo parece não querer ouvir”, sustenta o movimento. No entanto, conforme aponta Paulo Guinote, do blogue “A Educação do Meu umbigo”, o Governo surge peremptório nas sua opiniões acerca das medidas propostas pela petição, por via das declarações do Secretário de Estado, mas a própria Ministra da Educação Isabel Alçada dá sinais de pouco entendimento da tutela sobre a situação. A Ministra também recusou a ideia da diminuição do número de alunos por turma, argumentando com os estudos que demonstram que o país tem um número de alunos por turma que permite um trabalho efectivo: “Quando as turmas são muito pequenas, os resultados de aprendizagem são piores quando as turmas têm, por exemplo, 20 alunos. Isso causa perplexidade e incompreensão, mas é um facto que está estudado e comprovado”, referiu. Neste sentido a Ministra acompanha o conteúdo das propostas incluídas na petição que não solicitam a redução do número de alunos por turma para 10 ou 15, mas para 22 nos ensinos Básico e Secundário, “o que até está acima do limiar exemplificado por Isabel Alçada”, comenta o professor Paulo Guinote. |
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Quase 10 mil assinaturas pela redução de alunos por turma
Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde
Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente
Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente
à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena
O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.
Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.
Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.
Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.
Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.
Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.
Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.
A Deputada
Rita Calvário
Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?
Comunicado de Imprensa
Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR
Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena
O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.
Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.
Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.
A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.
Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.
A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.
No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.
No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.
Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.
Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.
O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.
A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena
Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República
Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.
O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.
Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena
Carta à AUSTRA
INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.
Sem comentários:
Enviar um comentário