"Se não houver reformas, é inevitável um novo desvario financeiro e o recrudescimento do processo que provocou a crise actual. Com consequências porventura muito mais graves. E com o risco de colapso do sistema actual sem a existência de um modelo alternativo. Uma espécie de queda do Muro de Berlim ao contrário. Sem nada de um lado e do outro", afirma Alegre, após defender que "é urgente um novo paradigma e uma nova regulação financeira global que, entre outras coisas, ponha termo à desvergonha especulativa, ao poder excessivo das agências de notação de dívida e à criação de produtos tóxicos".
O candidato presidencial diz que a resposta da UE ao ataque especulativo foi "uma espécie de ultimato a vários Estados, entre eles Espanha e Portugal". Já quanto às medidas do governo e do PSD para obedecer ao plano da UE, Alegre diz que "é necessário que sejam explicadas com clareza, verdade e rigor. Sem pedidos de desculpas nem evasivas". E pede garantias de que são "transitórias e serão completadas por outras que tenham em conta a economia e abram perspectivas ao crescimento e ao emprego".
"Ninguém gosta de medidas que vão penalizar os portugueses como o imposto sobre o trabalho e sobre o consumo e a redução de algumas prestações sociais como o subsídio de desemprego. O problema está em saber se havia alternativa", prossegue o candidato antes de defender o "alargamento do diálogo" parlamentar e social e que o plano para as finanças públicas "seja acompanhado por um plano para a economia, tendo em vista o crescimento e o emprego".
"Portugal sozinho não pode mudar o mundo. Mas pode pensá-lo e pensar-se numa outra perspectiva, para que não se entre num novo ciclo de austeridade, recessão, mais austeridade, mais recessão e mais desemprego", conclui o candidato presidencial.
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