Segundo as mais recentes estimativas do governo americano, o derrame acumulado ao longo de 37 dias pode ser duas vezes maior que o do Exxon Valdez, o petroleiro que embateu num recife no Alasca, em 1989. Estas estimativas, contudo, podem ser conservadoras.
Para reduzir os impactos negativos do petróleo, a BP utilizou grandes quantidades de dispersantes químicos, que decompõem o petróleo em partículas mais pequenas de forma a acelerar a sua degradação. Os dispersantes, contudo, são extremamente tóxicos e a Agência de Protecção Ambiental dos EUA acabou por limitar a sua utilização.
O mar do Golfo do México demorará décadas a recuperar do desastre ambiental. Neste momento, a extensão dos danos depende em grande parte das correntes, tendo já cientistas alertado para a eventualidade de agravamento dos danos em resultado da forte temporada de furacões que se aproxima.
A BP, empresa que se tem retratado como ambientalmente correcta, sai deste desastre com a imagem fortemente afectada. O acidente não só expõe as consequências do seu desinvestimento em segurança mas também demonstra como nunca concebeu um plano credível de resposta a derrames de petróleo.
Manchada está também a imagem do governo dos EUA. A administração Obama pretendeu distinguir-se da administração Bush levando mais a sério a preservação do ambiente mas o desastre ambiental tornou claro que o conluio entre governo e petrolíferas continua a ser forte. A prová-lo está o facto de a BP ter sido isentada de efectuar um estudo de impacto ambiental detalhado das suas actividades no Golfo do México.
Schwarzenegger, governador da Califórnia, anunciou já a sua oposição à expansão da exploração de petróleo offshore, revertendo a sua posição anterior. Obama, contudo, insiste na necessidade de explorar mais poços de petróleo no Golfo do México, prometendo que acidentes como este não se repetirão no futuro.
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