sexta-feira, 20 de maio de 2011

A carta ao FMI que o governo não quis traduzir

O “Memorando de Políticas Económicas e Financeiras”, enviado pelo governo ao FMI, foi agora traduzido pelo blog Aventar. Trata-se da famosa carta citada por Francisco Louçã no debate com Sócrates que fala numa “redução significativa das contribuições patronais para a segurança social”.
Ilustração do blog wehavekaosinthegarden
É o verdadeiro programa dos partidos que com ele se comprometeram (PS, PSD e CDS). Ilustração do blog wehavekaosinthegarden
O memorando ao FMI foi enviado ao mesmo tempo que o “Memorando de Entendimento Sobre Condicionalismos Específicos de Política Económica ”, entregue às instituições europeias. Nenhum dos dois,ao contrário do que o primeiro-ministro cessante chegou a dizer na televisão, foi jamais traduzido pelo governo. Trata-se, aliás, de documentos difíceis de encontrar e, por estarem em inglês, dificilmente chegam ao conhecimento da generalidade dos portugueses.
O blog Aventar, prestando um verdadeiro serviço público que as instituições públicas se negaram a fazer, traduziu o memorando dirigido às instituições da UE, e agora a carta ao FMI.
É um documento de leitura obrigatória. Trata-se dos compromissos que o governo português assume em troca do empréstimo recebido. Tendo um conteúdo semelhante ao outro memorando, este, que foi dirigido ao FMI, é mais específico em muitos aspectos.
O já famoso exemplo da Taxa Social Única é paradigmático. José Sócrates voltou a dizer nesta quinta-feira que tem "as maiores dúvidas" sobre uma descida ambiciosa da TSU, e reafirmou que o que está previsto no memorando da 'troika' é o estudo da medida. Ora o que está realmente escrito é: “39. Um dos principais objectivos do nosso programa é incrementar a competitividade. Isso implicará uma redução significativa das contribuições patronais para a segurança social. Esta medida será totalmente calibrada aquando da primeira revisão.” (o sublinhado é nosso). Mais claro impossível.
O Memorando é de leitura obrigatória porque é o verdadeiro programa dos partidos que com ele se comprometeram (PS, PSD e CDS), e também porque é mais específico e detalhado. Alguns dos compromissos:
  • Congelamento das pensões até 2013, com a cobrança de uma contribuição especial sobre as pensões acima de 1.500 € a ser introduzida em 2012;
  • Política de substituição de apenas uma parte do pessoal,reduzindo o número de funcionários no governo central em 1 por cento nos anos de 2012 e 2013 e reduzindo anualmente 2 por cento no emprego na administração pública regional e dos municípios;
  • Maior controlo na atribuição de garantias sociais para fazer poupanças em benefícios não contributivos da Segurança Social;
  • Redução dos custos na educação;
  • Cerceamento de transferências para os governos [câmaras] locais e regionais, outras entidades e órgãos públicos e estatais;
  • Reforço do IMI, por uma reavaliação dos valores de propriedade a partir do segundo semestre de 2011 e por aumentos da taxa a partir de 2012;
  • Aumento dos impostos sobre veículos e sobre o tabaco;
  • Introdução de uma taxação sobre a electricidade a partir de Janeiro de 2012;
  • Revisão das isenções de impostos vai render 0,5 por cento do PIB;
  • Acelerar o nosso programa de privatizações. O plano já existente, que se estende até 2013, abrange os transportes (Aeroportos de Portugal, TAP e ramo de mercadorias da CP), energia (GALP, EDP e REN), comunicações (Correios de Portugal) e de seguros (Caixa Seguros), bem como uma série de empresas menores;
  • Ainda sobre privatizações: ir ainda mais longe, levando a cabo uma completa e rápidaalienação das acções do sector público na EDP e na REN, e esperamos que as condições do mercado venham a permitir a venda destas duas empresas, bem como da TAP, até ao final do 2011;
  • Identificar, no momento da segunda avaliação, mais duas grandes empresas para privatização até ao final de 2012;
  • Aumento das taxas moderadoras em Setembro de 2011, indexadas à inflação no final de 2011;
  • Redução substancial das isenções das taxas moderadoras até Setembro de 2011.
  • Reduzir o tamanho da administração pública em todos os níveis. O número de empregados do governo central será reduzido em pelo menos 1 por cento ao ano durante a vigência do programa, com pelo menos 2 por cento de redução a nível local;
  • Reorganização e redução significativa do número de municípios e de freguesias;
  • No caso de os bancos não poderem alcançar padrões mais elevados de capital podem, temporariamente, exigir a prestação pública de capital para os bancos privados;
  • Venda do ramo de seguros do grupo CGD, um programa para a eliminação gradual de todas as subsidiárias não nucleares e, se necessário, uma redução de actividades no exterior;
  • Reduzir a indemnização para todos os novos contratos para 10 dias por ano de trabalho, com 10 dias adicionais financiados pelo fundo de despedimentos dos patrões até Setembro de 2011;
  • Apresentar uma proposta de revisão dos direitos ao pagamento de indemnização de empregados actuais em consonância com a reforma para novas contratações no final de 2011, sem os direitos já acumulados;
  • Preparar até ao final de Dezembro de 2011, uma proposta que visa introduzir ajustamentos aos casos de despedimento individual comjusta causa;
  • Reduzir a duração máxima dos benefícios do seguro desemprego a um máximo de 18 meses e limitar as prestações de desemprego a 2.5 vezes do índice de apoio social;
  • Apresentar um perfil de diminuição de benefícios após seis meses de desemprego;
  • Redução significativa das contribuições patronais para a segurança social.
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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.