“Renegociar a dívida é sensatez, é prudência, disse, lembrando as projecções do Banco de Portugal que anunciam a maior crise económica de sempre, sem precedentes. “Como nós, as pessoas sabem que proteger juros agiotas é atacar os salários, os reformados, os precários, é a destruição do país”.
Lembrando que estamos a 2 semanas do dia da decisão, Francisco Louçã afirmou que quem decide não são as sondagens, nem as clientelas, nem os interesses. E quem decide, disse, já conhece as proposta e as razões da esquerda de confiança: pelo emprego, pela Segurança Social, contra pobreza, o défice fiscal, por menos endividamento na agricultura e na energia, menos desigualdade, proteger a educação e saúde públicas.
Por isso, Louçã insistiu na ideia que a 5 de Junho, a decisão é “entre um governo de esquerda e um governo nenhum”, porque, explicou, do outro lado não há nenhum governo, há sim uma coligação pelo desemprego, pela bancarrota, de ataques aos salários e às pensões, pelo trabalho precário, pelo desastre do país”. A decisão a 5 de Junho é contra a “aventura irresponsável” da troika e de José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas, enfatizou.
Para o Bloco, é o desmantelamento da Segurança Social que está no seguimento das políticas impostas pela troika, com o acordo do Governo e do PSD e do CDS. Louçã criticou Sócrates e Passos Coelho por “não terem dito uma palavra sobre a arrogância da Sra. Merkel”. Não disserem, acusa, porque estão “dispostos a tudo e a perder a essência da democracia que é a Segurança Social”. “Silêncio é compromisso”, rematou.
O coordenador nacional do Bloco acusou PS, PSD e PS de fazerem uma campanha vazia, baseada no medo, “só pensam em si próprios”, disse. “O CDS só discute se fará governo com o PS ou com PSD, garantindo para si próprio o lugar de primeiro-ministro do ministério do congelamento da pensões, ou do ministério dos jovens descartáveis”.
Governo assegurou 10 mil milhões a mais para os concessionários da SCUTs
Louçã apontou também uma contradição a José Sócrates que diz que não negoceia juros, referindo-se aos juros “agiotas” dos empréstimos do BCE e FMI, mas já assegurou um suplemento de 10 mil milhões de euros aos concessionários da SCUTs. Louçã citou um relatório que o Tribunal de Contas está a preparar e que refere que o negócio das portagens nas SCUTs foi um “negócio ruinoso”.
Sócrates disse não saber quem são os “Donos de Portugal”, mas Louçã diz que é fácil saber: “Sr. Eng. José Sócrates, abra a sua agenda e veja os nomes dos empresários com quem se encontrou para assegurar aquela renda extra de 10 mil milhões de euros. Esses são os donos de portugal, donos do desemprego, da desigualdade, da pobreza”.
O Bloco quer construir um governo de esquerda, disse Louçã. A luta do Bloco chama-se “justiça” e vai ser ouvida “todos os dias e por todo o lado, entre todos os que querem salvar a economia, em nome do emprego, do Estado social, da educação e da saúde”. “Falamos para toda a esquerda porque toda a esquerda, grande como sempre, chama-se justiça”.
“Precários de todo o país, uni-vos”
A deputada e segunda candidata do Bloco por Lisboa, Ana Drago, também interveio na iniciativa em Lisboa e comentou o debate entre Sócrates e Passos Coelho, “uma espécie de ópera-bufa”. “Sócrates acusou o PSD de querer acabar com o SNS, ele que foi o homem que introduziu as taxas moderadoras nas cirurgias”, disse, e continuou “já Passos Coelho criticou Sócrates por ter reduzidos os apoios sociais, ele que aprovou com Sócrates os PEC's que cortaram os apoios sociais.”
Ana Drago também criticou a proposta do CDS que quer garantir que os pobres só comprem comida, “para não gastarem dinheiro em chocolates e playstations”, ainda que Paulo Portas tenha gasto mil milhões de euros em submarinos enquanto foi ministro da Defesa. “Há um consenso entre todos para um país mais pobre”, disse, acrescentando que o Bloco “recusa a política da catástrofe”.
Luís Fazenda sublinhou a “luta pelas liberdades” que sempre pautou a acção do Bloco”, dizendo que os bloquistas já conseguiram inscrever novos direitos na sociedade mas querem inscrever mais, como o direito a uma morte digna ou o voto para todos os imigrantes.
O deputado e candidato do Bloco defendeu que as unidades à esquerda têm de ser largas, “para o Bloco a unidade não é soma, é multiplicação” e enfatizou a luta dos trabalhadores precários, “onde está a renovação do sindicalismo”. Lembrou também que o Bloco nasceu contra os impérios e assim continua. Referindo a proposta do Bloco de redução para um ano da duração dos contratos a prazo, Fazenda terminou o seu discurso dizendo “precários de todo o país, uni-vos”.
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