O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, expressou por seu turno, a vontade de que o chefe do FMI continue a ser europeu caso seja necessária uma substituição do actual. Os ministros da Alemanha e de França pronunciaram-se no mesmo sentido alegando que a Europa está perfeitamente em condições de assegurar o lugar, que não deve ir para um país emergente. Não se põe, por ora, a questão de ser um norte-americano porque isso já acontece no Banco Mundial.
No âmbito dos trabalhos, os ministros deram o seu aval ao resgate de 78 mil milhões de euros criado para Portugal pela troika formada pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu e já acolhido em Lisboa pelo governo interino e por PS, PSD e CDS. Portugal parte para a aplicação destas medidas com uma dívida externa de 93 por cento do PIB, segundo o Eurostat.
O conselho ministerial adoptou mais uma verba de 1580 milhões de euros de “ajuda” à Irlanda para reforçar a anterior e em troca de novas imposições de austeridade aos irlandeses.
Perante os resultados trágicos da Grécia ao fim do primeiro ano de aplicação das “ajudas” do FMI, os ministros das Finanças começaram por manifestar algumas divergências sobre as medidas a impor a Atenas uma vez que a situação se agravou globalmente. A convergência acabou por ser feita em torno das obrigações impostas ao governo de Papandreu para acelerar os planos de reformas estruturais e da política fiscal e, sobretudo, da concretização urgente do programa de privatizações. Atenas manifestou inquietação sobre os efeitos de tais medidas no país, que está em intensa convulsão social, mas a questão não foi levada em conta, entendida como um assunto do âmbito da actividade governamental. No quadro da “reestruturação do perfil” da dívida envolvendo bancos credores, como foi defendido pela Alemanha, foi discutida a possibilidade de um reescalonamento de modo a permitir à Grécia ganhar tempo sendo que as perdas dos bancos nas relações com Atenas registadas durante esses períodos não serão registadas nos seus balanços.
A Grécia partiu para a aplicação do plano da troika com uma dívida externa de 115 por cento do PIB; ao cabo de um ano a dívida subiu 143 por cento do PIB.
Artigo publicado originalmente no site do grupo parlamentar europeu do Bloco de Esquerda
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