sábado, 18 de dezembro de 2010

Ocidente evita tratado sobre direitos de migrantes

Secretário-geral da ONU apela a países ocidentais para que ampliem a vigência da Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migratórios e de seus Familiares. Por Thalif Deen, Envolverde/IPS.
Países ocidentais abrigam mais de 215 milhões de imigrantes. Foto European Parliament, Flickr.
Países ocidentais abrigam mais de 215 milhões de imigrantes. Foto European Parliament, Flickr.
A Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou o Dia internacional do Migrante fazendo uma exortação no sentido de ampliar a vigência de uma Convenção de 1990 que protege os direitos destas populações, num momento em que uma onda de xenofobia se estende pela Europa e pelos Estados Unidos.
O apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, foi dirigido principalmente aos países ocidentais, que abrigam mais de 215 milhões de imigrantes e se negam a ratificar o tratado que os obrigará a oferecer segurança e protecção aos trabalhadores estrangeiros. “A situação irregular de muitos migrantes não os priva de sua humanidade nem de seus direitos”, disse Ban.
A Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migratórios e de seus Familiares foi assinada em 1990 e entrou em vigor em julho de 2003, com a ratificação de 20 países, a maioria deles fonte de trabalhadores emigrantes, como Argélia, Egipto, Filipinas, Gana, Marrocos, México, Sri Lanka e Turquia.
Entre os países ocidentais que evitam este tratado estão vários dos maiores receptores de população estrangeira, como Alemanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Itália. Num documento de 48 páginas, divulgado na sede da ONU em Nova York, a organização humanitária Human Rights Watch (HRW) pediu aos governos que em 2011 se dediquem a melhorar as medidas de protecção dos imigrantes, por exemplo, ratificando a Convenção.
Muitos governos agravam as coisas com políticas que exacerbam a discriminação ou que impedem os imigrantes até mesmo de recorrerem às autoridades em busca de ajuda, disse a pesquisadora da HRW, Nisha Varia, especializada em direitos das mulheres. As políticas migratórias e a falta de protecção legal colocam os imigrantes em maior risco de abusos, como exploração do trabalho, violência, tráfico de pessoas, maus-tratos e torturas quando são detidos, e até assassinatos, alertou Nisha. E estes países oferecem pouquíssimos recursos para reclamar justiça, acrescentou.
A crescente fobia contra os estrangeiros é evidente em boa parte da Europa ocidental (Alemanha, França, Itália e Suíça) e também nos Estados Unidos. À pergunta da IPS sobre a queda na remessa de dinheiro que os trabalhadores enviam para suas famílias, causada no último ano pela crise económica mundial, Nisha insistiu que “os governos devem proteger os direitos humanos dos migrantes sem se importarem se suas contribuições aumentam ou diminuem”. Além disso, combater infracções dos direitos dos direitos dos trabalhadores muito comuns, como o não pagamento de salários, tem efeitos económicos positivos, completou.
Em tempos de penúria, a população de um país pode culpar os estrangeiros de ficarem com os seus empregos, mesmo tratando-se de trabalhos que ela não esteja disposta a executar, disse Nisha. Por isso, “os governos devem enfrentar os sentimentos xenófobos que levam à discriminação e à violência”, acrescentou a especialista da HRW. Segundo o Banco Mundial, as remessas de dinheiro feitas pelos trabalhadores imigrantes para os países em desenvolvimento chegaram a US$ 278 bilhões em 2007 e a US$ 325 bilhões em 2008, mas no ano passado caíram para US$ 307 bilhões.
Os países mais afectados foram Moldávia (leste europeu), Quirguistão e Tajaquistão (Ásia central), onde a queda da renda por remessas representou entre 8% e 16% do produto interno bruto, segundo o informe “Situação Económica Mundial e Perspectivas 2011”, divulgado parcialmente no dia 1º e que será apresentado integralmente na primeira semana de janeiro.
Em várias nações centro-americanas e caribenhas, entre elas o Haiti, o impacto da redução de remessas ficou entre 1% e 2% do PIB, enquanto em países do sudeste europeu oscilou entre 2% e 3%. Contudo, o Banco Mundial adianta que os números finais de 2010, que serão computados no final do mês, estariam na casa dos US$ 325 bilhões. Espera-se que esta tendência de alta continue para chegar em 2012 com US$ 374 bilhões.
A HRW afirma que muitos países dependem da mão-de-obra estrangeira para realizar trabalhos mal pagos, perigosos ou informais. Além disso, na sua comunicação documenta situações de exploração dos trabalhadores e obstáculos para indemnizar imigrantes na agricultura, no serviço doméstico e na construção nos seguintes países: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Indonésia, Malásia, Cazaquistão, Kuwait, Líbano e Tailândia.
“Os sistemas de apoio à imigração de muitos países concedem aos empregadores um imenso controle sobre os trabalhadores e deixam estes presos em situações abusivas ou impossibilitados de reclamar reparações na justiça”, diz a comunicação. Nos Estados Unidos, centenas de milhares de pessoas são detidas durante meses, inclusive anos, por violarem normas migratórias de carácter civil. Sem direito a um advogado nomeado pelo Estado, quase 60% dos imigrantes detidos comparecem aos tribunais sem defesa legal neste país.
A HRW também afirma que, para os imigrantes com deficiências mentais, a falta de um advogado determina que não podem defender seus direitos. Alguns permanecem detidos sem justificativa durante anos. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirmou que muito frequentemente as contribuições que os migrantes dão à sociedade são questionadas ou ignoradas, pois muitos governos adoptam condutas reducionistas, apresentando-os como uma carga para economias debilitadas ou como uma drenagem constante dos serviços sociais prestados pelos Estados.
Um estudo divulgado este ano pelo University College London revela que os recém-chegados à Grã-Bretanha, procedentes da Europa oriental, pagaram, proporcionalmente, 37% mais impostos do que os benefícios que receberam dos serviços públicos no período 2008-2009. Muitos imigrantes também contribuíram com a assistência de saúde, como pessoal médico, de enfermaria e limpeza no Serviço Nacional de Saúde do país.
Nos Estados Unidos, os cidadãos naturais beneficiam com cerca de US$ 37 bilhões por ano, injectados na economia nacional pela actividade dos imigrantes, segundo o Conselho de Assessores Económicos da Presidência. Mais de um em cada dez trabalhadores autónomos dos Estados Unidos são imigrantes, segundo a OIM. Entretanto, apesar das provas, “poucos assuntos despertam reacções mais duras do que a migração”, disse o director-geral dessa organização, William Lacy Swing.
“Dos parlamentos até as ruas, passando pelas discussões na hora do jantar, acontecem acesos debates sobre o impacto dos imigrantes na identidade nacional, na segurança, no emprego, na saúde e nos serviços sociais, todos elementos que formam a fábrica da sociedade”, acrescentou William. Muitas discussões baseiam-se em emoções e mitos, e não em realidades sociais e económicas.
“As migrações, agora e no futuro, obedecem a tendências económicas, sociais e demográficas globais que já não podem ser ignoradas”, acrescentou o director da OIM. Uma das razões do seu acentuado aumento é a queda populacional nos países industrializados, que poderá chegar a 25% em 2050, afirmou William. Isto ampliará significativamente a demanda por trabalhadores migrantes enquanto a força de trabalho dos países em desenvolvimento passará dos 2,4 bilhões, em 2005, para 3,6 bilhões em 2040.
Nações Unidas, 16/12/2010 (IPS/Envolverde)

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.