segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Líbano mantém a expectativa sobre as fugas de informação

Telegramas dos EUA divulgados pela WikiLeaks tiveram no Líbano um efeito incendiário. Políticos libaneses negam desesperadamente ter passado informações aos americanos sobre o Hezbollah. Por Robert Fisk em Beirute
Outdoors do Hezbollah. Foto de ninjawil
Julian Assange pode alegar que a divulgação feita pela WikiLeaks de documentos dos EUA é para o bem do mundo, mas no Líbano tiveram um efeito incendiário. O partido Hezbollah está a utilizar os telegramas como prova do envolvimento das Nações Unidas com Washington – e assim, por extensão, com Israel – e os políticos negam desesperadamente que tenham passado informações aos americanos sobre o sistema de comunicações secretas do Hezbollah.
Durante semanas, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, tem denunciado a decisão do tribunal das Nações Unidas sobre o assassinato do antigo primeiro-ministro Rafiq Hariri como sendo uma conspiração americano-israelita. Diz ele que quem fornece informações de segurança aos americanos é espião israelita.
Os jornais de Beirute dedicaram páginas aos telegramas não censurados dos EUA, nos quais os funcionários libaneses revelaram os nomes de suspeitos de assassinato a diplomatas americanos, um acto que – neste país – pode acabar num caixão florido e lágrimas de crocodilo dos assassinos. Felizmente, a oposição no Líbano optou por aceitar as estranhas e inacreditáveis negativas dos envolvidos. Um surto de violência seria atribuído aos americanos, não à WikiLeaks.
As próximas acusações do tribunal das Nações Unidas – que podem ser misericordiosamente retardadas – já fizeram com que o governo de Beirute se dividisse em campos opostos. Agora os telegramas dos EUA revelam que as Nações Unidas têm, de facto, cooperado com os Estados Unidos, pedindo fotografias de reconhecimento aéreo do Vale de Bekaa e enviado amostras do ADN de Ahmad Abu Adass, o suspeito assassino do Sr. Hariri, para a sede do FBI para serem examinadas.
Um dos relatos mais prejudiciais é uma conversa entre Elis Murr, ministro da defesa Libanês e o então embaixador dos Estados Unidos, Jeffrey Feltman, que diz que o seu governo “interceptou conversas que ligam a Fatah-al-Islam (extremistas islâmicos que travaram uma guerra contra o exército Libanês em 2007) e o regime sírio”. O Sr. Feltman “pressionou Murr a partilhar essas informações através de canais secretos”.
Numa reunião em separado, o ministro do interior libanês, Hassan Sabah, disse ao Sr. Feltman que “ a Fatah-al-Islam está sob o controlo táctico directo da Síria”. O Sr. Murr foi alvo de uma tentativa frustrada de assassinato.
No entanto, mais perigoso ainda é um telegrama de 2008 afirmar que o antigo ministro das telecomunicações libanês Marwan Hamadeh forneceu aos EUA mapas detalhando locais da rede de comunicações do Hezbollah. A rede, de acordo com o antigo embaixador dos Estados Unidos Michele Sison, “abrange os acampamentos palestinianos, e os campos de treino do Hezbollah em Bekaa, e penetra profundamente nas áreas cristãs de Metn e Kesrwan “. O Sr. Hamadeh, que nega estes detalhes, já tinha também sido alvo de uma tentativa de assassinato em que foi morto o seu guarda-costas. Poucas semanas após esta conversa, o Hezbollah tomou Beirute Ocidental, depois de lutas armadas com as forças pró-governamentais nas quais morreram mais de cem civis, devido à exigência do governo de que as redes do Hezbollah fossem destruídas.
Existem alguns detalhes nos telegramas sobre o Líbano que estão comprovadamente errados. Uma alegação de Samir Geagea, um político cristão de direita, que o Irão teria fornecido quinze submarinos à Síria, era manifestamente falsa. O Sr. Geagea recusou fazer comentários sobre este telegrama. Uma outra alegação – que mísseis eram contrabandeados para o Líbano a bordo de aviões com primeiros socorros durante a guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006 – é comprovadamente falsa. O aeroporto de Beirute foi bombardeado no primeiro dia dos combates e nunca reabriu até ao fim do conflito.
A acrescentar a isto há um telegrama que mostra que embora as Nações Unidas já não acreditassem que quatro agentes de segurança libaneses detidos após o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri fossem, de alguma forma, responsáveis, o Sr. Feltman escreveu que temia que a sua libertação pudesse levar um deles a “vingar-se” contra a embaixada dos EUA em Beirute. Os generais, conforme noticiado muito mais tarde, permaneceram na prisão.
Tudo isto faz com que os libaneses aguardem com expectativa mais revelações. E aqueles que são mencionados nos telegramas, aguardam ainda com mais medo. A “Irmã” Síria é conhecida por ter feito a sua própria vingança por muito menos. Quanto ao Hezbollah, o seu deputado pela cidade de Tiro, Hassan Fadlallah, diz que os telegramas provam “que os EUA estão a utilizar o tribunal e a comissão de investigação como uma ferramenta para atingir a resistência do [Hezbollah]”.
10 de Dezembro de 2010
Publicado originalmente no “The Independent”
Tradução de Noémia Oliveira para o Esquerda.net

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.