domingo, 5 de dezembro de 2010

Tributação das mais-valias e Groundforce em agenda

Na semana a seguir à discussão do OE 2011, a possível tributação das mais-valias mobiliárias e o anunciado despedimento colectivo de 336 trabalhadores da Groundforce, em Faro, constituíram os principais temas da agenda parlamentar.
A questão da Groundforce esteve em apreciação parlamentar quando, na passada terça-feira, a Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações (COPTC) recebeu em audição o Engº Fernando Pinto da TAP, e quando, simultaneamente, a Comissão Parlamentar do Trabalho, Segurança Social e Administração Pública (CTSSAP) recebia também em audiência uma delegação composta por representantes de organizações representativas dos trabalhadores da Groundforce (sindicais e CT).
Em ambas as Comissões, no centro dos esclarecimentos e perguntas suscitadas pelos deputados, em especial pelos deputados e deputadas do Bloco, estiveram em questão as razões que, alegadamente, estiveram na base da decisão de empreender um despedimento colectivo de 336 trabalhadores desta empresa, levando ao encerramento da base da empresa naquele aeroporto e implicando uma transferência de serviços imediata para a outra empresa de handling no aeroporto de Faro, a Portway. Para além desta “transferência de serviços” para outra empresa se apresentar como muito “suspeita” do ponto de vista económico da empresa Groundforce face a um mercado que está em crescimento (incluindo no próprio aeroporto de Faro), a verdade é que tentava-se perceber pela boca de um dos accionistas da empresa “a TAP era detentora de 49% das acções da Groundforce e foi obrigada a comprar os restantes 51% aos espanhóis da Globália, porque estes, pura e simplesmente, abandonaram a empresa” as razões que justificassem o encerramento da base da Groundforce em Faro.
A propósito, foi recordado que o Engº Fernando Pinto, alguns dias antes de vir à Assembleia da República, afirmara que o encerramento da Groundforce em Faro “era obrigatório”. Interrogado em concreto sobre esta “obrigatoriedade”, o Presidente da TAP deu apenas uma resposta financeira que, na sua opinião, justificam o encerramento da unidade de Faro, em função dos prejuízos acumulados pela Groundforce-Faro, desde 2007-2009. Quanto aos despedimentos colectivos, o Engº Fernando Pinto manteve algum distanciamento em relação ao assunto, alegando que, apesar de ter estado ao corrente do processo de negociações que, segundo ele, decorreu ao longo de dois anos com os trabalhadores, o facto é que, neste último ano de 2010, tal deixou de acontecer, por indicação expressa da Autoridade da Concorrência. Quanto à avaliação que fazia sobre uma contra-proposta das organizações dos trabalhadores para viabilizar uma solução para a Groundforce-Faro, com garantia dos postos de trabalho, Fernando Pinto refugiou-se na questão de não estar presentemente a acompanhar o desenrolar das negociações, afirmando desconhecer o conteúdo da contra-proposta e remetendo para o responsável da Groundforce a resposta a esse tipo de questões. Era exactamente essa proposta que, na reunião da CTSSAP que decorria em simultâneo, os representantes dos trabalhadores estavam a apresentar aos deputados dessa Comissão. E foi na sequência destas reuniões que o Bloco de Esquerda apresentou um requerimento ao Presidente da COPTC para suscitar uma audição com carácter de urgência do Administrador-Delegado da Groundforce, o qual será apreciado na próxima reunião da COPTC, no próximo dia 9 de Dezembro.
Quanto ao debate parlamentar, a discussão da tributação das mais-valias mobiliárias dominou os dois últimos dias da agenda do plenário parlamentar, mesmo que os pontos concretos desse tema tenham sido diferentes, na 5ª e na 6ª feira.
No primeiro, dia, tratou-se de, no âmbito de um agendamento potestativo do PCP (direito que cada grupo parlamentar tem de, ao longo de cada sessão legislativa, poder determinar sozinho, as propostas para discussão e votação em plenário), discutir e votar a exigência de obrigar à tributação das mais-valias mobiliárias obtidas na sequência de operações bolsistas lucrativas que tenham ocorrido durante o ano de 2010. Em discussão, suscitada em grande medida pelo Deputado do Bloco José Gusmão, esteve o facto singular, absolutamente escandaloso, do negócio da PT, com a venda da VIVO/Brasil à Telefónica, ter permitido àquela um encaixe líquido de mais-valias na ordem dos 5.500 milhões de euros, os quais, por decisão da PT de antecipar a distribuição de dividendos (extraordinários) em 2010, permitir à PT não pagar cerca de 1.100 Milhões de imposto sobre as mais-valias aos respectivos accionistas.
Num registo temático semelhante, embora mais abrangente, decorreu o debate da proposta do Bloco sobre “a tributação das mais valias bolsistas aplicável a entidades colectivas” em sede de IRC e da eliminação de Benefícios Fiscais (isenção de pagamento de mais-valias bolsistas), no âmbito do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF). Tratava-se de estender a obrigatoriedade da taxação das mais-valias para os chamados investimentos financeiros das empresas, quaisquer que seja a sua natureza, ou seja, tributando à taxa de 21,5% os Fundos de Investimento Mobiliário (FIM), as Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), as Sociedades de Capital de Risco (SCR) e os Investidores de Capital de Risco (ICR), assim como a todas as entidades e pessoas singulares não-residentes que, até agora, escapam a qualquer tributação, com algumas (poucas) excepções. Para esse desiderato, o projecto-lei do Bloco introduzia o conceito de “direcção efectiva em território português” para efeito de determinação do âmbito da aplicação do Código do IRC e da alteração do EBF, que fazia com que, mesmo que uma determinada sociedade tivesse sede noutro país qualquer, se o essencial da sua actividade se desenvolvesse de facto em território português, isso poderia “contrariar” a fuga de muitos milhões em mais-valias bolsistas por parte de empresas financeiras que assim iludem os impostos, ao abrigo das indefinições ou “buracos” da lei. Diga-se de passagem que este conceito não constitui nenhuma invenção da roda nesta matéria, pois ele foi recuperado de uma recomendação da DGCI/Ministério das Finanças que vem desde 1990.
Como se suspeitava, a maioria PS/PSD/CDS votaram contra esta proposta. Mas a nossa vontade em trazer justiça, equidade e democracia para a economia e a fiscalidade, essa não vai desaparecer.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.