domingo, 17 de outubro de 2010

Como e porque estamos numa guerra mundial de moedas

Tal como aconteceu nos anos 30, a maioria dos países está a desvalorizar a sua moeda para obter vantagens nas exportações. Por Marco António Moreno
"Esta guerra comercial é produto da debilidade da procura" - Foto de Moedas
"Esta guerra comercial é produto da debilidade da procura" - Foto de Moedas
Aos casos do Japão, do Brasil e da Coreia, juntam-se o Peru, a Tailândia e a Malásia, que começaram a desvalorizar as moedas em actos que nada mais são que proteccionismo camuflado. Isto é aquilo a que se chama guerra mundial de moedas, que, ainda que o FMI o negue, esta completamente presente. E qual é a origem de tudo isto?
Durante décadas, os países adoptaram as desvalorizações como uma saída das crises internas. Ao desvalorizarem as suas moedas, faziam com que os seus produtos ficassem mais competitivos ante o resto do mundo e com isso podiam garantir a continuação das suas fábricas. Esta foi a conduta propagada pelo próprio FMI por ordens de Washington, porque, face a uma moeda débil, o dólar adquiria grande poder e podia comprar empresas e indústrias a valores muito convenientes, às vezes irrisórios. É um procedimento que foi aplicado nos anos 70 e 80 na Ásia e na América Latina e que funcionou em casos isolados, mas que sempre empobreceu os países que a adoptavam.
Agora esta receita á aplicada em grande escala e em simultâneo, o que evidentemente não terá nenhum efeito significativo. Só o facto de empobrecer mais o ocidente, porque esta guerra comercial é produto da debilidade da procura. E foi o alto desemprego global que debilitou o consumo e por isso os países vendem menos e as fábricas fecham. E aumenta mais o desemprego. Este círculo vicioso não só deixa em perigo a competitividade dos países, mas também a sua estabilidade social. Não há duvida de que as mobilizações irão aumentar. Mais ainda depois da OIT ter sublinhado que os níveis de emprego que se verificavam antes da crise não se recuperarão até 2015.
Com este desemprego alto, os países desenvolvidos estão a sofrer uma procura altamente deficiente. Nenhuma das seis maiores economias de altos rendimentos (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália) voltou a recuperar o nível económico que tinha há três anos. A actividade destes países está até cerca de 10% abaixo da sua tendência passada. E o indício deste forte decréscimo advém do excesso de oferta. Por último, pesa o incremento nas ultimas semanas do preço do petróleo e dos alimentos básicos.
A perda de milhões de empregos desde 2008 está fortemente relacionada com o colapso da indústria da construção, que ficou paralisada nas principais economias. Mais de dois milhões de habitações nos EUA não têm comprador e, em Espanha, o stock de habitações que não são vendidas supera o milhão, apesar da queda no preço. O negócio das empresas imobiliárias acabou e demorará muitos anos até se voltar a recompor.
Parte do problema está relacionado com a origem da crise financeira na qual o poder foi transferido para uma moeda fiduciária que não tem qualquer suporte real. A honestidade do sistema diluiu-se e propagou-se a ganância e a fraude. O capitalismo real exige uma moeda forte na qual se possa confiar. Mas esta desapareceu há quase quarenta anos e, desde aí, todas as moedas se têm manipulado sem que haja qualquer vestígio de riqueza real.
Desde as guerras napoleónicas até às guerras mundiais do século XX, o sistema financeiro esteve suportado pelo ouro. Nessa altura não se podia desvalorizar nem manipular as moedas. Ninguém podia ser mais competitivo sem motivo aparente ou sequer enriquecer mais além dos limites. Tudo era como era. Com o sistema iniciado por Richard Nixon em 1971, a oferta de dinheiro pode aumentar muito mais depressa que os bens e serviços reais, dando alento à corrupção e aos especuladores. Assim, se nos anos 60 os trabalhadores (90% da população) obtinham 60% dos rendimentos da época, em 2007 obtinham somente 11%. Foi isto que deu lugar à maior desigualdade nos rendimentos da história.
Grande parte de tudo isto deve-se às políticas monetárias dos bancos centrais, que, ao tomar em conta como única variável a inflação dos produtos básicos, descuidou a inflação dos bens de capital. Entretanto, a inflação aumentou 5 vezes em 40 anos, os índices da bolsa de valores aumentaram 20 vezes (de 750 a 15.000), fazendo crer que a economia estava a funcionar perfeitamente.
Oitenta anos depois da maior das crises financeiras de que há registo, voltamos a repetir uma história que se dava por superada. O ser humano é o único animal que tropeça na mesma pedra. Desta vez não só para reviver a crise, mas também para a aprofundar.
Artigo publicado em El Blog Salmón
Tradução de Ana Bárbara Pedrosa para esquerda.net
Marco Antonio Morenoé um economista chileno, que edita o blogue Jaque al neoliberalismo

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.