terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sócrates e a maçã envenenada da escola pública

Veja-se o que o OE muda na escola pública: redução dos orçamentos das escolas, redução das contratações, aumento da carga horária dos professores…
José Sócrates esteve na divulgação do manifesto “Defesa da Escola Pública”, no Centro de Congressos de Lisboa. Todas as iniciativas em defesa da escola pública e da igualdade de oportunidades contam, nos tempos que correm. O que não conta é um Primeiro-Ministro encavalitado na defesa da escola pública no dia em que o país conheceu o Orçamento de Estado para 2011.
Desde Agosto que José Sócrates se olha ao espelho e clama: espelho, espelho meu, o estado social sou eu!... Psicodrama da polarização ideológica entre PSD e PS, em torno da revisão constitucional, e que vale o que vale, quando o OE de 2011 passar com PS e PSD.
Pois é exactamente de estado social e de uma escola pública com igualdade de oportunidades que urge falar, no ano e no dia mundial de combate à pobreza e à exclusão social.
O Programa de Estabilidade e Crescimento desta Primavera ditava já a cegueira do corte: as transferências do OE para a Segurança Social, com vista ao financiamento das prestações sociais não contributivas, orçamentadas para 2010 em 7498 milhões de euros, não passariam o tecto de 7100 milhões de euros em 2011. Mas o OE de 2011 foi mais longe: 6742 milhões de euros, com um impacte de 0,6% no PIB, através da redução do subsídio social de desemprego, do RSI, do abono de família, da acção social escolar, do congelamento das pensões.
Cortes nas prestações sociais, na saúde, na educação, eis as escolhas do Governo PS. Mais, se os cortes na saúde terão um impacto de 0,4% do PIB, tal como os da educação, os cortes na defesa terão um impacto de 0,1% do PIB, tal como os da administração interna. São as escolhas.
Vejamos então o que faz este Governo a um país em que 23% das crianças (dados de 2007) estão em risco de pobreza, e em que 40% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção têm menos de 18 anos, quando sabe que a situação de emprego dos pais e a eficácia da intervenção governamental através de suporte financeiro e de serviços são, segundo o Eurostat, os principais factores que contribuem para a pobreza da população infantil.
O que faz o Governo? Aumenta manhosamente o rendimento das famílias para reduzir as prestações, com uma fórmula que estipula que em cada família há pessoas que são pessoas, outras que são dois terços de pessoa e outras meia pessoa (dois adultos e duas crianças correspondem a 2,7 pessoas para o governo). Reduz brutalmente a Acção Social Escolar: uma família com dois filhos em idade escolar e rendimento mensal de 600 euros perde direito ao escalão A e, para ter direito a metade dos apoios sociais, uma família com um filho pouco poderá ultrapassar os 800 euros mensais. Reduz brutalmente o Abono de Família: os primeiros escalões perdem a bonificação de 25%, os escalões 4.º e 5.º são eliminados, e pouco mais de 600 euros de rendimento mensal por família é o tecto para acesso a esta prestação, quando a larga maioria das famílias perderá mais de 540 euros de abono por ano.
Ponham-lhes o IVA em cima do cabaz de compras, a redução dos salários, o aumento dos preços dos medicamentos, a redução das bolsas de estudo, a redução nos passes sociais 4-18 e sub 23, sabendo que a fome das crianças em idade escolar desaguará na escola. E veja-se o que o OE de 2011 muda na escola pública: redução dos orçamentos de funcionamento das escolas, redução das contratações, aumento da carga horária dos professores, redução do crédito horário das escolas…
Professoras e professores sabem o que terão pela frente: alunos e alunas que não comem e não têm manuais escolares. Os e as que já no passado se quotizaram para pagar passes e refeições conhecem o flagelo. Os, agora, Assistentes Operacionais sabem bem o que é ver meninos e meninas, encostados aos pavilhões à hora de almoço, meninos e meninas que não almoçam, porque não podem, não têm dinheiro.
A fome desagua nas escolas, mas as escolas não terão resposta. E não venham falar de sucesso escolar a crianças e jovens de barriga vazia nem aos profissionais que com eles vivem e trabalham. Qual igualdade de oportunidades, Senhor Primeiro Ministro?!
Por tudo isto, a voz das ruas, a mobilização social que se impõe, a greve geral de dia 24, têm de fazer parte deste compromisso social de urgência: as crianças e os jovens deste país não fizeram a crise, não podem ser as suas vítimas.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.