segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A guerra no Afeganistão: ano dez

Os guerreiros do passado insistiam: "Não há substituto para a vitória." Os guerreiros da Era de David Petraeus abraçam um lema totalmente diferente: "Não existe solução militar." Por Andrew J. Bacevich.
Soldado dos EUA dispara morteiro no Afeganistão. Foto de isafmedia, FlickR
Em Janeiro de 1863, a ordem do presidente Abraham Lincoln a um general comandante recém-nomeado foi simples: "Dê-nos vitórias." A ordem tácita do presidente Barack Obama aos seus generais equivale a isto: "Dêem-nos condições que permitam uma retirada digna." Uma incisiva citação do novo livro de Bob Woodward captura a essência de uma incipiente Doutrina Obama: "Passe a bola e saia."
Entrar numa guerra geralmente é muito fácil. Sair tende a ser algo totalmente diferente – especialmente quando o comandante-em-chefe e os seus comandantes de campo discordam sobre a conveniência de fazê-lo.
Feliz aniversário, América. Há nove anos – em 7 de Outubro de 2001 –, uma série de bombardeios aéreos dos EUA contra alvos no Afeganistão lançou a campanha inaugural do que depois se tornou a mais longa guerra da nação. Três mil, duzentos e oitenta e cinco dias depois, a luta para decidir o futuro do Afeganistão continua. Pelo menos em parte, a "Operação Liberdade Duradoura" tem honrado o nome: certamente provou ser duradoura.
No momento em que o conflito antes conhecido como Guerra Global contra o Terror entra no décimo ano, os norte-americanos têm o direito de perguntar: quando, onde e como a guerra vai terminar? Grosso modo: estamos quase lá?
Obviamente, com o passar do tempo, tem sido cada vez mais difícil discernir onde fica o "lá". Bagdad mostrou que não é Berlim e Kandahar certamente não é Tóquio. Não espere ver a CNN transmitindo uma cerimónia de rendição tão cedo.
Eis o que sabemos: uma empreitada que começou no Afeganistão, mas logo em seguida se concentrou no Iraque, agora voltou-se – de novo – para o Afeganistão. Se as oscilações desse pêndulo significam progresso rumo a algum objectivo final é uma incógnita.
No passado, para medir o progresso em tempos de guerra, os norte-americanos usaram alfinetes e mapas. Marcar os pontos do conflito desencadeado pelo 11 de Setembro sem dúvida vai melhorar o nosso conhecimento da geografia mundial, mas não nos dirá nada sobre o rumo futuro desta guerra.
O que ganhamos, então, com nove anos de batalhas? Castigo, mas não necessariamente esclarecimento.
Há apenas uma década, a hoje esquecida campanha de Kosovo parecia oferecer um modelo para um novo estilo norte-americano de guerra. Foi uma guerra ganha sem uma única baixa norte-americana. Kosovo, no entanto, provou ter sido um evento isolado. Sem dúvida, a força militar dos Estados Unidos era (e continua a ser) insuperável em termos tradicionais. No entanto, depois do 11 de Setembro, Washington comprometeu essa força militar numa empreitada que evidentemente não pode ter sucesso.
Em vez de analisar as implicações deste facto – confiar na força das armas para eliminar o terrorismo é um esforço inútil –, dois governos prolongaram a guerra obstinadamente, mesmo enquanto rebaixavam as expectativas sobre o que ela poderia conseguir.
Ao encerrar oficialmente as operações de combate dos EUA no Iraque este ano – um dia feliz, se é que houve algum –, o presidente Obama evitou declarar "missão cumprida". Poderia ter declarado. Enquanto os soldados dos EUA deixam o Iraque, os insurgentes permanecem activos e em campo. Em vez de declarar vitória, o presidente simplesmente conclamou os norte-americanos a virar a página. Com notável boa vontade, a maioria de nós parece ter obedecido.
No que talvez seja ainda mais surpreendente, os próprios chefes militares de hoje abandonaram a noção de que guerras são vencidas vencendo-se batalhas, outrora o grande fundamento da sua profissão. Os guerreiros do passado insistiam: "Não há substituto para a vitória." Os guerreiros da Era de David Petraeus abraçam um lema totalmente diferente: "Não existe solução militar."
Eis o general H. R. McMaster, uma das estrelas ascendentes do Exército, resumindo o que há de mais moderno no raciocínio militar avançado: "Simplesmente lutar e vencer uma série de batalhas interligadas numa campanha bem desenvolvida não resulta automaticamente no cumprimento dos objectivos da guerra." Vencer, em si, é algo ultrapassado. Perseverar está na moda.
Assim, um corpo de oficiais outrora dedicado a evitar guerras prolongadas agora especializa-se em pântanos. As campanhas não terminam realmente. No máximo, vão minguando.
Outrora treinados para matar pessoas e destruir coisas, os soldados norte-americanos agora cuidam de conquistar corações e mentes, enquanto fazem uns biscates cometendo assassinatos. O termo politicamente correto para isso é "contra-insurgência".
Hoje, destinar a soldados de combate a tarefa de construção de nação na, digamos, Mesopotâmia, é como contratar uma equipe de lenhadores para construir uma casa no subúrbio. O que impressiona não é que o resultado não atinja a perfeição, mas que qualquer parte do trabalho chegue a ser feita.
No entanto, ao adoptar simultaneamente a prática do "assassinato selectivo", os pedreiros fazem dupla jornada como demolidores. Para os assassinos norte-americanos, a arma preferida não é a espingarda de atirador ou a faca, mas a aeronave com mísseis e sem piloto controlada a partir de bases em Nevada e outros lugares a milhares de quilómetros do campo de batalha – a derradeira expressão do desejo norte-americano de fazer guerra sem sujar as mãos.
Na prática, contudo, matar os culpados à distância não raro implica matar também os inocentes. Assim, acções promovidas para exaurir as fileiras de jihadistas em lugares tão distantes como Paquistão, Iémen e Somália asseguram inadvertidamente o recrutamento de substitutos, garantindo um abastecimento infinito de corações endurecidos a serem amolecidos.
Não surpreende que as campanhas lançadas desde o 11 de Setembro se arrastem indefinidamente. O próprio general Petraeus detalhou as implicações: "Esse é o tipo de batalha na qual estaremos pelo resto das nossas vidas e, provavelmente, das vidas dos nossos filhos." Obama pode querer "sair". Seus generais estão inclinados a manter o rumo.
Levar mais tempo para conseguir menos do que inicialmente pretendíamos também está a custar mais do que qualquer um imaginaria. Ainda em 2003, o conselheiro económico da Casa Branca Lawrence Lindsey sugeriu que invadir o Iraque poderia custar até 200 mil milhões de dólares – uma quantia aparentemente astronómica. Embora Lindsey logo tenha ficado sem emprego como consequência, se mostrou um forreta. A conta das nossas guerras pós-11/9 já passa de um bilião de dólares (um milhão de milhões), tudo isso em cima de nossa crescente dívida pública. Com a ajuda nada desprezível das políticas de guerra de Obama, a contagem continua.
E então, estamos quase lá? De forma alguma. A verdade é que estamos perdidos no deserto, tropeçando por uma estrada não sinalizada, conta-quilómetro avariado, GPS estragado e ponteiro do combustível um pouco acima do zero. Resta a Washington torcer para que o povo norte-americano, a dormir no banco de trás, não dê por isso.
Andrew J. Bacevich é professor de Relações Internacionais na Universidade de Boston, militar aposentado e autor de diversos livros, como American Empire: The Realities and Consequences of US Diplomacy (2002), The New American Militarism: How Americans are Seduced by War (2005) e The Limits of Power: The End of American Exceptionalism (2008). Artigo originalmente publicado na revista The Nation.
Tradução do site Opera Mundi, adaptada para Portugal pelo Esquerda.net

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.