domingo, 29 de agosto de 2010

Trabalhador chinês da Honda: “Vamos seguir as pisadas dos nossos pais?”

“Os tempos mudaram! Por isso este tipo de regime de salários baixos tem de acabar!” escreveu, e publicou na internet em 29 de Maio, um trabalhador da fábrica da Honda de Foshan, que esteve paralisada durante mais de 15 dias por uma greve.
Trabalhadores em greve na fábrica da Honda em Foshan, Guangdong
Trabalhadores em greve na fábrica da Honda em Foshan, Guangdong
A Honda é uma empresa que faz parte da lista das 500 maiores empresas registadas anualmente pela revistaFortune 500! No ano passado ganhou mais de 4 mil milhões de yuan (moeda chinesa que vale cerca de € 0,12)! No ano anterior tinha ganho mais de mil milhões! Comparemos a Honda com outras empresas. Mas nenhuma, realmente, se lhe pode comparar! A Honda é uma empresa da Fortune 500 e que ganhou mais de 4 mil milhões em 2009 mas que só paga salários mínimos aos seus trabalhadores. Dá-nos mil yuan por mês, (+/- 120€) que chega apenas para a alimentação, e as férias não estão incluídas! Será que gostaria de trabalhar para esta empresa? Até pode dizer que a Honda contribuiu para as nossas pensões e que outras empresas não o fizeram. Desculpe lá, mas é ilegal que os trabalhadores não contribuam para um fundo de pensões. Têm de reclamar ao ministério do trabalho. Uma empresa que faz parte da Fortune 500não pode, de modo algum, cometer semelhantes ilegalidades! Desta vez aumentaram os nossos salários. 355 yuan!
O aumento é constituído por uma subida no salário base de 200 yuan, um aumento do custo de vida de 35 yuan e um aumento no subsídio de refeições de 120 yuan. Pode dizer-se que depois deste aumento de salário o nosso nível salarial atingiu os 1500 yuan (+/- 175€). Todas as outras empresas da região também oferecem salários a este nível. Mas como se podem comparar as outras empresas com a Honda, que ganha mais de 4 mil milhões de yuan em lucros anuais? E estes lucros ainda podem aumentar no futuro. Todos sabemos que a indústria automóvel é uma indústria altamente lucrativa. Criada por nós, trabalhadores da linha de montagem! Mas o que é que nós os trabalhadores de linha de montagem lucramos com isso? É claro que se não estivermos satisfeitos, podemos demitir-nos, mas a Honda continuará a recrutar pessoas, e os nossos irmãos e irmãs vão continuar a sofrer aqui! Mesmo que saiamos temos de continuar a lutar pelos benefícios dos nossos irmãos e irmãs! Esta é outra razão para continuarmos em greve!
Algumas pessoas até podem dizer que por que somos apenas estudantes do ensino técnico secundário e estudantes do ensino profissional, não merecemos salários mais altos. Antes de mais, gostaria de perguntar: estão a olhar para nós como estudantes do ensino técnico secundário? Se assim for, detesto-vos com todas as forças! Embora sejamos estudantes do ensino técnico secundário, criamos um lucro de 4 mil milhões de yuan por ano! Acha que o pode fazer? Não, não pode!
Em 17 de Maio quando a greve começou, a gestão de topo japonesa ordenou-nos que retomássemos a produção. Nós respondemos que o faríamos e demos uma semana para que respondessem às nossas exigências ou então parávamos. Eles então secretamente despediram os nossos dirigentes! O director geral, no seu escritório, fez de nós parvos. Onde estava a boa vontade deles? Por isso voltámos à greve no dia 21. Os directores japoneses têm nos tirado fotografias, para nos obrigarem a retomar a produção! Neste momento crítico o nosso grande sindicato nada fez por nós! Em vez disso, queriam que voltássemos à linha de produção! É isto o que um sindicato deve fazer? Tiram do nosso salário mensal 5 yuan de taxa sindical, mas vejam o que fazem por nós! No dia 22 de Maio, o director japonês despediu dois dos nossos dirigentes para nos obrigarem a retomar a produção. Então é esta a vossa boa vontade? No dia 24, anunciaram que iriam aumentar os nossos subsídios de 65 para 120 yuan, um aumento de apenas 55 yuan! É esta a vossa boa vontade? E continuam a fazer gravações em vídeo para nos ameaçarem? Esta é mais uma razão porque continuamos com a greve.
China! Tem promovido uma competição de preços baixos e mão-de-obra barata. O nosso PIB continua a crescer! No entanto, este crescimento depende da exploração da nossa mão-de-obra barata. Criamos toda esta riqueza mas só recebemos salários baixos em troca. Os nossos salários ainda estão ao nível do salário mínimo. Ainda estamos a lutar para sobreviver com isto. Nós é que criamos esta riqueza.
Será que não merecemos uma retribuição melhor? Com salários tão deploráveis, como vamos nós aumentar o nível geral da nossa economia nacional? Este tipo de injustiça é tão comum! Os nossos pais sofreram por causa deste mercado de trabalho barato e estão a envelhecer. E agora, nós, a geração de 80 e 90, queremos seguir as pisadas dos nossos pais? Acho que nenhum pai quer isto. Porque eles já uma vez seguiram por este caminho e sabem como é duro. Nós também não queremos isto.
Os tempos mudaram! Por isso este tipo de regime de salários baixos tem de acabar!
A Honda é uma empresa japonesa e o Japão é um país capitalista. Mas a China é suposto ser um país socialista! As empresas japonesas que investem na China têm de seguir as regras da China. Implementem o socialismo! Não nos dêem o capitalismo!
Tradução de Noémia Oliveira para esquerda.net
Traduzido para inglês e publicado por China Labour Net, em Special Report on the Honda Foshan Strike

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.