sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Socialismo 2010: Há feminismo sem feministas?

Numa das sessões da iniciativa "Socialismo 2010 - Debates para a alternativa", que arranca esta sexta-feira em Braga, Sofia Roque trará ao debate as ideias do movimento feminista, a auto-organização das mulheres e as relações entre marxismo e feminismo.
Socialismo 2010, de 27 a 29 Agosto em Braga.

Texto de Sofia Roque que introduz a sessão "Há feminismo sem feministas?"

Sinopse: A questão que serve de título a esta comunicação necessita de uma justificação prévia. Não se trata de uma pergunta de retórica cujo conteúdo enfático bastaria como mote, embora, neste caso, não conduzisse a nenhuma reflexão. Não se trata também de nenhuma simplificação do tema do feminismo e da acção feminista pela redução destes a uma relação de identificação entre a ideia e os seus seguidores. Tal colocar-nos-ia, desde logo, no plano da superfície, bloqueando-nos aí, no lugar onde a utopia se torna o conceito centrifugador que neutraliza tanto o plano da análise teórica, tal como bloqueia qualquer modelo de práxis emancipatória.
Assim sendo, perguntar se poderá existir isso a que se chama «feminismo» sem haver simultaneamente «feministas», significa que o feminismo não se esgota numa espécie de ideal que se quer fazer cumprir e, portanto, feministas não são aqueles que acreditam nesse ideal e o esperam nesse futuro por vir. A questão não é neutra e indica já que se entende o feminismo como um modelo de análise crítica da realidade que contém em si mesmo, tanto quanto possível, as condições para a construção da superação dessa mesma realidade. Por conseguinte, o feminismo é uma teoria e uma práxis, e «feministas» serão tanto os que se inscrevem nesse modelo de análise como os que necessariamente o protagonizam enquanto modelo de acção política. Estas duas vertentes são inseparáveis. Se quisermos simplificar, não há aqui lugar parafeministas não-praticantes, e isto não reflecte apenas a exigência de uma postura coerente, é a condição para a transformação.
A pergunta «Há feminismo sem feministas?» esconde ainda uma outra ambiguidade que interessará explorar no desenvolvimento da própria questão. O termo «feministas» é neutro quanto ao género e, portanto, fica a dúvida sobre se estamos a falar de homens e mulheres feministas ou apenas de mulheres feministas. Bom, a resposta é sim e não. Pelo que já foi dito, esta questão reclama a exigência de se pensar na acção, na organização para lá da análise e, por conseguinte, no modo como todos nós, mulheres e homens, nos deveremos comprometer com isso mesmo. Mas ao colocar-se esta questão, impõe-se também a abordagem da importância da auto-organização das mulheres, seja enquanto movimento autónomo, ou no interior de outros movimentos, sindicatos, partidos, organizações políticas em geral. Adianto já que a minha resposta à questão, abordada sob este ponto de vista, é não – não há luta feminista, sem mulheres auto-organizadas, isto é, as mulheres têm de ser necessariamente o sujeito político do seu processo emancipatório.
Pretende-se, nesta comunicação, desenvolver os argumentos que sustentam esta resposta, mas numa perspectiva comprometida que implique a relação entre feminismo e marxismo, isto é, com o intuito de pensar e contribuir para a construção de um movimento que é feminista e anti-capitalista, sem uma hierarquia interna na definição da sua identidade. Um movimento politizado e combativo, que assuma a interseccionalidade das opressões de género, classe e raça, e que ouse a desconstrução radical de um modelo global que incorpora já essa intersecção, sistémica e organicamente, nas suas instituições, estabelecendo uma teia de relações de poder que potenciam continuamente as suas condições de actualização, de controlo e de domínio.
Através da invocação dos diversos momentos históricos que ensaiaram, ou concretizaram revoluções, considerando a acção de muitas mulheres que permitiram e ajudaram, de facto, à constituição de espaços de liberdade e de experiência política real, pelo seu confronto directo com sistemas e instituições de opressão, pode-se desenhar um percurso histórico dos acontecimentos entrecruzando-o com a história da teoria feminista, evidenciando encontros e desencontros, que, por sua vez, espelham também o desenvolvimento e aprofundamento da tradição do pensamento marxista, e da sua práxis.
Pretende-se, em última análise, olhar para a classe e para o género (e também para a nacionalidade ou a sexualidade) como categorias não-estanques, antes permeáveis e transmutáveis pela intersecção das opressões. Como modos de ser relativos que resultam não apenas de condições objectivas, estabelecidas no plano económico ou no biológico, mas também no ideológico, no cultural, no histórico, de tal modo que, entrelaçadas nas redes da relação de forças e/ou das relações de poder, exploração e opressão complexificam-se, atenuam-se ou agravam-se – mas não se extinguem.
Classe e género funcionam como dois espartilhos que mais ou menos apertados, sobrepostos ou não, pertencem ao mesmo sistema e a sua superação deverá ser encarada para lá da dicotomia entre as reivindicações da redistribuição e do reconhecimento, sob pena de se cair na exigência mínima do estado de providência e da igualdade; ou de se ignorar o facto desses meios/reivindicações, potenciadores de visibilidade e afirmação de uma identidade, contribuírem para os processos de consciencialização e subjectivização que levam comunidades ou grupos à luta política.
Sofia Roque

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.