quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Recessão

O Governo não pode reconhecer agora que vai lançar o país na recessão conscientemente. A principal consequência de um processo recessivo é um aumento do desemprego e uma ainda maior compressão dos rendimentos do trabalho.
Na próxima Quinta-Feira, o Ministro das Finanças irá apresentar as linhas gerais do Orçamento. Espera-se que com maior detalhe e acompanhada das imprescindíveis previsões para os principais indicadores macroeconómicos. No entanto, já tem sido confrontado com estimativas de várias entidades que traçam um quadro mais do que preocupante para a evolução da nossa economia.
Das medidas de austeridade que já foram apresentadas, há três eixos que serão particularmente determinantes na evolução da economia:
1. A redução do rendimentos disponível para o consumo, através dos cortes nos salariais, no abono de família, no rendimento social de inserção (onde o Governo consegue ultrapassar a mais ousada das propostas do CDS-PP), da redução cega das deduções em sede de IRS, entre outras - Estas medidas irão atacar decisivamente o consumo privado, que suportou em grande medida os poucos sinais de recuperação económica a que assistimos no primeiro semestre do ano.
2. O agravamento do IVA através do aumento da taxa normal e da reclassificação de produtos - Este aumento da carga fiscal sobre o consumo irá ter um impacto repartido entre as empresas, (nomeadamente no comércio) e (sobretudo) os consumidores. Conjugado com a redução do rendimento disponível das famílias, irá deprimir ainda mais a procura, provocando uma aceleração do ciclo vicioso de falências de empresas, aumento do desemprego, redução do rendimento disponível.
3. O Congelamento do Investimento Público em 2010 e redução em 2011, conjugado com a redução das transferências para as autarquias e sector empresarial do Estado. - Estas decisões, de forma diferente, irão todas repercutir-se na redução das despesas de investimento, que são as que mais facilmente podem ser comprimidas nas autarquias e empresas públicas. Esta dinâmica conjugar-se-á com uma redução do investimento no sector privado, prevista por todas as entidades que se têm pronunciado sobre o assunto.
Neste quadro, o Governo, que previa 0,5% de crescimento para 2011 aquando da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento, prevê agora para o mesmo exercício, como consequência destas medidas profundamente recessivas que a economia cresça a um ritmo de... 0,5%! Não se sinta mal o leitor se não compreender a previsão do Governo. Ela é incompreensível. Pelo menos, na óptica de uma análise económica séria.
Na realidade, a estratégia do Governo é clara no plano político, e Vieira da Silva já deu a linha. As previsões de recessão feitas por instituições como o FMI (-1,4%), que apoia as medidas e portanto não está em nenhuma campanha contra a austeridade, devem ser desvalorizadas. "As previsões já falharam no passado", disse o Ministro. Esta é a história do Governo e, se bem os conhecemos, vão mantê-la até ao fim, sem medo do ridículo.
O segredo está nas exportações. O Governo põe todas as suas fichas num contínuo aumento das exportações em detrimento da procura interna. Infelizmente, não é o único. Muitos dos nossos principais parceiros comerciais estão a fazer a mesma aposta, na esperança que a Alemanha compre tudo a todos... E quando a realidade se impuser, não faltarão desculpas, totalmente exteriores à actuação do Governo. A razão para esta estratégia é simples: o Governo não pode reconhecer agora que vai lançar o país na recessão conscientemente.
A principal consequência de um processo recessivo é um aumento do desemprego e uma ainda maior compressão dos rendimentos do trabalho. O Governo, aliás, apressou-se a dar o mote fazendo dos funcionários públicos exemplo para uma política generalizada de redução dos salários. É por isso que uma recessão resulta invariavelmente numa pressão para a transferência de rendimentos do trabalho para o Capital, que só encontra limites naquilo que resta da protecção do trabalho na nossa legislação laboral e na combatividade dos trabalhadores.
O Governo argumentou e continua a argumentar com a necessidade de mostrar serviço aos mercados financeiros mas o anúncio das medidas não teve impacto nenhum na redução dos juros da dívida pública, antes pelo contrário. O que não surpreende. Surpreendente seria que uma economia prestes a reentrar em recessão fosse capaz de atrair financiamento.
Em face destas escolhas, o Bloco não ficou à espera. Avançou já com um pacote de medidas centradas numa política de ajustamento orçamental assente no crescimento. Uma política que vai buscar recursos para as políticas económicas e sociais necessárias onde esses recursos existem:
1. Eliminação selectiva e redução do tecto para a utilização de Benefícios fiscais em sede de IRC.
2. Extinção do off-shore da Madeira e tributação de todas as transferências para Regimes fiscalmente privilegiados.
3. Tributação de todas as mais-valias, nomeadamente a sua extensão às obtidas por investidores institucionais.
4. Tributação efectiva de 25% sobre a banca.
5. Tributação excepcional do consumo de bens de luxo.
Só com justiça fiscal será possível prosseguir políticas de redinamização da economia que combatam o desemprego e promovam o ajustamento orçamental através do crescimento, do aumento da receita fiscal e da redução das carências sociais. O investimento público criador de emprego e a protecção do poder de compra das famílias são escolhas fundamentais e só quem vive do seu trabalho as poderá impor.
É por isso que o dia 24 de Novembro será um dia decisivo para a luta por uma alternativa política em Portugal. É uma Greve para todos os trabalhadores do país, pelos direitos de todos, contra a política da austeridade. Do sucesso e do impacto desta Greve dependerá decisivamente a capacidade para inverter a lógica insana da política da recessão. Temos um mês e meio para ganhar essa batalha.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.