terça-feira, 12 de outubro de 2010

A pior catástrofe química da história da Hungria

A população das localidades húngaras afectadas pelo derramamento tóxico começa a aceitar que a vida que conheciam acabou. Por Zoltán Dujisin, da IPS
Um morador de Devecser coberto de lama vermelha, 6 de Outubro de 2010 – Foto de Tamas Kovacs/Epa/Lusa
Um morador de Devecser coberto de lama vermelha, 6 de Outubro de 2010 – Foto de Tamas Kovacs/Epa/Lusa
Kolontar, Hungria, 11/10/2010 – “É impossível ficarmos”, lamentou Imre Fabian, enquanto retirava a lama vermelha da sua cozinha. A população das localidades húngaras afectadas pelo derramamento tóxico começa a aceitar que a vida que conheciam acabou. Devecser e Kolontár, localizadas a 160 quilómetros de Budapeste, viram-se gravemente prejudicadas, no dia 4, quando rompeu um depósito de uma fábrica de alumínio na vizinha Ajka, causando um derramamento de quase um milhão de metros cúbicos de lama com substâncias muito corrosivas, tóxicas e algumas radioactivas, nalgumas das áreas mais pobres da Hungria.
“A pior catástrofe química da história da Hungria”, disse o ministro do Meio Ambiente, Zoltán Illes. O terceiro incidente mais grave dos últimos 20 ou 30 anos na Europa, informou o porta-voz do Greenpeace, Herwitt Schuster. As autoridades húngaras abriram uma investigação penal sobre o ocorrido. Cinco pessoas morreram, 120 ficaram feridas, a maioria por queimaduras químicas, e mais de 500 tiveram que abandonar as suas casas. Há três desaparecidos, que as equipas de resgate buscam no barro. Com as buscas aumentam os casos de queimaduras químicas, pois muitas pessoas pisam na lama ou alguma gota atingiu os seus corpos.
Imre teve sorte porque saiu da sua casa cinco minutos antes da inundação de lama e foi a Devecser, um povoado de cinco mil habitantes. Mas a sua vizinha não teve a mesma sorte. A idosa ficou muito tempo em pé no lodo, surgiram pontos amarelos na pele e o seu tornozelo queimou até a carne. Mais pessoas podem morrer porque o efeito das toxinas não se vê nem se sente imediatamente. “Se isto não tivesse acontecido à uma da tarde, mas duas horas depois, quando as pessoas voltam para as suas casas, haveria centenas de mortos”, disse Imre à IPS. A lama destruiu o seu jardim, formando uma camada de dez centímetros, o que ilustrou afundando um pedaço de pau no chão.
Nalguns lugares, a lama chegou a dois metros e derrubou muros, cercas, envolveu veículos, arrastou pessoas e animais. Parece que foi pintada uma linha nas casas e árvores de Devecser e Kolontár da cor de tijolo, o que dá uma sensação de impotência “Não sabia o que era, veio como uma onda enorme. Não tive tempo de fugir”, contou Ágnes Gombási à IPS. A mulher precisou de ser resgatada da sua casa com a metade do corpo afundada na lama. “Senti como se estivesse coberta por cinza quente. Mesmo depois de retirada, a roupa queimava-me”, acrescentou.
Devecser fica a três quilómetros do pequeno povoado de Kolontár, onde antes viviam cerca de 800 pessoas. À direita da estrada, vê-se árvores verdes e colinas férteis. À esquerda, uma paisagem cheia de brinquedos espalhados, roupa e móveis. A lama chegou até ao Rio Danúbio, mas está tão diluído que não representa um perigo ambiental para a Hungria nem para os países vizinhos, afirmaram as autoridades. “Nunca vi uma monstruosidade como essa. Nenhuma imagem de televisão mostrou o que eu vi”, disse à IPS um dos primeiros bombeiros a chegar ao lugar. “As pessoas estavam refugiadas na igreja, sobre a colina, e olhavam o que acontecera com as suas casas”, acrescentou.
As equipas de limpeza apressaram-se a repor a lama no reservatório. O incomum bom tempo dos últimos dias complica a tarefa porque a lama seca e pode virar um pó difícil de ser capturado, o que pode forçar as autoridades a evacuar grandes áreas. A situação parece estar controlada em Kolontár, mas a população de Devecser sente que não recebeu muita ajuda.
Diante do empobrecido centro de resgate, as pessoas pedem a funcionários desorientados cupões, roupas e contentores para se desfazerem dos seus móveis e bens imprestáveis que se acumulam diante das suas casas. Muitos dos afectados não pretendem voltar. Mas os estabelecimentos comerciais começam a reabrir. Pode-se ver senhoras a limpar o chão. Há quem não sabe se fica ou recomeça a vida noutro lugar. A decisão pode não estar nas suas mãos.
Envolverde/IPS

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.