sábado, 16 de outubro de 2010

Fome volta a crescer no mundo

Recessão económica e crise mundial de alimentos fazem com que o número de pessoas sem alimentação básica tenha superado os mil milhões no ano passado. Por Peter Boaz, IPS.
Os esforços para combater a desnutrição não tiveram êxitos contundentes. Foto de Filipe Moreira
Washington – O mundo não está “nem perto” de alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da Organização das Nações Unidas, segundo o último Índice Global de Fome (IGH), apresentado no dia 11. O estudo pede que sejam redobrados os esforços contra a desnutrição infantil. Atingir o primeiro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio – reduzir pela metade até 2015 a proporção de pessoas que sofrem fome, em relação aos níveis de 1990 – é algo improvável, indica o estudo. Embora a proporção de desnutridos tenha caído de 20% no período 1990-1992 para 16% em 2004-2006, os últimos acontecimentos mundiais reverteram esse avanço.
A propagada recessão económica e os efeitos persistentes da crise mundial de alimentos entre 2007 e 2008 fizeram com que o número de pessoas sem alimentação básica superasse os mil milhões no ano passado. O IGH, medição multidimensional da fome no mundo, é publicado de forma conjunta pelo Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas de Alimentação (IFPRI), com sede em Washington, pela organização beneficente irlandesa Concern Worldwide, e pelo grupo não governamental alemão Welthungerhilfe.
O índice combina três indicadores para avaliar a fome: a proporção de desnutridos na população, a prevalência de menores de cinco anos com deficiência de peso, e a taxa de mortalidade entre estes. Com base nesses números, é elaborada uma pontuação. Dos três componentes da actual pontuação mundial, de 15,1, a deficiência de peso na infância contribui com quase a metade (7,4 pontos). A desnutrição crónica, com atraso de crescimento, afecta cerca de 195 milhões de meninos e meninas com menos de cinco anos no Sul em desenvolvimento, isto é, cerca de uma em cada três crianças. Quase uma em cada quatro (129 milhões) tem deficiência de peso, e uma em cada dez apresenta severa deficiência de peso.
“Para melhorar as suas pontuações, muitos países devem acelerar os seus progressos na redução da má nutrição infantil”, disse Marie Ruel, directora da Divisão de Pobreza Social e Nutrição do IFPRI e co-autora do relatório. Os esforços para combater a desnutrição não tiveram êxitos contundentes. Em 20 anos, a proporção de crianças com deficiência de peso na África subsaariana caiu apenas de 27,2% para 23,6%. As políticas e os programas agora são destinados a meninos e meninas com menos de cinco anos, mas a última evidência no IGH indica que as intervenções mais efectivas exigem maior precisão.
O momento crucial para melhorar a nutrição de uma pessoa situa-se nos mil dias que vão desde a sua concepção até completar dois anos. Depois, os efeitos da má nutrição são praticamente irreversíveis, podendo causar danos para toda a vida, como um limitado desenvolvimentos físico e cognitivo. “A saúde das mulheres, especialmente das mães, é fundamental para reduzir a desnutrição infantil. As mães que foram mal nutridas quando crianças tendem a dar à luz bebés com deficiência de peso, perpetuando o ciclo de desnutrição”, disse o presidente do Welthungerhilfe, Bärbel Dieckmann. “As intervenções devem estar dirigidas às meninas e às mulheres, especialmente na adolescência, antes de engravidarem”, afirmou.
O relatório também recomenda atender as raízes da desnutrição, como pobreza, desigualdade de género e conflitos bélicos. A pontuação mundial caiu de 19,8 em 1990 para 15,1 neste ano, mas o panorama varia notavelmente em cada país e região. Vinte e nove nações ainda apresentam níveis de fome “extremamente alarmantes” ou “alarmantes”. Todas as nações com níveis de fome “extremamente alarmantes” são da África subsaariana: Burundi, Chade, Eritreia e República Democrática do Congo (RDC). As regiões mais afectadas são Ásia meridional e África subsaariana, com pontuações de 22,9 e 21,7, respectivamente.
Na Ásia meridional, o baixo nível nutricional, educacional e social das mães é um dos principais factores da alta prevalência de crianças menores de cinco anos com deficiência de peso. A ineficácia dos governos, os conflitos bélicos, a instabilidade política e as altas taxas de sida são os principais factores da alta mortalidade e desnutrição na África subsaariana, diz o estudo. Entretanto, todas as regiões apresentaram melhorias desde 1990. As pontuações dos últimos 20 anos caíram 14% na África subsaariana, cerca de 25% na Ásia meridional e 33% no Oriente Médio e na África do Norte.
Parece haver uma relação entre o desempenho económico e os níveis de fome. “Países com altos níveis de produto interno bruto por habitante (importante medida de desempenho económico) tendem a apresentar baixas pontuações de IGH”, diz o relatório. “E países com baixos níveis de PIB/habitante tendem a apresentar altas pontuações de IGH”. Entretanto, a relação nem sempre é clara, já que os conflitos bélicos, as doenças, a desigualdade, a má governança e a discriminação de género podem afectar negativamente os benefícios.
Alguns países conseguiram grandes avanços nas suas notas, reduzindo-as 13 pontos ou mais, como Angola, Etiópia, Gana, Moçambique, Nicarágua e Vietname. Contudo, nove países, todos subsaarianos excepto a Coreia do Norte, aumentaram a sua pontuação. O caso mais preocupante é da RDC. O IGH desta nação, açoitada por conflitos e instabilidade política, aumentou 65% desde 1990. Três quartos da população estão desnutridos. Em situação semelhante encontram-se Burundi, Comores, Guiné-Bissau e Libéria, que também aumentaram suas pontuações.
13/10/2010

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.