sábado, 3 de julho de 2010

Maior produção agrícola sem afectar o ambiente

Olivier de Schutter, relator da ONU sobre o Direito à Alimentação, diz nesta entrevista que não é utopia alimentar os nove mil milhões de pessoas que habitarão o planeta em meados deste século. Por David Cronin, da IPS.
Com a agroecologia pode-se aumentar a produção, em média, 70%. Foto de Sam Beebe / Ecotrust, FlickR
Com a agroecologia pode-se aumentar a produção, em média, 70%. Foto de Sam Beebe / Ecotrust, FlickR
Bruxelas - Para muitos especialistas, pode ser uma utopia alimentar os nove mil milhões de pessoas que, se presume, habitarão o planeta em meados deste século, mas não para o relator da Organização das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação, Olivier de Schutter.
Este professor belga dedica-se à agroecologia, especialidade que considera as plantas e o seu ecossistema, em lugar de conquistar a natureza e substituí-la por uma tecnologia de laboratório.
O armazenamento de água e a rotação de cultivos são recursos da agroecologia para evitar o emprego de “insumos externos”, como o uso de pesticidas. Além disso, é muito menos prejudicial do que a agricultura intensiva, que prevalece no mundo, e tem maior rendimento, segundo os seus defensores. A estratégia sustentável pode oferecer quase 80% mais de alimentos do que a agricultura “convencional”, afirma uma investigação feita pela Universidade de Essex, na Grã-Bretanha.
A agroecologia pode acabar com a fome no mundo?
Olivier de Schutter: Não se trata de não se beneficiar de avanços modernos, mas de adoptar a melhor tecnologia que os agricultores tenham desenvolvido, produzir no âmbito local os insumos necessários para fertilizar o solo e incentivar as culturas, o que aumenta muito a produção. Com a agroecologia pode-se aumentar a produção, em média, 70%, concluiu o estudo feito em 57 países por Jules Pretty e sua equipe da Universidade de Essex.
A produção de alimentos concentra-se em poucas empresas. O que pode ser feito para reverter a situação?
Foi um erro ter levado técnicas de laboratório para o terreno, sem considerar as necessidades dos agricultores. São necessárias decisões políticas muito mais transparentes e democráticas. As autoridades não devem ser tão influenciadas pelos interesses corporativos.
Há lugar para fertilizantes químicos e transgénicos na agroecologia?
Não se deve demonizar os fertilizantes. A agroecologia utiliza adubos orgânicos, embora seja possível o uso de insumos como os fosfatos para revitalizar o solo. Mas a ideia é que a agricultura seja auto-sustentável. A agroecologia concentra-se na planta no seu meio ambiente. Os transgénicos basicamente dissociam um elemento do outro. Com os transgénicos, os agricultores dependem muito de sementes protegidas por direitos de propriedade intelectual, pertencentes a umas poucas empresas, sendo de facto a Monsanto a principal. É uma enorme desvantagem para eles, que podem ficar endividados.
O seu antecessor, Jean Ziegler, disse que, cada vez que morre uma criança, é cometido um assassinato. Concorda com ele?
Na essência, sim. Três milhões de crianças desnutridas morrem todos os anos. Além disso, uma em cada três nasceu num país em desenvolvimento de mãe anímica. Quando é analisada a sucessão de factos, descobre-se que na origem há decisões políticas erradas. Sempre se deve olhar além da questão técnica de “por que há fome?” e chegar à explicação política. Como isso pode ocorrer? O meu papel é rastrear as causas.
O bloqueio económico imposto por Israel a Gaza fez disparar a desnutrição. É um caso de violação do direito à alimentação?
Definitivamente. É óbvio que ao impedir o desenvolvimento económico, Israel comete uma grave violação a esse direito. Os agricultores não têm insumos nem possibilidades de vender, e 80% da população não tem emprego, o que destrói totalmente essa comunidade.
O Programa Mundial de Alimentos, entre outras agências, afirma que a iniciativa da União Europeia (UE) de promover o uso de biocombustíveis piora a situação, mas esta nega-se a mudar de política. O que pensa a respeito?
A principal consequência do maior uso de biocombustíveis é a concentração da terra e a especulação que expulsa a comunidade indígena e pequenos agricultores que vivem da sua produção e que não necessariamente têm títulos de propriedade. Todos os agricultores dos países em desenvolvimento que visitei, e estive em muitos nos últimos anos, se queixam do mesmo. Temem ser expulsos de suas terras e a única razão é a produção de biocombustíveis. O critério de certificação apresentado pela Comissão Europeia, órgão executivo da UE, para garantir que a produção de biocombustível seja sustentada, não leva em conta essa situação. Um dos elementos que a Comissão desconhece é a equidade e a inequidade em áreas rurais. Estou convencido de que, na maioria dos casos, se não em todos, os cultivos para produzir combustíveis beneficiam uns poucos, e não os mais pobres, que são os mais prejudicados.
29/6/2010

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.