sábado, 10 de julho de 2010

Não há liberdade de imprensa no desastre do Golfo do México

Na última semana, a Guarda Costeira dos Estados Unidos, que trabalha em coordenação com a gigante petrolífera BP, estabeleceu novas restrições ao trabalho da imprensa em relação ao derrame de petróleo no Golfo do México. Por Dahr Jamail, da IPS.
Pequenos pelicanos castanhos completamente cobertos de óleo, aguardando tratamento  no Jackson Internacional de Fort Bird Rescue Research Center em Buras, Luisiana – Foto Epa/Lusa
Pequenos pelicanos castanhos completamente cobertos de óleo, aguardando tratamento no Jackson Internacional de Fort Bird Rescue Research Center em Buras, Luisiana – Foto Epa/Lusa
“Não pode vir aqui”, disse à IPS o guarda de segurança Don, contratado pela BP, no Centro de Reabilitação de Fauna Contaminada por Petróleo de Forte Jackson, no Estado da Luisiana.
Do lado de dentro, funcionários do Centro Internacional para a Investigação no Resgate de Aves, uma das empresas contratadas pela BP para limpar o dano, trabalham tratando de animais afectados pelo petróleo. O Centro permite acesso limitado para a imprensa às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, por apenas duas horas de cada vez. A IPS chegou numa quarta-feira apenas para ficar a saber que já não poderia entrar porque o acesso ficou restringido a dois dias por semana.
Quando a IPS perguntou ao guarda de segurança privada que impediu a sua entrada a quem obedecia, ele respondeu: “Trabalho para a HUB, uma companhia de segurança contratada pela BP”. A Hub Enterprises, com sede em Broussar, na Luisiana, tem contrato com a BP para fornecer “funcionários de segurança” e “supervisores”. Don recebe entre 13 e 14 dólares por hora para manter os jornalistas longe do que acontece após o maior desastre ambiental causado por um derramamento de petróleo na história dos Estados Unidos.
Cerca de 60 mil barris de 159 litros de petróleo ainda derramam por dia no Golfo do México, mais de dois meses após a explosão, em 20 de abril, da plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP. Na semana passada, a Guarda Costeira impôs novas restrições à cobertura jornalística. Os jornalistas estão sujeitos a multas de até 40 mil dólares, ou penas de prisão entre um e cinco anos, se violarem a regra que impede a aproximação a menos de 20 metros de qualquer bomba ou embarcação de limpeza.
O Comando Unificado, criado pelo governo de Barack Obama para cuidar da situação ambiental, argumenta que se trata de uma “zona de segurança” e que qualquer intruso pode ser um obstáculo aos trabalhos. Porém, existem muitos indícios de que o cerco à imprensa aumentou de muitas outras formas. Na semana passada, a IPS tinha uma entrevista marcada com um especialista do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Estado da Luisiana, em Nova Orleães, que conhece de perto as investigações dessa instituição sobre o possível impacto do derramamento da BP.
Na mesma manhã em que aconteceria o encontro, o especialista, que preferiu ficar no anonimato, enviou uma mensagem por correio electrónico à IPS dizendo: “Disseram para cancelar a entrevista. Lamento qualquer inconveniente que possa ter causado”. Quando a IPS perguntou se havia alguma razão em particular para a mudança de planos, respondeu: “Não”. Mais tarde, uma fonte anónima informou à IPS que a decisão fora tomada pelo reitor Larry Hollier, que preside ao Centro de Ciências da Saúde da Universidade.
A BP fornece a maior parte do dinheiro destinado a estudar os efeitos do desastre, e prometeu 500 milhões de dólares para projectos de investigação e restauração. Robert Gagosian é presidente do Consórcio para Liderança Oceânica, que representa instituições dedicadas à investigação de oceanos e aquários, e administra um programa de investigação sobre perfuração marítima. O especialista está preocupado com a maneira como o dinheiro está a ser usado. Os seus temores, compartilhados por outros cientistas e investigadores, devem-se ao interesse da BP em preservar o seu negócio. Também duvidam da utilização de um critério adequado para avaliar quais as investigações a realizar.
Jeff Short, ex-cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica e agora membro do grupo conservacionista Oceana, afirmou que, pelo facto de ser a BP que paga as investigações, o governo está a ceder o controle da situação. “Eu pergunto-me, por que a BP iria querer despejar dinheiro em projectos que claramente mostrarão muito mais o dano ambiental daquilo que de todo modo teria vindo à tona?”, disse.
Os primeiros 25 milhões de dólares dos fundos da BP foram rapidamente distribuídos entre a Universidade do Estado da Luisiana, o Instituto de Oceanografia da Florida, a Universidade da Florida do Sul e um consórcio liderado pela Universidade do Estado do Mississippi. Muitos cientistas independentes e jornalistas temem que isto seja parte de um esforço para influenciar os estudos e a forma como essas instituições públicas falam com a imprensa sobre o desastre.
No dia 2, Lance Rosenfield, repórter fotográfico do veículo de jornalismo de investigação sem fins lucrativos ProPublica, foi detido por um tempo pela polícia quando fotografava perto da refinaria da BP na cidade do Texas. Rosenfield disse que foi cercado por um segurança da BP, polícias locais e um homem que se identificou como agente do Departamento de Segurança Interna. O repórter foi libertado depois da polícia rever as suas fotos e registar a sua data de nascimento, o número do seguro social e outras informações pessoais. Um agente da polícia entregou os dados ao segurança da BP, o que, segundo disse o polícia a Rosenfield, era parte de um “procedimento operacional padrão”.
Também há restrições no espaço aéreo sobre as áreas onde acontecem as operações de contenção e limpeza do petróleo. A Administração Federal de Aviação proibiu voos de órgãos de comunicação a menos de 900 metros sobre as zonas afectadas pelo derramamento.
IPS/Envolverde

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.