terça-feira, 6 de julho de 2010

Do PEC à Revisão Constitucional

A revisão constitucional que se avizinha acompanha a orientação ideológica do PEC e dos PEC's.
O Pacto de Estabilidade e Crescimento nasceu a 1 de Janeiro de 1999, durante a terceira fase da União Económica e Montetária, sob o fundamento de que os Estados e os Governos não conseguem ter racionalidade económica. Isto é, segundo a teoria do Political Budget Cycle de Rogoff, os governos tendem, durante períodos eleitorais, a tomar medidas de impacto imediato para aumentar a sua popularidade e assim manter a sua perpetuação no poder, o que resulta num aumento da despesa e num descontrolo fiscal e orçamental. Para evitar esta lógica entendeu-se criar mecanismos e instituições legais para controlar os défices do Estado e como tal um mercado único e uma moeda forte, ou seja, o défice do PIB de cada Estado Membro não pode passar dos 3% bem como o défice da dívida pública não deve ultrapassar os 60%, sob a pena de virem a ser sancionados.
O que não se explica é como é que se chegou a estes valores, basicamente, fez-se uma média dos indicadores em causa, das economias mais fortes da altura, e assim se entendeu que todos os outros países membros e os que viriam a aderir, à actual UE, deveriam de ter as contas públicas no mesmo sentido.
Como hoje é mais do que claro, principalmente os Estados e as economias periféricas e menos desenvolvidas dentro do contexto da União Europeia, têm fortes dificuldades em atingir esses valores e por outro lado as políticas do PEC contribuem fortemente, nesses referidos países, para a destruição da sua economia, do emprego e acima de tudo das políticas sociais.
Os países menos desenvolvidos são os que têm maior necessidade em ter forte intervenção do Estado, para potenciar o desenvolvimento da sociedade e da economia, isto é, para poderem desenvolver um serviço nacional de saúde, sistema de ensino público, segurança social forte, infraestruturas, sector produtivo do Estado (...). In extremis se quisermos traçar um paralelismo nenhum país atingido pela guerra na II Guerra Mundial teria saído da crise sem um forte endividamento do Estado, aliás, é necessário recordar, que a própria Alemanha (tão adepta de um euro forte e de uma política orçamental radicalmente austera) viu a sua dívida maioritariamente perdoada em 1953.
Do que se trata na verdade, é da aplicação de uma orientação, ao Estado e à economia, completamente liberal. Da predominância da economia, sobre a política e a sociedade, por mais que nos variados artigos de, várias constituições de Estados europeus, se diga o contrário. Correu-se na prática, com os maior valores da modernidade e da tradição e dos valores republicanos, a soberania popular.
A título de mera excepção, para comprovar este facto, basta olhar para as orientações da Comissão Europeia ,sobre as políticas de emprego, onde a palavra flexibilidade é a joía da côroa, ou seja, menos garantias, menos protecção e menos lei, significa mais emprego, mais competitividade e mais produtividade. Porém pode-se hoje fazer o balanço dessa estratégia sem se hesitar um segundo que o que produziu foi precariedade, perda de direitos, endividamento das famílias, congelamento das vidas dos jovens europeus, ou seja, retrocesso civilizacional. O que se pretende na verdade é permitir que o factor trabalho esteja completamente subjugado às flutuações do mercado.
E se a orientação económica europeia, vai assim, é porque a elite europeia e os partidos socialistas, liberais e conservadores do velho continente, assim o querem, porque legitima as reformas de regime e a sociedade de ditadura de mercado que querem continuar a erguer.
Vejamos o exemplo português, todos os PEC's mantiveram a mesma orientação, privatizações, aumento dos impostos (em todos os escalões), diminuição indirecta dos salários, cortes nas prestações sociais. Tem que ser assim? Não tem. Mesmo dentro das fronteiras do plano de estabilidade europeu, poderia-se ter efectuado outros programas, e ter-se reduzido ainda mais o défice, o Bloco de Esquerda, demonstrou-o com as 15 medidas para uma economia decente.
Sem agravar a condição social da população, pode-se combater o défice.
Dentro deste campo económico tem que ser igualmente afirmado que um défice reduzido não significa qualidade de vida, não são de longe sinónimos, pois pode-se ter um Estado com as contas públicas controladas e uma taxa de desemprego e de pobreza elevada. Basta reduzir ao rídiculo as prestações sociais e a intervenção do mesmo numa perspectiva de garantias e de equidade, é para ai que tanto PS, PSD e CDS pretendem caminhar. Um Estado verdadeiramente irresponsável, não é um Estado endividado, é um Estado que se demite de combater as desigualdades.
E o que tem isto que ver com a revisão constitucional?
Tudo. É esta a minha tese, todos os PEC's e os que aí virão, liberalizarão ainda mais o país e abrem espaço cada vez mais amplo para mais reformas nesse sentido. A revisão constitucional que se avizinha acompanha a orientação ideológica do PEC e dos PEC's.
O PSD tem vindo a tornar públicas as suas perspectivas sobre as mudanças a empregar na Constitução da República Portuguesa, se há dúvidas nas minudências, há certezas no artigos tocantes a garantias. A gratuitidade no ensino e na saúde é para cair, tal como afirmou Bacelar Gouveia, – membro do grupo de trabalho da proposta de revisão constitucional do PSD - “deve ser retirada, porque é arcaica e não promove um sistema misto de liberdade de escolha e orientado em função dos rendimentos de cada um” (48,2010).
A liberdade, neste termos, é uma farsa, porque não se trata de liberdade, recordemos as palavras de Lafordaire ,aquando do processo constitucional francês em 1848, “entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, entre o patrão e o operário, é a liberdade que oprime e, a lei que liberta.” De resto vejamos o mais que aí virá, principalmente no que toca à economia, segurança-social, défices zeros(...)
Não existem ainda certezas sob que conjuntura se desenvolverá o processo de revisão constitucional, mas uma coisa é certa, a resistência social e o Presidente da República que acompanhará o processo serão determinantes em todo ele.
Alegre ou Cavaco, marcará a diferença entre democracia ou barbárie.
“A democracia não é apenas um conjunto de regras formais, mas também um conjunto de direitos e liberdades políticas, de direitos sociais, que na nossa Constituição estão consagrados como direitos humanos fundamentais. Rever a Constituição no sentido de alterar alguns desses direitos, nomeadamente no que se refere à escola pública, ao Serviço Nacional de Saúde ou à segurança social será não rever a Constituição, mas rever e subverter a democracia”, disse Manuel Alegre.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.