
domingo, 31 de outubro de 2010
OE’2011: Bloco exige esclarecimento ao país

Cavaco: Presunção e água benta
Advogado de chefe de gabinete de Sócrates ganha milhões com assessorias para o Governo

Enfermeiros afastados do serviço 112 esperam há 6 meses por ordenados
Adesão massiva do sector dos transportes à Greve Geral

Instituto da Droga e da Toxicodependência despede 200 trabalhadores

sábado, 30 de outubro de 2010
Aprovada proposta de Orçamento de Base Zero

No Orçamento de Base Zero, cada serviço do Estado, cada empresa pública, cada entidade que é financiada pelo Orçamento tem de justificar as suas despesas em função dos seus objectivos e do programa a cumprir e não – como é feito habitualmente – em função do orçamento anterior.
Trata-se assim de um instrumento fundamental para combater o desperdício, por um lado, e para adequar os serviços e dotações orçamentais às necessidades dos cidadãos. Nesse sentido, o Orçamento de Base Zero "é também a forma de defender o Serviço Nacional de Saúde, a educação e a saúde públicas", disse o coordenador do Bloco, Francisco Louçã.
No final do debate, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, fez questão de registar o acolhimento alargado que a proposta do Bloco teve, adiantando também a necessidade de registar “quem quer ficar nesta câmara com o ónus da opacidade orçamental”.
Para José Manuel Pureza, há apenas duas opções: “Ou ficamos do lado do rigor, do lado da transparência, e isso implica uma quebra das rotinas orçamentárias que só favorecem as relações de poder estabelecidas no interior do aparelho de Estado, ou estamos do lado do rigor, e esse rigor exige claramente uma quebra com essas mesmas rotinas.”
Como exemplo das citadas rotinas, o líder bloquista deu o exemplo da compra de 400 automóveis por uma empresa pública no fim do seu exercício orçamental.
“Não podemos aceitar que se continue a legitimar a prática dos buracos negros no Orçamento de Estado”, concluiu José Manuel Pureza.
Veja os vídeos do debate.
Leia aqui o Projecto de Lei.
Ministério Público abre inquérito contra Mário Lino
Segundo o MP, «Importa apurar se o então ministro Mário Lino teve uma interferência no processo de reestruturação da Refer ou outro tratamento de favor, factos susceptíveis de integrar, em abstracto, os crimes de corrupção ou abuso de poder».
Ao que tudo indica, Mário Lino terá cedido aos pedidos de Armando Vara e Lopes Barreira, empresário da área socialista, para que exercesse a sua influência no sentido de assegurar que o grupo O2, detido por Mário Godinho, voltasse a ser contratado pela Refer. O despacho do MP de Aveiro refere que Mário Lino falou com Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes, «expressando-lhe que Vara e Lopes Barreira, indivíduos que qualificou como muito importantes no PS, se achavam muito preocupados com o comportamento inflexível do presidente do Conselho de Administração da Refer, Luís Pardal, para com a O2».
José Penedos e Armando Vara entre rol de acusados
O Ministério Público acabou por acusar no âmbito do processo Face Oculta 34 arguidos e duas empresas, a O2 e a SCI, ambas de Manuel José Godinho. Os 36 arguidos foram acusados por "furto qualificado, burla qualificada, associação criminosa, corrupção activa e passiva para acto ilícito, participação económica em negócio, tráfico de influência, corrupção activa e passiva no sector privado, falsificação de notação técnica e de perturbação de arrematações".
O então presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, José Penedos, é acusado de dois crimes de corrupção para acto ilícito e dois de participação económica em negócio. Armando Vara, ex-ministro socialista e que entretanto se demitiu do BCP, onde desempenhou funções de administrador. Além de José Penedos, e do seu filho, Paulo Penedos, são ainda acusados mais três responsáveis da REN, um dos quais Vítor Baptista, director-geral da empresa.
Armando Vara, ex-ministro socialista também é arguido. O ex-administrador do Millennium/BCP é acusado de ter recebido 25 mil euros e prendas de luxo no Natal de Manuel Godinho, como contrapartida por ter exercido influências junto do então ministro das Obras Públicas, Mário Lino. O MP exige, segundo divulga o Jornal de Notícias, que o valor pecuniário, assim como um "estojo decantador", uma caneta "Mont Blanc" e um relógio no valor de 1500 euros sejam declarados perdidos a favor do Estado.
O primeiro ano do XVIII Governo
Este primeiro ano de governo é marcado pelas escolhas e favorecimentos aos poderosos e conservadores, em particular os sectores financeiros e da construção civil. Esta escolha, osmose de interesses e protecção de privilégios, garantiu a estabilidade do sistema e da usura, a presença inquestionável nas forças da NATO e nos cenários de guerra, a crescente imposição de sacrifícios à população.
O recuo inicial e parcial com os professores e as taxas moderadoras era necessário para ganhar algum espaço de manobra – mas o governo nunca chegou a ter um estado de graça. O governo começou por dramatizar ao extremo a divergência com a sua política, era o tempo do fantasma das coligações negativas e o início das guerras fictícias com o PSD para esconder a substância.
A substância foi a aprovação sucessiva de leis e orçamentos, incluindo o rectificativo que até teve a abstenção do PCP [que também se absteve no projecto-lei do BE de cativação das mais valias urbanísticas], o célere esquecer das críticas aos especuladores, offshores, e da defesa da regulação financeira. Submete-se o Estado a um apoio ilimitado à finança, sucedem-se sucessivos PECs, dispara o desemprego e a dívida, continuam as privatizações e a ausência do combate à corrupção é notória.
A substância foi a subserviência à demanda especulativa internacional, ao Banco Central Europeu, aos critérios do PEC, à arrogância da dupla Merkel-Sarkozy que começou na economia e prosseguiu na indecorosa abstenção à condenação das expulsões de ciganos em França proposta na AR pelo BE. Qualquer semelhança disto com social-democracia é pura fantasia!
A convergência política encontrou-a sempre, estrategicamente, com Cavaco Silva, com o PSD e com o CDS. O rompimento das conversações para o orçamento de 2010 não ofusca este caminho; foi sempre à direita que o PS procurou alianças. E sempre em vassalagem aos mercados agiotas e em nome da estabilidade e do sentido de Estado. É essa convergência sistémica, conjugada com o medo social e a opressão da precariedade e do desemprego, que lhe ampara as duras medidas económicas e sociais. Acresce uma das maiores campanhas de manipulação ideológica da opinião pública de que há memória.
Este primeiro ano de governo Sócrates, em minoria mas governando como monarca absolutista, é mais uma prova cabal da sua transformação genética: o PS atirou o S para o caixote do lixo e ficou apenas o P das elites conservadoras responsáveis pelas políticas do atraso e da pobreza. É a escolha de um lado, é a escolha de um modelo.
O primeiro ano do XVIII governo é a natural continuidade do XVII. Este ano marcou bem os valores identitários e os princípios ideológicos do PS e não deixa dúvidas sobre uma ilusória dicotomia entre um PS com ou sem Sócrates. A linha plasmada no código genético do PS foi bem sinalizada pelo seu ideólogo, Augusto Santos Silva (ASS), quando proclamou que o “diálogo à esquerda não é preferencial” e que a esquerda aprende “o valor do mercado com a direita”. ASS não precisa explicar mais, percebemos-lhe o ser tornado inato.
Nós vamos ao combate!
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João Goulão, presidente do IDT, assumiu à TSF que possivelmente serão encerrados alguns serviços e que o princípio de proximidade é posto em causa. Segundo este responsável, será feito «um esforço de rearranjo do pessoal disponível concentrando em unidades que possam dar resposta à população, mas recuando neste esforço de proximidade”. Será necessário, adianta ainda, “concentrar em algumas unidades os recursos disponíveis para que possam atender toda a população que os procure”, ainda que deixe de ser possível “ser tão pro-activos e ir quase à porta das pessoas instalar dispositivos para os atender».
O despedimento destes trabalhadores justifica-se pelos cortes orçamentais impostos pelo governo. «As condições de dificuldades económicas que o país atravessa tornaram impossível manter o contributo de técnicos contratados sem vínculo definitivo ao serviço», declarou João Goulão.
O presidente do IDT chega ainda a reconhecer que este corte “poderá significar que algumas das pessoas hoje incluídas em tratamento venham a abandonar e a outras, que poderiam aceder aos serviços de tratamento, não lhes chegue».
Os trabalhadores precários alvos de despedimento têm satisfeito necessidades permanentes do IDT e, portanto, deveriam ser integrados neste instituto. Desde 2002, data da criação do IDT, resultante da fusão de dois organismos da luta contra a droga, nunca existiu um mapa de pessoal. João Goulão justifica-se: "Nunca tivemos a hipótese de fazer um concurso e admitir técnicos para o nosso mapa de pessoal, porque nunca foi autorizado", o que resultou na utilização de "figuras de contratação mais ou menos temporárias".
Hospital de Gaia: quimioterapia em contentores

A construção do novo hospital de Gaia, ainda sem data para arrancar, provocou a transferência de alguns serviços do edifício que primeiro será demolido, quando a obra começar, para os contentores. Os pré-fabricados acolhem agora o chamado Pavilhão de Ambulatório, onde estão concentrados os serviços de Hematologia, o hospital de dia polivalente, a Imunoalergologia, a Oncologia e as doenças infecto-contagiosas. A situação tende a eternizar-se porque o novo hospital, se tudo correr bem, poderá levar cerca de seis anos a ser concluído.
A sala de tratamentos da Oncologia, que chega a receber 70 doentes por dia, é exígua para os 13 cadeirões, que distam poucos centímetros entre si. Frequentemente, há doentes que vomitam por causa dos medicamentos administrados e isso acontece à frente de todos. A falta de espaço e de privacidade gerou queixas de doentes e de profissionais.
As reclamações foram reportadas à administração que, na sexta-feira passada, autorizou a aquisição de novos contentores para ampliar o espaço de tratamentos de Oncologia.
Dois Mundos
E que bem que o mercado funciona nos grandes centros urbanos, sobretudo Lisboa e Porto. Criam-se rapidamente dois mundos: o do público e o do privado. Pegando no que se passa na educação, os agregados com maiores rendimentos, tendencialmente com melhores níveis de habilitações, apenas colocam os seus filhos em escolas privadas. A classe média esforça-se então para seguir tal tendência. Embora o argumento seja sempre a busca de melhores instalações, melhor modelo de ensino ou a maior oferta de actividades extra-curriculares, consciente ou inconscientemente são também as convivências sociais que se procura seleccionar quando se toma tal opção. As escolas públicas acabam deste modo por ficar relegadas para filhos de famílias com menores recursos, tendencialmente com menores habilitações e onde outros problemas sociais se fazem sentir com maior intensidade. A saudável mistura de classes começa a desaparecer. Caminha-se então para a guetização do sistema público de ensino, sobretudo nos primeiros anos de escolaridade.
O panorama na saúde não é diferente. Com a proliferação de seguros e hospitais privados, a rede pública nos grandes centros urbanos fica subitamente relegada para a parte da população que não pode pagar. Caricaturando um pouco o panorama, entramos num qualquer hospital público em Lisboa e parece que de repente o país empobreceu, envelheceu e foi invadido por hordas de imigrantes (esses malvados). As instalações frequentemente decadentes dão o toque final a todo o cenário. Pelo contrário, se nos dirigirmos a um hospital privado na capital (e.g. CUF Descobertas, Lusíadas, Luz), subitamente embarcamos no maravilhoso país da classe média. Não há vestígios de pobres ou idosos e as novas e maravilhosas instalações parecem devidamente ornamentadas com pessoas bonitas.
Não querendo dramatizar em demasia o panorama, o acesso a estes dois sectores – educação e saúde – ilustra bem as fronteiras de classe que se erguem nas grandes cidades. É lamentável que dois mundos estejam a ser aceleradamente construídos à vista de todos e que se considere tal facto uma normalidade... Ou, pior ainda, como um sinal de modernidade. Que estranha modernidade esta...
Médicos fazem greve de três dias no Funchal

No comunicado divulgado pelo SIM, os médicos afirmam que tomaram a decisão de fazer a greve porque “gostam do que faziam... e vêem o seu trabalho de anos a ser destruído, de forma premeditada, em favor da actividade privada”.
O panorama descrito é devastador: “Unidades encerradas, camas retiradas ao serviço, médicos de prestígio a aposentar-se antecipadamente ou a serem compelidos a pedirem exoneração da Função Pública.”
A greve, justifica ainda o comunicado, é para defender melhores condições para atender os doentes, mais tempos operatórios, manutenção de resposta em cirurgia operatória de crianças, entre outras medidas.
Os médicos denunciam ainda “o desvelo persecutório, consubstanciando-se em inquirições e processos disciplinares, perseguições , humilhações e pseudo-disciplina".
A próspera China revela-se aos vizinhos

Enquanto as tensões entre Pequim e Tóquio dão poucos sinais de cederem, muitos temem que, como a China superou o Japão como segunda maior potência mundial, se intensifiquem as suas ambições de unificação mediante a reclamação de territórios perdidos.
Alguns, inclusive, dizem que o restabelecimento de uma ordem internacional onde a China ganhe supremacia na região – e além dela – está na agenda de Pequim. Um artigo publicado em Outubro na edição online da revista norte-americana Foreign Policy afirma que Pequim abandonou a sua filosofia de “auge pacífico”. Sugeriu que a China está voltando a uma perspectiva sino-cêntrica do mundo, colocando-se no ponto mais alto da hierarquia política e vendo outros Estados soberanos como entidades inferiores.
A intranquilidade pelo ressurgimento dessa mentalidade na elite governante do país ficou exposta inclusive em meios de comunicação nacionalistas como o jornal Global Times, da China. “O êxito chinês é o resultado da reforma e da abertura, mas não acarretou uma mentalidade mais aberta. Pelo contrário, causou o regresso de uma ideologia centrada em sim mesma”, disse um artigo de opinião publicado no dia 11.
“As culturas que rodeiam a China historicamente preocuparam-se em ficar sepultadas por outras civilizações poderosas. Agora, sentem-se incomodadas diante (...) da excessiva ênfase da China em sua própria civilização”, afirmava o artigo. Em Setembro, o mesmo jornal declarou que as reclamações da China perante a prefeitura de Okinawa sobre as disputadas Ilhas Senkaku (Diaoyu, em chinês) são parte de uma reclamação mais ampla, que sustenta que o Japão as arrebatou da dinastia Qing (no poder entre 1644 e 1912).
Em Setembro, quando eclodiram as disputas sobre essas ilhas entre China e Japão, Pequim cancelou reuniões diplomáticas com Tóquio. Também cessou a exportação de alguns materiais dos quais o Japão depende, e reclamou uma desculpa depois que Tóquio cedeu às suas exigências e libertou os detidos tripulantes de uma embarcação chinesa dedicada à pesca de arrastão.
Pequim também reagiu com fúria às declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, que descreveram a sua represália como “histérica”. A ira chinesa ficou palpável quando, no começo deste ano, os Estados Unidos enfrentaram as suas reclamações sobre os territórios do Mar da China Meridional argumentando que se tratava de uma área marítima comum.
Numa reunião sobre segurança da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), realizada em Julho, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, enfatizou a importância de o seu país aderir à liberdade de navegação no Mar da China Meridional, por considerá-lo um “interesse nacional”.
Nessas vias marítimas internacionais há pequenas ilhas, como as Spratly e as Paracel, que são reivindicadas, total ou parcialmente, por não menos de seis países. O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yang Jiechi, respondeu que Pequim considera o Mar da China Meridional “um interesse nacional central” e que a “China é um país grande, e outros países são pequenos, e isso é simplesmente um facto”.
A maior parte das recentes disputas territoriais da China tem por objecto o mar, o que ilustra a nova campanha do país para aumentar o seu espaço para o desenvolvimento, bem como obter novos recursos energéticos e minerais.
Em Agosto, Pequim anunciou que enviara um submarino tripulado para as profundidades do Mar da China Meridional para instalar a bandeira chinesa no seu leito e assim iniciar a busca de valiosos depósitos de minerais. Acredita-se que as ilhas Senkaku/Diaoyu também estão localizadas sobre depósitos submarinos de gás natural. Não parece mera coincidência.
A ênfase chinesa nos direitos sobre o mar não é nova e data da época do arquitecto da reforma económica, Deng Xiaoping (1904-1997). Ao contrário de Mao Zedong (1893-1976), que travou guerras pela terra com países vizinhos, Deng destacou a importância da soberania chinesa e dos direitos marítimos.
Enquanto a economia chinesa cresce em ritmo acelerado, pressionando os recursos e os fornecimentos energéticos do país, a exploração marinha e o desenvolvimento assumem nova urgência. Nos últimos anos, a China tomou medidas para fortalecer a sua defesa marítima e contar com uma moderna guarda costeira, paralela à dos Estados Unidos e do Japão.
Do ponto de vista de Pequim, a escalada de recentes disputas territoriais deve-se totalmente ao facto de os Estados Unidos voltarem a envolver-se, com um alto perfil, na região. Em Setembro, o presidente Barack Obama organizou uma cimeira com os dez membros da Asean e comprometeu-se no sentido de o seu país ter um “papel de liderança na Ásia”. Alguns já alertam que o ressurgimento dos Estados Unidos na região despojará a Asean da sua própria voz. Espera-se que a quinta Cimeira da Ásia Oriental convide os líderes da Rússia e dos Estados Unidos a participar dela a partir de 2011.
Para Pequim, essas boas-vindas às “grandes potências” busca contrapor-se ao auge da China. “Washington tenta semear desconfiança entre a China e a Asean”, disse Ma Ying, do Instituto de Xangai para os Estudos Internacionais, alertando que a região pode ficar novamente envolvida na batalha entre as duas superpotências pela influência na área.
28/10/2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Os advogados preferidos do Bloco Central

Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde
Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente
Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente
à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena
O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.
Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.
Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.
Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.
Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.
Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.
Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.
A Deputada
Rita Calvário
Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?
Comunicado de Imprensa
Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR
Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena
O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.
Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.
Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.
A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.
Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.
A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.
No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.
No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.
Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.
Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.
O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.
A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena
Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República
Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.
O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.
Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena
Carta à AUSTRA
INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.