Três eurodeputados, o romeno Severin, o austríaco Ernst Straser e o esloveno Zoran Thaler – alegadamente encontraram forma de “vender os seus serviços” e apoiar a adopção de várias emendas legislativas em troca de 100 mil euros oferecidos por jornalistas Britânicos do Sunday Times, que se fizeram passar por lobistas financeiros. O acordo que os três eurodeputados aparentemente terão aceite conduziu à imediata demissão dos dois socialistas, Strasser e Thaler, tendo o terceiro eurodeputado sido expulso do partido ao não apresentar a sua demissão, não se sabendo até ao momento o que sucederá com o quarto eurodeputado também implicado. Severein negou qualquer infracção e recusa apresentar a demissão do Parlamento Europeu, e apesar de ter sido já expulso do grupo S&D, continua com o seu lugar enquanto independente. O eurodeputado austríaco, de centro-direita, Ernst Strasser e o socialista Esloveno, Thaler, demitiram-se assim que saíram as primeiras notícias.
Pablo Zalba, eurodeputado espanhol do EPP, assumiu ter sido “enganado pelos jornalistas, disfarçados, do Sunday Times” e que não aceitou a sua oferta de dinheiro, mas ele patrocinou projectos de legislação a pedido dos alegados lobistas segundo avança a BBC.
De acordo com o jornal espanhol El Pais, “ele assumiu ter submetido a segunda emenda porque pensou poder ser uma ajuda aos pequenos investidores”, Mas a equipa do Sunday Times afirma que era claro que ele seria pago pelos seus serviços.
O presidente socialista Martin Schulz também admitiu que o escândalo “leis por dinheiro”, “tem sido muito prejudicial” para a imagem da instituição e disse ainda os líderes dos vários grupos do Parlamento têm encontro marcado para a próxima quinta-feira para discutir o assunto, mas o grupo ALTER_EU, pediu a demissão imediata do deputados e ainda que a liderança do parlamento se comprometa com “uma profunda ética e com reformas tendo em vista a uma maior transparência”.
Segunda-feira, o OLAF (organismo europeu de luta anti-fraude) afirmou que após as notícias do Sunday Times dever-se-à proceder a uma investigação formal e sem mais demoras tendo em conta “os potenciais danos na reputação das instituições europeias”. Dois dias depois da divulgação da notícia, investigadores do OLAF tentaram recolher provas junto dos gabinetes dos deputados no Parlamento Europeu, mas as autoridades da instituição negaram o pedido de acesso que estariam sob a protecção da pessoal de segurança do próprio Parlamento Europeu.
No dia seguinte, Buzek, presidente do PE, enviou uma carta ao OLAF declarando estar contra uma investigação dentro do edifício do Parlamento Europeu e pedido que lhe fosse dada uma explicação mais precisa sobre as competências desempenhadas pelo organismo durante as buscas. De acordo com este organismo, a justificação legal (artigo 325 do TFEU) sobre os seu mandado de conduta e investigação foi enviado um dia depois,, e o OLAF foi informado instantaneamente do que o Parlamento Europeu iria proceder, igualmente, a um consulta interna sobre este caso.
Artigo de Helena Carvalho, publicado no site do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu
Sem comentários:
Enviar um comentário