segunda-feira, 25 de abril de 2011

Japão: o mapa da vulnerabilidade

A economia japonesa, devido ao desastre e às consequências, tornou-se vulnerável. A situação vai agravar-se no Verão, com a falta de energia que assolará Tóquio, o coração do país.
Foto de Abode of Chaos, Flickr.
Foto de Abode of Chaos, Flickr.
Este não foi um bom ano para o Japão Primeiro, pelo facto de ter caído no ranking mundial de segunda para terceira economia, e ninguém é capaz de dizer se conseguirá manter essa posição e por quanto tempo. Como se diz popularmente: os tempos mudaram…
Mas a questão mais importante é que, após ter sido considerado um dos países mais seguros e onde as coisas funcionavam com alto grau de precisão, o país é um dos mais vulneráveis da actualidade
Depois de mais de um mês de incertezas sobre o futuro de Fukushima 1, a operadora, Tóquio Electricidade (TEPCO) fez um pronunciamento público apresentando o seu plano de estabilização da situação, dizendo que, num prazo entre 6 a 9 meses, poderá ter a situação sob controlo. E que poderá desactivar os reactores.
Em primeiro lugar, a TEPCO só o fez porque está a ser pressionada por todos os lados. Mas no dia seguinte ao pronunciamento, quando os robôs americanos entraram na central para medir a radiação e ficou constatado que com o alto nível é difícil que trabalhadores possam realizar a imensa quantidade de trabalho necessário lá dentro, nem mesmo o porta-voz do governo, Yukio Edano, sabia dizer se no plano da TEPCO essa eventualidade tinha sido levada em consideração Não é necessário ser um Einstein para saber que o pronunciamento da TEPCO é semelhante ao que fazem os candidatos em véspera de eleição. É uma manifestação de vontade, mas não se pode afirmar que esteja baseada na realidade. Para uma empresa que tem mentido sistematicamente, assim como o governo, não será nada difícil que, findo esse prazo, se acrescente uma série de dificuldades para explicar os porquês de não ter sido possível cumprir os mesmos. Mas, em qualquer hipótese, nalgumas semanas isso ficará evidente, e já podemos esperar por um plano número dois, que poderá ser seguido por um número 3 ou 4.
Porque não é necessário ser um especialista para saber que uma solução definitiva para Fukushima é o sepultamento com betão, como Chernobyl. Um sepultamento que seja à prova de um terremoto magnitude 9 ou superior, pois, agora, dificilmente alguém poderá alegar que isso nunca acontece. Os estatísticos poderão argumentar que a probabilidade é pequena, mas trata-se de uma região que está a ser assolada por terremotos de grande magnitude, ainda que não sejam de escala 9.
Trabalhei durante vários anos no sector de construção civil e sei, por essa experiência, que o primeiro passo é fazer um projecto, desenhos etc. Isso, em qualquer circunstância levará alguns meses. Após a feitura do projecto, é necessária a aprovação e isso também pode levar alguns meses, mesmo que o governo lhe dê prioridade. Pensar que só essa parte gastaria algo em torno de um ano ou mais não é nenhum exagero. A implementação do projecto em condições normais, dada a envergadura da central nuclear, levaria mais de um ano ou dois, mesmo se trabalhando 24 horas por dia. Mas não são condições normais. Existe radioactividade e os trabalhadores não podem executar o projecto como é feito quando se constrói um prédio de 40 ou 50 andares. Serão necessários equipamentos especiais? Quais? Onde estão? A TEPCO não explica nada disso no seu plano. O motivo é simples: não tem como explicar.
Desde que fui despertado pelo terramoto, em 11 de Março, tenho escrito de maneira crítica sobre a questão de Fukushima 1. Com a atitude da TEPCO durante todos esses dias, só posso concluir que esse plano de 6 a 9 meses é uma farsa. Mais uma entre outras que virão nas próximas semanas. Colocar Fukushima sob controlo vai demorar não 6 ou 9 meses, mas alguns anos. Se esses senhores, operando um milagre, conseguirem sepultar Fukushima em 3 anos já seria um feito a se comemorar, apesar da tragédia. Mas penso que um prazo realista é bem superior a esse.
O que isso significa? Um barco é projectado para enfrentar fortes ondas no mar. Mas se se enche esse barco de água, em todos compartimentos, ele já não terá a mesma capacidade de enfrentar as ondas. É o que ocorre com Fukushima 1. Não só não resistiu ao terramoto e ao tsunami, como é uma espécie de barco cheio de água dentro. Qualquer onda mais poderosa pode fazê-lo naufragar. Na actual situação, para que Fukushima naufrague, não é necessário um terramoto escala 9. Um menor pode fazer com que a situação saia do controle outra vez. Seria um exagero, se desde o dia 11 não tivessem ocorrido mais de 1.000 terramotos com magnitude superior a 4,5, o que, convenhamos, não é nenhuma brincadeira.
A economia japonesa, devido ao desastre e às consequências, tornou-se vulnerável. A situação vai agravar-se no Verão, com a falta de energia que assolará Tóquio, o coração do país.Ninguém sabe as consequências desse próximo Verão. Muito se tem falado sobre os planos de reconstrução, mas neste exacto momento, milhares de trabalhadores da construção civil não podem ir para a área devastada por que falta material de construção…
Não se trata apenas de uma vulnerabilidade económica. Durante o período de alguns anos, até que se chegue ao final do sepultamento de Fukushima, em condições apenas relativamente seguras, o Japão continuara vulnerável. Até lá, nem mesmo os guionistas de Hollywood são capazes de imaginar o que pode ser a área de Kanto, onde fica Tóquio, caso ocorra mais um “desastre natural”. Especialistas têm afirmado que um aftershock de escala 8 é plausível neste período. Precisamos de mais?
Governo prepara a terceira tragédia
A imprensa divulgou que o governo planeia aumentar o imposto sobre o consumo de 5 para 8%, como forma de viabilizar a “reconstrução”. Trata-se de um golpe baixo, utilizando o estado psicológico da população para desferir o maior ataque aos trabalhadores, que já se encontram atacados com a alta dos preços de diversos produtos, em particular os alimentos, que pesam no orçamento familiar. Após a tragédia natural e a nuclear, o governo prepara mais este ataque.
Com isso, não teremos um país mais estável ou competitivo. Aumentar o imposto irá inibir o consumo, o que tem um efeito recessivo. Parte desse dinheiro será desviado para o bolso das grandes construtoras, que serão beneficiárias de projectos de necessidade duvidosa. A outra parte será usada para tapar o défice público, que se tornou mais preocupante com a tragédia. Será a terceira tragédia vivida pela população num período de algumas semanas…
Luta anti-nuclear estende-se à Índia
Durante a semana, centenas de manifestantes saíram às ruas na Índia, para protestar contra a construção de reactores nucleares. A polícia de Manmohan Singh, o primeiro-ministro, disparou sobre os manifestantes, assassinando um e ferindo vários.
A população teme que ocorra uma nova Fukushima. Teme também que o lixo radioactivo possa interferir nas suas vidas. Além disso, o governo pretende pagar um valor baixo pela desapropriação das terras.
Com todo o respeito que temos pela Índia, não se pode afirmar, devido à pobreza da infra-estrutura local, que seja o país mais adequado para a produção de energia nuclear. Se mesmo países como Japão e os EUA passaram pelos maiores desastres nucleares, o que poderemos esperar da Índia?

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.