As direcções do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda vão reunir-se na próxima sexta-feira às 11 horas na Assembleia da República. Na agenda do encontro estão consultas mútuas sobre a crise política e social que o país atravessa. A reunião foi proposta pela Comissão Política do Bloco de Esquerda e aceite pela direcção do PCP.
Para Jorge Costa, dirigente do Bloco, “a troca de impressões que se vai realizar é muito importante e vem na sequência de múltiplas convergências na recusa da política do FMI que já está a ser aplicada em Portugal”.
Recorde-se que na sexta-feira o coordenador do Bloco, Francisco Louçã, anunciou que vai propor à VII Convenção, de 7 e 8 de Maio, uma estratégia de unidade à esquerda, no sentido de diálogos com o PCP, sindicalistas e socialistas.
“O caminho que faremos é para desenvolver a capacidade de aproximação entre os distintos sectores da esquerda, sabendo que, no Parlamento e na vida social, nos temos encontrado na recusa da recessão, com o PCP, com sindicalistas, com trabalhadores e activistas sociais que são independentes, com gente que se tem abstido e com muita gente que tem votado no PS não aceitando hoje as políticas de recessão”, disse, acrescentando que defende uma estratégia que promove “todas as pontes necessárias e todos os diálogos possíveis”, de modo a “construir uma alternativa que possa governar, liderar e alterar as regras desta economia que se tem fechado no desastre económico”. Na mesma oportunidade, Louçã observou que “na luta contra as medidas liberais e em defesa dos salários e do emprego, PCP e BE têm tomado posições convergentes”.
Em resposta, Jerónimo de Sousa disse este domingo que, para as legislativas de 5 de Junho, o PCP mantém a coligação com o Partido Ecologista “Os Verdes”. Mas está disposto a entender-se numa aliança pós-eleitoral com o Bloco de Esquerda. “Há muitos homens e mulheres, portugueses, preocupados com o futuro do país, que procuram dar uma contribuição para travar este rumo. Em relação ao BE, é preciso que clarifique os seus objectivos. Mas não temos nenhum preconceito em considerar que existam portugueses também preocupados com a situação dispostos a fazer um esforço para esse governo patriótico e de esquerda”, disse o secretário-geral dos comunistas, que sublinhou: “A concretização da política necessária à resolução dos problemas nacionais exige a formação de um governo patriótico e de esquerda capaz de assegurar uma nova fase da vida do país marcada pelo desenvolvimento, a justiça e o progresso social, um governo para salvar o país e não um governo dito de salvação nacional”.
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