segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Inundações para o Paquistão; inundações de dinheiro para o seu líder

Um desastre de âmbito bíblico: as inundações desencadeadas há um mês por chuvas torrenciais das monções afectaram mais de 17,2 milhões de pessoas e mataram mais de 1.500, segundo o órgão de gestão dos desastres do Paquistão. Agosto é a estação das monções no Paquistão. Este ano as chuvas torrenciais continuam a cair, razão pela qual as águas não têm escoado. Perto de dois mil mortos e mais de 20 milhões de desalojados. Os desastres provocados pelo homem – a guerra no Afeganistão, a sua expansão até ao Paquistão – já são maus que cheguem. Agora o país enfrenta o seu pior desastre natural de todos os tempos. A maior parte dos governos teria tido dificuldade em aguentar esta situação, mas este regime está praticamente paralisado.
Ao longo dos últimos sessenta anos, a elite governamental do país nunca foi capaz de construir uma infra-estrutura social para o seu povo. Este é um defeito estrutural que tem vindo a piorar e que afecta adversamente a maioria da população. Para que os empréstimos continuem a fluir, os dirigentes actuais do país seguem ansiosamente os ditames neoliberais do FMI. Não tendo servido de ajuda em tempos melhores, estes são agora inúteis, numa altura em que o país atravessa a sua pior crise humanitária das últimas décadas.
A resposta do Ocidente tem sido menos que generosa, causando o pânico em Islamabad com jornalistas pró-Estados Unidos no país alegando que se a ajuda não chegar, os terroristas poderão tomar conta do país. Isto é um disparate. O Exército paquistanês controla com firmeza os esforços para apoio nas inundações. Grupos religiosos e outros também estão a angariar fundos e a ajudar os desalojados. É normal.
Desde o 11 de Setembro, uma desenfreada fobia islâmica tem atacado a Europa e partes da América do Norte. Na “multicultural Inglaterra” uma sondagem de opinião revelou que mais de 50% das pessoas, quando ouve a palavra “Islão”, pensa logo em “terrorista”. A França e a Alemanha, a Holanda e a Dinamarca não são diferentes.
Este tratamento do Islão como o “outro” não está desassociado das guerras no Iraque e no Afeganistão, mas a atitude é tão errada quanto o anti-semitismo que incendiou o preconceito e o genocídio durante a primeira metade do século XX. Um milhão de iraquianos mortos desde a ocupação. Quem é que se importa? Civis afegãos morrem todos os dias: A culpa é deles. O Paquistão está todo inundado pelas cheias: indiferença. Esta é, sem dúvida, uma razão para a falta de resposta.
Zardari junta-se ao Clube do Sapato com Bush
Uma outra razão é interna. Muitos cidadãos de origem paquistanesa com quem falei nas últimas semanas estão relutantes em enviar dinheiro porque temem que vá parar aos enormes bolsos dos líderes corruptos que governam o país. Quando as primeiras cheias começaram a surgir no Paquistão, o presidente do país partiu para a Europa. As propriedades tinham de ser inspeccionadas; o seu filho tinha de ser coroado como futuro líder do Paquistão num comício em Birmingham, Inglaterra.
“Milhares a morrerem e o presidente está em férias”. Enquanto eram exibidas nas televisões europeias as imagens de um país a afundar-se, o presidente do Paquistão estava a caminho do seu castelo do século XVI no interior da França. A coroação em Birmingham foi adiada. Era demasiado grosseiro mesmo, mas para os lealistas. Em vez disso, Zardari proferiu um discurso ridículo e um ancião de Caxemira, irritado com o absurdo da situação, levantou-se e atirou um dos seus sapatos ao empresário-presidente, chamando-o de ”corrupto e ladrão”. Zardari deixou o recinto furioso. A notícia de primeira página do maior jornal paquistanês dizia: “Zardari junta-se ao Clube do Sapato com Bush”.
Alguns manifestantes levantavam os seus sapatos às imagens de Zardari, enquanto outros empunhavam cartazes que diziam “Milhares a morrerem e o presidente está em férias”, “Milhares de mortos, milhões de desalojados” e “Estão os Zardari a desfrutar a Inglaterra enquanto o Paquistão se afunda?” Nada disto ajudou a angariar mais dinheiro.
Enquanto apareciam nas televisões europeias imagens do Paquistão mergulhado na crise e do seu povo na miséria, um helicóptero da força aérea francesa transportava o homem mais rico do Paquistão à sua mais extravagante propriedade europeia, o castelo do século XVI, Manoir de laReine Blanche, com os seus cinco hectares de parques, lagos e florestas. Construído originalmente para a viúva do Rei Filipe VI, é agora propriedade do viúvo paquistanês. Como é que ele tem dinheiro para comprar uma mansão assim? Toda a gente sabe. Pagamentos de comissões de empresas que investem no país.
Entretanto, em território paquistanês, o grupo Jang, o maior império da comunicação social, foi notificado pelo governo para se conter e não passar imagens do incidente do sapato atirado ao presidente na Geo TV. Eles rejeitaram a sugestão, e em vez disso entrevistaram a pessoa que atirou o sapato.
Incapazes de travar o YouTube, os homens de Zardari desligaram a emissão da Geo e uma outra rede de informação, ARY, em Carachi e partes de Sind. E centenas de jiyalas de Zardari, ou seja os seus irracionais lealistas partidários, juntaram-se fora das instalações da Geo em Carachi, e atiravam pedras e sapatos ao edifício. Tudo isto em reacção à decisão da Geo de mostrar as imagens do incidente do sapato.
Jornais do grupo Jang foram incendiados em toda a cidade de Carachi. Nem sinal de polícia. Em reacção, a Geo começou a repassar imagens de Benazir Bhutto defendendo a liberdade de imprensa. As inundações continuam…
27 de Agosto de 2010
Tradução de Noémia Oliveira para o Esquerda.net

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.