sábado, 18 de setembro de 2010

Por que razão o WikiLeaks deve ser protegido

As revelações do WikiLeaks envergonham a secção dominante do jornalismo, dedicada meramente a fazer estenografia estatal, não jornalismo. Por John Pilger.
Em histeria, os lá de cima exigem que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seja "caçado" e "entregue". Ilustração de R_SH, FlickR
Em histeria, os lá de cima exigem que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seja "caçado" e "entregue". Ilustração de R_SH, FlickR
A 26 de Julho, o WikiLeaks divulgou milhares de ficheiros militares secretos dos Estados Unidos sobre a guerra no Afeganistão. Encobrimentos, uma unidade de assassinato secreta e a matança de civis estão aí documentados. Ficheiro após ficheiro, as brutalidades ecoam um passado colonial. Desde o arquipélago Malaio e do Vietname até ao Domingo Sangrento e a Bassorá, pouco mudou. A diferença é que hoje há uma maneira extraordinária de saber como as sociedades distantes são rotineiramente devastadas em nosso nome. O WikiLeaks adquiriu registos de seis anos de matança de civis tanto no Afeganistão como no Iraque, de entre os quais os que foram publicados noGuardian, no Der Spiegel e no New York Times são uma fracção.
Há compreensivelmente uma histeria entre os lá de cima, com exigências de que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seja "caçado" e "entregue". Em Washington, entrevistei um funcionário sénior de Departamento de Defesa e perguntei: "pode dar uma garantia de que os editores do WikiLeaks e o editor-chefe, que não é americano, não serão submetidos a essa espécie de caça ao homem que lemos nos meios de comunicação?" Ele respondeu, "Não estou em posição para dar garantias de nada." Orientou-me para a "investigação criminal em curso" de um soldado dos Estados Unidos, Bradley Manning, um pretenso whistlebloweri. Numa nação que afirma que a sua Constituição protege quem conta a verdade, a administração Obama está a perseguir e a acusar judicialmente mais whistleblowers do que qualquer dos seus predecessores modernos. Um documento de Pentágono afirma cruamente que os serviços de informações dos Estados Unidos pretendem "marginalizar fatalmente" o WikiLeaks. A táctica preferida é a de denegrir, com jornalistas ligados às grandes empresas sempre prontos a desempenhar o seu papel.
A 31 de Julho, a repórter-celebridade americana Christiane Amanpour entrevistou o Secretário da Defesa Robert Gates para a rede ABC. Ela convidou Gates a descrever aos espectadores a sua "raiva" contra o WikiLeaks. Deu eco à frase do Pentágono "esta fuga de informação tem sangue nas mãos", dando assim deixas a Gates para dar o WikiLeaks como "culpado" por “culpabilidade moral”. Tal hipocrisia vinda dum regime banhado em sangue do povo do Afeganistão e do Iraque – como os seus próprios ficheiros tornam claro – aparentemente não é para investigação jornalística. Isto nem sequer é surpresa agora que uma nova e destemida forma de responsabilização pública, que o WikiLeaks representa, ameaça não só os fazedores da guerra como os seus apologistas.
A sua propaganda actual é que o WikiLeaks é "irresponsável". No princípio deste ano, antes de lançar o vídeo feito a partir da cabina de um American Apache a matar 19 civis no Iraque, incluindo jornalistas e crianças, o WikiLeaks enviou pessoas a Bagdade para encontrar as famílias das vítimas para os preparar. Antes do lançamento dos Afghan War Logs ii no mês passado, o WikiLeaks escreveu à Casa Branca pedindo que identificasse nomes que pudessem desencadear represálias. Não houve resposta. Mais de 15.000 ficheiros foram retidos e esses, diz Assange, não serão libertados até terem sido escrutinados "linha a linha" para que os nomes dos que estão em risco possam ser eliminados.
A pressão sobre o próprio Assange parece inflexível. Na seu país, a Austrália, a ministra das Relações Exteriores sombra, Julie Bishop, disse que se a sua coligação de direita ganhar as eleições gerais a 21 de Agosto, será empreendida "acção apropriada" se um cidadão australiano tiver iniciado deliberadamente uma actividade que pode pôr em perigo as vidas das forças australianas no Afeganistão ou minar as nossas operações de qualquer maneira." O papel australiano no Afeganistão, efectivamente um mercenário ao serviço de Washington, produziu dois resultados notáveis: o massacre de cinco crianças numa aldeia da província de Oruzgan e a desaprovação esmagadora da maioria dos australianos.
Maio passado, depois do lançamento da filmagem do Apache, Assange viu o seu passaporte australiano temporariamente confiscado quando regressou a casa. O governo trabalhista de Canberra nega ter recebido pedidos de Washington para o deter e para espiar a rede WikiLeaks. O governo de Cameron também o nega. Eles eram capazes de o fazer, não é? Assange, que veio a Londres no mês passado para trabalhar na revelação dos registos de guerra, teve de deixar a Grã-Bretanha apressadamente para ir, como ele disse, para "climas mais seguros."
A 16 de Agosto, o Guardian, citando Daniel Ellsberg, descreveu o grande whistleblower israelita Mordechai Vanunu como "o herói preeminente da era nuclear." Vanunu, que alertou o mundo para as armas nucleares secretas de Israel, foi raptado pelos israelitas e preso durante 18 anos depois de ser deixado desprotegido pelo London Sunday Times que publicara os documentos fornecidos por ele. Em 1983, outra whistleblower heróica, Sarah Tisdall, uma funcionária do Gabinete dos Negócios Estrangeiros, enviou documentos ao Guardian que revelaram como o governo Thatcher planeou manipular a informação da chegada de mísseis cruzeiro americanos à Grã-Bretanha. O Guardian cumpriu com uma ordem do tribunal para entregar os documentos, e Tisdall foi para a prisão.
Num sentido, as revelações do WikiLeaks envergonham a secção dominante do jornalismo, dedicada meramente a desmontar apenas o que o poder cínico e maligno lhe indica. Isso é estenografia estatal, não jornalismo. Vejam o sítio do WikiLeaks e leiam um documento do Ministério de Defesa que descreve a "ameaça" do verdadeiro jornalismo. E realmente devia ser uma ameaça. Tendo publicado habilmente a revelação do WikiLeaks duma guerra fraudulenta, oGuardian deve agora dar o seu apoio editorial mais poderoso e sem reservas à protecção de Julian Assange e dos seus colegas, cuja narração da verdade é tão importante como qualquer uma no meu tempo de vida.
Gosto da sagacidade seca de Julian Assange. Quando lhe perguntei se era mais difícil publicar informação secreta na Grã-Bretanha, ele respondeu, "Quando vemos documentos rotulados pela Lei dos Segredos Oficiais, vemos que afirmam que é um delito conservar a informação e que é um delito destruir a informação. Portanto o única saída possível que temos é publicar a informação."
19 de Agosto de 2010
Publicado em Information Clearing House e johnpilger.com
Tradução de Paula Sequeiros para o Esquerda.net

iaquele/a que revela factos encobertos
ii Registos da Guerra Afegã

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.