A administração da Unidade de Saúde da Guarda multou em 33 mil euros dois signatários dum abaixo assinado contra o encerramento de serviços de saúde.
A contestação aos encerramentos de maternidades em 2006 levou 56 médicos do hospital da Guarda a dirigirem um abaixo-assinado a José Sócrates para que clarificasse a política de retirar serviços de saúde ao interior do país, distribuindo-o também por outras 17 entidades. Mas o administrador da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG), que também recebeu uma das cartas, não gostou de ver o abaixo-assinado em papel timbrado do hospital, tendo retido as restantes cartas no expediente da USLG e apresentado queixa no Ministério Público por "difamação e injúria", a par de outra por "burla e/ou abuso de poder".
Segundo o jornal Público, o administrador Fernando Girão, que é também dirigente concelhio do PS em Foz Côa, ordenou a abertura dum processo disciplinar contra o oftalmologista Henrique Fernandes e o anestesista Matos Godinho, considerados os promotores daquela iniciativa em que os médicos expressavam a sua preocupação com o futuro do sistema de saúde.
O Ministério Público arquivou a queixa do administrador no passado dia 6 de Abril, argumentando que "a utilização do papel timbrado da instituição para a elaboração do abaixo-assinado não configura qualquer ilícito criminal, assim como o seu envio pelo serviço de expediente". E decidiu, pelo contrário, avançar com uma acusação a Fernando Girão por violação de correspondência.
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