domingo, 9 de janeiro de 2011

O afundamento de Chimérica

Agora com a crise global instalada, Chimérica está condenada à desintegração. A população dos Estados Unidos foi atingida e não poderá continuar a ser o consumidor insaciável de que a China precisa.
Obama e Hu Jintao, Cimeira do G20, Seul 2010
Obama e Hu Jintao, Cimeira do G20, Seul 2010
Nos últimos 20 anos a economia mundial foi dominada por uma relação simbiótica entre a China e os Estados Unidos. Este consórcio baseou-se em vínculos comerciais e financeiros sui generis, por trás dos quais se escondem profundas mudanças estruturais em ambas as economias. A associação foi baptizada Chimérica, uma mistura não muito feliz de China e América (porque os norte-americanos insistem em se chamarem a si próprios como o continente).
O complexo Chiméricaassemelhava-se um casamento fracassado. O desenlace poderá, no entanto, ser um divórcio conflituoso em que “todo o bairro” vai ter de pagar os pratos quebrados.
Nesta aliança, algo involuntária, a China era a parte que poupava e produzia enquanto os Estados Unidos eram o consumidor, o gastador inveterado. A China manteve um superavitem conta-corrente durante 20 anos e chegou a acumular reservas internacionais de 2.3 biliões (milhões de milhões) de dólares. Uma boa parte destas reservas são títulos do tesouro norte-americano. Neste processo, os dólares obtidos pela China no mercado mundial eram reciclados e enviados para os Estados Unidos como empréstimo.
Depois dos atentados do 11 de Setembro e do estouro da bolha de 2001, a China mostrou-se preocupada com a queda de valor do dólar. Agora em plena desvalorização da divisa dos Estados Unidos e com as perdas significativas dos investimento chineses no sector imobiliário norte-americano, Pequim, não revela apenas inquietação, mostra também irritação.
A retórica de Geithner sobre a manipulação chinesa da paridade para obter vantagens comerciais não ajudou a acalmar os ânimos. Pequim contra-atacou acusando os Estados Unidos de serem uns “mão-rotas” irresponsáveis (algo parecido com o que faz a Alemanha quando acusa os seus parceiros comerciais da bacia do Mediterrâneo).
Nos Estados Unidos o estímulo fiscal, com a cláusula de compra nacional, veio acompanhado dos primeiros surtos proteccionistas. Em meados de 2009, a China aprovou a sua versão da mesma cláusula enquanto os Estados Unidos criaram uma tarifa de 35% a aplicar às importações de rodas provenientes daquele país. Tudo parecia indicar que se ia desencadear uma guerra proteccionista. No entanto, esse perigo foi refreado em Washington pelo lóbi que integra mais de 700 empresas norte-americanas que migraram para a China à procura de custos laborais mais baixos.
Do lado monetário, as autoridades do banco central chinês declararam que era necessário substituir o dólar por uma verdadeira moeda internacional. Pequim começou a modificar a composição das suas reservas, a acumular ouro e a tecer alianças com outros países exportadores para impulsionar reformas no sistema monetário internacional. Hoje, os seus acordos de swaps de divisas com muitos países permitem-lhe evitar usar o dólar dos Estado Unidos, nas suas transacções.
Chimérica nasceu com as contradições que enfrentou a economia norte-americana a partir dos anos 70. Um mau desempenho da taxa de rentabilidade conduziu à estagnação dos salários, à queda da taxa de poupança e a um forte endividamento das famílias para manterem o seu nível de consumo. A Reserva Federal manteve uma politica de baixas taxas de juro de longo prazo, facilitando o consumo à população. Mas nenhuma das agências reguladoras pôde avaliar os riscos das diversas bolhas nos preços dos activos que a forte alavancagem do sector privado trazia associados.
O casamento de conveniência Washington-Pequim assentou na procura de locais de mão-de-obra barata por parte das empresas dos Estados Unidos, e no desejo de resolver um colossal desemprego, por parte da China. Para Pequim, a abertura ao investimento directo estrangeiro era a chave para obter em pouco tempo uma plataforma exportadora que lhe ia permitir elevar o nível de rendimento da sua população. Esta coincidência de necessidades recíprocas foi o que tornou possível urdir as relações económicas que acabaram por integrar a Chimérica.
Agora com a crise global instalada, Chimérica está condenada à desintegração. A população dos Estados Unidos foi atingida e não poderá continuar a ser o consumidor insaciável de que a China precisa. As políticas de austeridade que Washington vai aplicar, de agora em diante apenas aprofundarão a crise, impedindo qualquer tentativa de recuperação.
Por outro lado, Pequim deveria aceitar que a valorização da sua moeda é uma necessidade à escala mundial. Em vez disso, a China parece inclinar-se para a compra de activos reais nos sectores das minas e jazidas de petróleo em diferentes regiões do globo. As suas incursões na bacia do rio Congo revelam que a sua liderança quer assegurar-se de que o acesso aos recursos naturais não será um problema para as necessidades da economia chinesa. Mas nada disto permitirá resolver o problema estrutural de uma política mercantilista como a que a China tem estado a desenvolver.
A desintegração de Chimérica é inevitável. Mas não será um processo tranquilo. Talvez mesmo nem seja pacífico.
Publicado em 22 de Dezembro de 2010 no jornal mexicano La Jornada
Tradução de Natércia Coimbra para esquerda.net

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.