quarta-feira, 2 de junho de 2010

Demissão do presidente deixa Alemanha em choque

Horst Köhler é o primeiro presidente da Alemanha que deixa o cargo por razões políticas durante o seu exercício. Nunca tinha acontecido. Por João Alexandrino Fernandes, de Tübingen, Alemanha, para o Esquerda.net.
Residência oficial do Presidente da Alemanha. Foto oficial
Residência oficial do Presidente da Alemanha. Foto oficial
Como é já do conhecimento geral, o presidente da Alemanha renunciou ao exercício do seu cargo, com fundamento nas críticas que lhe tinham sido dirigidas por afirmações proferidas no seguimento de uma visita às tropas alemãs no Afeganistão. A atitude de Horst Köhler deixou a Alemanha num verdadeiro estado de choque. A renúncia do presidente era, até hoje, uma situação impensável, de tal modo imprevista que nem sequer se encontra, de forma específica, prevista pelo texto da Constituição alemã (que se designa por Grundgesetz, o que significa Lei Fundamental).
Assim, logo a seguir à conferência dada por Horst Köhler, em que anunciou a sua decisão, as maiores cadeias noticiosas televisivas viram-se na necessidade de convidarem especialistas de direito constitucional, para poderem informar o público sobre qual seria o enquadramento jurídico a dar à situação. Em princípio, segundo a Constituição, o exercício do cargo do presidente termina quando chega ao seu termo legal. Admite-se um termo antecipado, mas tinha-se em mente o falecimento, doença ou qualquer outro impedimento grave do presidente, que não permitisse o exercício do cargo até ao fim. Na simples renúncia por motivos políticos não se pensava. Como os meios de comunicação social notaram, é um caso que faz história: Horst Köhler é o primeiro presidente da Alemanha que deixa o cargo por razões políticas durante o seu exercício. Nunca tinha acontecido.
Quanto à reacção dos partidos políticos com representação parlamentar, todos se revelaram surpreendidos. Assim, a CDU, através de Angela Merkel, lamenta a perda do presidente. Merkel diz que foi por ele informada telefonicamente cerca de duas horas antes da conferência de imprensa, que o tentou demover da sua intenção, mas que não conseguiu, que sempre estimou os conselhos de Köhler e que sentirá a falta do saber técnico do presidente. Guido Westerwelle,vice-chanceler, ministro dos negócios estrangeiros e chefe do FDP, tem uma reacção semelhante, diz que também foi informado telefonicamente por Köhler, que o tentou demover, mas sem resultados.
Do ponto de vista do SPD, portanto já no campo da oposição, Sigmar Gabriel, o seu actual presidente, aproveitou para atacar a coligação de governo CDU-FDP, com o argumento de que Köhler se demitiu porque lhe fora retirado o apoio político pelos mesmos que o escolheram e elegeram, ou seja, a coligação no poder.
Os Verdes, através de Cem Ӧzdemir e de Claudia Roth, insistem em que o facto de terem criticado Köhler pelas suas declarações não era motivo suficiente para a atitude tomada e entendem que o presidente não está acima das críticas e tem que saber aceitá-las. E vêem aqui um sinal de decadência e um prenúncio do fim da coligação no poder. Pelo Die Linke, Gregor Gysi disse que acha a atitude de Köhler algo exagerada e que o presidente devia saber suportar críticas e lidar com elas de forma mais soberana. Entende que a saída de Köhler da Presidência agudiza a crise do governo federal.
A população mostra-se surpreendida. Köhler, apesar de não ser um político que atraísse multidões, era um presidente que gozava de uma certa popularidade e consideração, devido à boa imagem que havia da sua competência em matérias económicas e da segurança que transmitia o facto de se saber que, sobretudo nestes tempos da crise financeira, a primeira figura do Estado era uma pessoa experiente na matéria, capaz de aconselhar o governo.
Sobre as causas da demissão, haverá a acrescentar o seguinte: como fundamento da sua atitude, Horst Köhler apontou a reacção política, que considerou desrespeitosa do seu cargo, em relação a afirmações que proferiu. Köhler dissera que a Alemanha tinha que estar consciente de que, com a sua política voltada para o comércio externo e dele dependente, eram, na dúvida e em caso de necessidade, precisas intervenções militares para proteger os seus interesses. Estas afirmações foram interpretadas politicamente como pretendendo referir-se à existência de motivações económicas na intervenção alemã na guerra do Afeganistão.
Não ficou ainda claro aquilo que Köhler quereria exactamente dizer com estas afirmações: pretenderia o presidente legitimar a guerra por motivos económicos? Expressou-se apenas incorrectamente? Possivelmente nem uma coisa, nem outra.
De facto, Horst Köhler não disse que a Alemanha está a conduzir, ou que deve conduzir, uma guerra por motivos económicos no Afeganistão – não foram estas as suas palavras e por isso considerou tal interpretação, e as críticas consequentes, como uma ofensa à dignidade do seu cargo.
Mas disse algo de muito sério, e foi o que o isolou e conduziu a esta situação: que, dada a forma como estrutura a sua economia, a Alemanha não pode deixar de entrar em consideração com a necessidade pontual da guerra. E que, portanto, os cidadãos alemães têm que ter consciência desse facto.
Dito de outra forma, os cidadãos alemães têm de ter consciência de que não vale a pena querer-se, por um lado, crescimento económico, aumento do bem-estar e da riqueza e viver no consumo e na abundância, e por outro lado, alimentar a ilusão de que tudo isto se obtém sempre por meios pacíficos. A disponibilidade para a guerra e, em certos casos pontuais, para a sua concreta passagem à prática, é o reverso da medalha do crescimento económico dos países que adoptam o modelo de desenvolvimento económico pelo qual a Alemanha optou. Essencialmente, foi isto que Horst Köhler disse. A partir daí, a sua permanência na Presidência tornou-se insustentável, para ele próprio e para a coligação que o apoiava.
Aguarda-se agora a solução para este vazio de poder - nomeadamente, quem vai ser o novo presidente da Alemanha. Angela Merkel já deixou claro, numa entrevista televisiva, que a maioria CDU-FDP vai propor um candidato, e que prefeririam alguém que também mereça a concordância da oposição. Mas não deu ainda qualquer indicação sobre a pessoa em quem estaria a pensar.
João Alexandrino Fernandes

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.