
O líder da UGT condenou o que classificou de discurso intimidatório por parte do chefe de Governo que deve estar preparado para a contestação. “É fundamental que se respeite as liberdades consagradas na Constituição, mas também criar condições para que não haja agitação social, descontentamento. É evidente que estamos num período de crise, em que é muito importante que o sacrifício seja gerido de forma equilibrada”, destacou João Proença.
“E é importante também que os portugueses comecem a ter esperança e não estarmos constantemente com discursos intimidatórios e que aumentam a insegurança das pessoas e que acaba por criar um clima de alarme social”, frisou.
Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, considerou uma provocação as palavras do primeiro-ministro e avisou que o "tiro pode sair pela culatra". “Isto mostra uma falta de segurança muito grande por parte do primeiro-ministro em relação às políticas que está a seguir e é, por isso, um indicador da ausência de rumo e de uma política que possa tirar o país do buraco em que se encontra”, considerou.
“Claro que estas afirmações do primeiro-ministro são uma clara tentativa de provocar as pessoas, quem neste momento está descontente, e tentar chutar para o lado a responsabilidade. Portanto, essa tentativa de provocar e incendiar pode sair-lhe o 'tiro pela culatra'”, alertou Carvalho da Silva.
Recorde-se que a CGTP tem agendada para o próximo dia 1 de Outubro uma manifestação contra o empobrecimento e as injustiças sociais e que para este sábado está convocado um protesto de professores desempregados. No dia 15 de Outubro, as gerações precárias sairão, com a democracia, à rua.
Também o Professor Marcelo de Sousa, ex-líder do PSD, entre críticas à actuação do Governo na sua habitual rubrica no telejornal da TVI, considerou que Passos Coelho deu uma prova de insegurança ao falar na hipótese de tumultos sociais. “Não acho boa ideia que Passos Coelho passe a vida a falar de manifestações e da violência nas ruas porque é uma prova de insegurança e de fraqueza, não é de força. Portanto deve evitar, na medida do possível, esse tipo de prova”, sublinhou.
“O país a manifestar-se é sinal de maturidade democrática”
O Coordenador da Comissão Politica do Bloco, Francisco Louçã, disse, em declarações à TVI, que é o Governo que está a ter uma atitude incendiária em relação aos portugueses.
“O país está a ser incendiado, de uma forma gelada, por políticas que não servem para nada, não criam um único emprego e não nos tiram da crise”, afirmou. Para Louçã, “o país a manifestar-se é sinal de maturidade democrática” e por isso sublinha a “coragem democrática” do protesto social.
Num claro apelo à manifestação, o dirigente bloquista afirmou que as vozes de quem quer uma tributação mais justa, combater o desemprego e a precariedade têm de ser ouvidas “contra os incendiários que só aumentam impostos”.
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