E dos relatórios mais ou menos obscuros aos intermináveis painéis de comentadores televisivos o discurso repete-se: espera-se que as pessoas, ora tratadas como “observadores” ora como “beneficiárias” mas nunca como cidadãos e cidadãs com direitos e com voz, assistam ao esvaziamento do país e do Estado Social, e ao mais feroz ataque aos mais elementares direitos, sempre passivamente. Há até quem diga que a passividade é exigência de responsabilidade; que irresponsabilidade seria que alguém apontasse o dedo e dissesse não. Assim não. Não queremos pagar uma crise criada por um sistema financeiro que continua sem regras, a acumular lucros e a recusar pagar impostos. Não, não podemos tirar tudo a quem não tem quase nada e não pedir nada a quem tem quase tudo. Não, os nossos impostos não são para pagar a economia de casino em vez do serviço nacional de saúde. Não, o trabalho com direitos não é uma benesse. É um direito.
Não somos observadores nem irresponsáveis. E não podemos assistir passivamente ao encerramento do país - com o fecho das escolas, as privatizações, o desinvestimento público – e à destruição dos direitos – com os cortes cegos nas prestações sociais, a crescente precarização do trabalho, a aumento do desemprego. Sabemos bem onde nos leva este caminho: mais desigualdade, mais injustiça, mais pobreza, menos democracia. Com responsabilidade e determinação mobilizamo-nos e recusamos o caminho traçado. Nas lutas pelo emprego, pelo Estado Social, pelos direitos. Agosto chega ao fim e entramos em Setembro com forças redobradas.
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