quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Alex Tsipras apela a uma conferência europeia sobre a dívida


Alex Tsipras, dirigente do Syriza, afirma que a única solução viável para a crise da dívida é um «haircut para a Grécia e toda a periferia sul» e apela à realização de uma conferência europeia sobre a dívida. Artigo publicado em IAC.
Foto retirada do facebook de Alex Tsipras.
Passadas poucas semanas do anúncio do terceiro (em três anos) plano da UE e do FMI para salvar a Grécia da bancarrota, o partido mais popular do país (que representa a oposição radical de esquerda) apelou à realização de uma conferência europeia sobre a dívida. O objetivo é encontrar «finalmente» uma solução para a crise, que, para o Syriza, está longe de estar a ser resolvida.
Numa entrevista em exclusivo, Alexis Tsipras, cujo partido se opõe frontalmente à austeridade, insistiu que, perante a expansão do drama da dívida, os credores estrangeiros não têm outro remédio senão consultar os livros de história, de modo a lidar com a periferia sul, arrasada pela crise, com os mesmos mecanismos utilizados para com a Alemanha no rescaldo da Segunda Guerra Mundial.
«É absolutamente claro que o último acordo não passa de um compromisso que vai limitar-se a perpetuar a incerteza… A Merkel tem de dizer ao seu eleitorado antes das eleições [alemãs de 2013] que o programa não está a funcionar», disse Tsipras ao Guardian.
«A única solução viável é um haircuti, não apenas para a Grécia, mas para toda a periferia sul», acrescentou, enfatizando que, quanto mais os credores adiarem anular uma porção substancial da dívida colossal de Atenas, maior será o preço social e económico a pagar.
«É por isso que propomos uma conferência nos mesmos moldes da realizada em Londres em 1953, que aliviou a Alemanha de cerca de 60 por cento da sua dívida. Queremos chegar a um acordo com os nossos credores para uma solução credível. Não importa o local, mas deve acontecer o mais rapidamente possível.»
Como era um dos Aliados, a Grécia, ironicamente, participou na conferência de 53, cujo acordo relativamente à dívida viria, mais tarde, a lançar os alicerces do milagre económico alemão do pós-guerra. O pacto permitiu ao país destruído de Hitler estender o pagamento ao longo de um período de trinta anos, e estipulou ainda que o cumprimento das obrigações financeiras ficaria dependente do desempenho económico.
Para que a economia destroçada da Grécia venha alguma vez a recuperar, é crucial, na opinião de Tsipras, que o país beneficie igualmente de uma «cláusula de crescimento», que vincule também o reembolso da dívida à capacidade para pagá-la. «O que pedimos é tempo, uma moratória ao serviço da dívida para podermos aplicar esse dinheiro em políticas de crescimento», disse, acrescentando que a suspensão do pagamento dos juros, que se prevê que atinjam a quantia de cerca de treze mil milhões de euros por ano, seria o primeiro passo para relançar a moribunda economia grega. «Seria uma solução vantajosa para todos».
O carismático dirigente, que saltou para a ribalta quando o seu partido aumentou cinco vezes o número de votos nas últimas eleições, defendeu ainda que a estratégia gradual dos credores para resolver a crise levará à destruição não apenas da Grécia, mas de todo o continente.
«O problema económico da Europa assenta em dois pilares. O primeiro é a dívida, que tem de se tornar viável, e o segundo é a austeridade, que tem de acabar. Se continuarmos com este tipo de medidas, é como apagar o fogo com gasolina», afirmou.
As políticas económicas de Tsipras têm sido repetidamente ridicularizadas pelo primeiro-ministro Antonis Samaras, que as apelida de «perigosas e fantasiosas». Mas a realidade tem dado razão ao esquerdista de 38 anos: a via da austeridade na Grécia, em nome de um ajustamento fiscal brutal, criou níveis sem precedentes de pobreza e desemprego, afundou a economia numa recessão, e tem-se traduzido em objetivos orçamentais repetidamente falhados, que arrastam o país para uma espiral de morte cada vez mais profunda. E criou poços sem fundo no sul da Europa, que os contribuintes do norte foram depois chamados a financiar.
Embora o último resgate inclua um complexo esquema de recompra de títulos, que irá aliviar em cerca de 30 mil milhões de euros a dívida de 340,6 mil milhões do país, tal não passa, segundo Tsipras, de uma maneira de os credores «comprarem tempo», e está, por isso, longe de ser uma solução adequada.
«Quando a crise começou, em 2009, a nossa dívida correspondia a 120 por cento do PIB. Este ano, as projeções oficiais indicam que vai ser de 175,6 por cento. E agora vêm dizer-nos [a UE e o FMI] que, para tornar a dívida sustentável, temos de atingir 124 por cento do PIB em 2020», diz, acenando a cabeça, incrédulo.
«Vamos supor que até podem ter razão — mas como é que querem que cheguemos lá? Após doze anos de austeridade e medidas catastróficas, com cortes no valor de dezanove mil milhões de euros, a Grécia será uma terra de ninguém.»

Helena Smith | The Guardian | 9 de Dezembro de 2012
Tradução de Mariana Avelãs e Revisão de Helena Romão
Ler original aqui:

 


 

i O «haircut», que numa tradução literal corresponde a «corte de cabelo», traduz a perda que um investidor está na iminência de suportar num determinado activo. A dimensão do «haircut» reflecte a percepção de risco associada ao activo. Por exemplo, o «haircut» que foi negociado com os bancos e entidades financeiras privadas que compraram títulos de dívida da Grécia foi de 50%. O objectivo é criar melhores condições para que o remanescente da dívida possa ser efectivamente ressarcido.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.