Além da troca de argumentos entre Lacão e Gama, a discussão deu a volta à mesa. As bancadas da oposição, segundo afirmaram ao PÚBLICO vários participantes da conferência de líderes, discordaram desta leitura de Lacão. Jaime Gama também, e lembrou ao ministro o entendimento feito na anterior legislatura: por consenso, subiam a debate no plenário as iniciativas sobre o tema do agendamento e outras conexas.
A secretária da mesa da Assembleia confirmou ao PÚBLICO tratar-se apenas de uma dúvida regimental da parte de Lacão e afirmou que a próxima conferência de líderes, após uma clarificação, voltará ao tema quanto a este debate agendado para 3 de Dezembro, no Parlamento.
O Bloco de Esquerda apresentou domingo quatro projectos de lei de combate à corrupção, incluindo um que prevê o "crime de enriquecimento ilícito", num momento em que "a corrupção está a gangrenar a sociedade portuguesa". Outro diploma propõe o levantamento do sigilo bancário, através de um modelo semelhante à lei espanhola, em que as instituições bancárias comunicam duas vezes por ano ao fisco os movimentos dos depósitos de clientes, em comparação com as declarações de IRS. A terceira proposta é acabar com a distinção entre corrupção para acto lícito e ilícito e a quarta é a "retenção fiscal das mais-valias urbanísticas".
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