A reportagem “Máfia Lusitana” do canal televisivo TVI, exibida no dia 16 de Outubro, mostrou, inequivocamente, a existência regular de despejos ilegais de resíduos, alguns dos quais perigosos, em zonas naturais por todo o país. Foram identificados setes aterros de deposição ilegal de resíduos industriais e lamas de depuração, demonstrando as análises laboratoriais de amostras destes resíduos (ver os resultados no site http://multimedia.iol.pt/
Um dos infractores identificado foi a fábrica de pasta da Celulose Beira Industrial – Celbi, S.A., cujos resíduos industriais estão a ser depositados ilegalmente, por via da empresa transportadora PODERINOVA, S.A., em Covão do Coelho, concelho de Alcanena, ao lado do Km 103,5 da Auto-Estrada A1, entre Minde e Fátima. A área de deposição pertence à Reserva Ecológica Nacional, junto do Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros, situando-se, de acordo com a Quercus, na proximidade de uma falha geológica em área de máxima infiltração no Maciço Calcário Estremenho, o significa um risco acrescido de contaminação do aquífero e das nascentes e captações da região.
A reportagem mostra a incapacidade da Inspecção Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território - IGAOT em fiscalizar o cumprimento das disposições legais por parte das indústrias, mas também do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente – SEPNA em actuar perante a evidência da infracção.
Os riscos de contaminação ambiental e afectação da saúde pública são graves e exigem uma intervenção imediata por parte do Ministério do Ambiente. O Bloco de Esquerda considera que é urgente responsabilizar os infractores, proceder à remoção dos resíduos depositados ilegalmente e avançar com a requalificação ambiental das zonas contaminadas. Também é fundamental reforçar a capacidade de fiscalização da IGAOT e do SEPNA para que estas situações não continuem a acontecer em prejuízo do ambiente, da saúde e qualidade de vida das populações.
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