segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mudança climática: pouca ambição, muitas emissões

Conferência das NU sobre Mudança Climática tem início este domingo. EUA dizem que só assinarão acordo que inclua compromissos de redução de emissão de gases por parte da China e de outras economias emergentes. Por Matthew O. Berger (IPS).
Um estudo publicado pela revista Nature Geoscience prognostica que as libertações de dióxido de carbono alcançarão um recorde histórico este ano. Foto Agência de Notícias do Acre/Flickr.
Um estudo publicado pela revista Nature Geoscience prognostica que as libertações de dióxido de carbono alcançarão um recorde histórico este ano. Foto Agência de Notícias do Acre/Flickr.
As expectativas para aConferência Mundial sobre Mudança Climáticaque começará na semana que vem em Cancun, México, parecem menores que as do encontro de 2009 em Copenhaga, no momento em que as emissões de gases causadoras do efeito estufa continuam a crescer. A 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP-16), que inicia dia 29 de novembro, terá um perfil mais baixo que o encontro de dezembro de 2009 na capital dinamarquesa. Apesar disso, os negociadores tentarão continuar o trabalho realizado na conferência do ano passado, que concluiu com o não vinculante “Acordo de Copenhaga”, no qual alguns dos países mais ricos se comprometeram a reduzir as emissões de gases.
Nesta semana, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)divulgou uma informação que conclui que essas reduções, mesmo que fossem cumpridas plenamente, representavam somente 60% das necessárias para evitar que as temperaturas mundiais crescessem mais de dois graus acima dos níveis pré-industriais, o que, segundo cientistas, seria uma catástrofe. Os negociadores tentarão, em Cancun, cobrir os restantes 40% ou, ao menos, começar a fazê-lo.
“O desafio que está colocado diante de nós em Cancun e sobre o qual, francamente, nos concentramos durante todo este ano, é encontrar uma forma de construir um acordo a partir dos progressos alcançados no ano passado em Copenhaga”, disse o enviado especial dos Estados Unidos, Todd Stern. “Está muito claro para todos que um tratado legal este ano não está entre as cartas disponíveis”, disse Stern. Os EUA, acrescentou, procurará um “pacote equilibrado de decisões” sobre financiamento e metas de mitigação.
“Precisamos fazer alguns progressos concretos agora na direcção de um eventual acordo vinculante”, afirmou ainda o enviado dos EUA. No entanto, ele reiterou a postura de Washington contra a assinatura de um tratado a menos que inclua compromissos de redução também por parte da China e de outras economias emergentes. “Simplesmente, não vemos como isso possa ocorrer”, admitiu. A China uniu-se ao Brasil, Índia, África do Sul e EUA no ano passado para concretizar o chamado “Acordo de Copenhaga” (N.T. que foi, na verdade, mais uma declaração de intenções que um acordo de fato).
Enquanto isso, as emissões de gases continuam a crescer. Um estudo publicado pela revista Nature Geoscienceprognostica que as libertações de dióxido de carbono alcançarão um recorde histórico este ano. A leve queda das emissões produzida pela crise económica e financeira mundial foi compensada por maiores libertações de países em desenvolvimento, em especial China e Índia.
Todd Stern assegurou que as emissões do Norte industrializado estabilizaram-se e que o aumento era responsabilidade de economias emergentes do hemisfério Sul. Estima-se que, para que o índice dos dois graus centígrados não seja excedido este século, as emissões globais deveriam chegar a um tecto nos próximos dez anos. Para obter essa meta, as emissões anuais, para 2020, deveriam ser reduzidas para 44 gigatones de dióxido de carbono. Em 2009, as emissões mundiais foram estimadas em 48 gigatones e o Pnuma assinalou que uma plena implementação do acordo conseguiria, no melhor dos casos, mantê-las em 49 gigatones para 2020. (N.T. Gigaton ou petagrama é uma unidade de medida de massa igual a 1 bilhão de toneladas)
No pior cenário, caso não haja nem um acordo político nem se mantenha o espírito do acordo, as emissões anuais poderiam crescer para 53 gigatones. Esta “brecha de gigatones” indica que, em Cancun, podem ser obtidos maiores avanços, observaram os cientistas autores da informação do Pnuma. “Os negociadores devem chegar a Cancun armados com compromissos (...) e apontar para ambiciosas promessas de redução de emissões para fechar essa brecha”, disse Kelly Levin, cientista do Instituto de Recursos Mundiais, com sede em Washington, e um dos autores desta informação.
O trabalho foi realizado em conjunto por 30 especialistas em mudança climática de todo o mundo. Os cientistas mostraram-se confiantes de que, com vontade política, em futuras reuniões poder-se-ia obter a redução necessária para impedir que as temperaturas do planeta aumentem mais de dois graus. Se o Acordo de Copenhaga não existisse, as emissões aumentariam para 56 gigatones em 2020, assinalou o Pnuma.
“Os resultados indicam que a reunião de Copenhaga pode ter sido mais um êxito do que um fracasso, caso se cumpram todos os compromissos, as intenções e as promessas”, disse o director executivo do Pnuma, Achim Steiner. A brecha que está diante de nós, acrescentou, pode ser preenchida com novos compromissos, tanto de países ricos como pobres, em torno de acções contra agentes poluidores como o metano, o carvão e a queima de biomassa e dejectos animais. (FIN/2010)
Washington, 24 de novembro (IPS)
Tradução de Katarina Peixoto

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.