sábado, 19 de novembro de 2011

"Governo e FMI são os maiores promotores da Greve Geral"

"A Greve Geral de dia 24 é a primeira vez que o país se levanta para responder à troika" que tem ocupado os telejornais nos últimos dias, afirmou Francisco Louçã numa sessão pública em Lisboa. O dirigente bloquista diz que as pessoas sabem que "a gravata deles vale mais que um salário mínimo nacional".
A mobilização para a Greve Geral é a prioridade do Bloco para responder à política do empobrecimento.
A mobilização para a Greve Geral é a prioridade do Bloco para responder à política do empobrecimento. Foto Paulete Matos/Flickr
Além da Greve Geral, o debate do Orçamento de Estado e a visita da troika esta semana foram os temas fortes dos discursos da noite de sexta-feira no Cineteatro Gymnasium. Recordando as palavras de Passos Coelho na campanha eleitoral, Louçã afirmou que agora "eles já chegaram ao pote e com este Orçamento de Estado querem transferir para si uma boa parte dos recursos públicos". E contrariou a versão dos banqueiros de que o dinheiro da recapitalização servirá para nacionalizar bancos. O que se passa é que "os acionistas desses bancos querem privatizar para si o dinheiro dos contribuintes porque não estão dispostos a arriscar o seu dinheiro" para recapitalizá-los. “Talvez não seja por acaso” que Dante, na sua obra-prima, a Divina Comédia, “reservava o círculo mais fundo do inferno para os banqueiros florentinos do Papa”, ironizou Louçã antes de referir que outro dos exemplos da "chegada ao pote" é a operação de transferência dos fundos de pensões da banca, um desejo antigo da banca de "passar as suas responsabilidades para a Segurança Social".
"Não aceitamos esta banha da cobra de que os sacrifícios estão a ser distribuídos por todos", afirmou Louçã antevendo que "2012 será um ano de lutas quentes" e que esta Greve Geral, de que "o Governo e a troika são os maiores promotores" terá uma adesão superior à do ano passado, segundo as indicações que os dirigentes do Bloco têm recolhido em vários encontros com direções sindicais e Comissões de Trabalhadores nos últimos dias.
Louçã referiu-se ainda à evolução recente da crise europeia para defender que a "emissão de eurobonds já não é suficiente" para travar a especulação. "Ou o Banco Central Europeu financia a economia e a resposta à recessão ou o euro não sobreviverá a esta crise", concluiu. Quanto ao debate sobre a dívida, Louçã saudou o lançamento esta semana duma iniciativa por uma auditoria em Portugal e lembrou também que "a Europa cresceu a partir da dívida". "Só a França deixou de a pagar 13 vezes, a Espanha 19 vezes" e "só nos últimos dois séculos, os países mais poderosos entraram em bancarrota 250 vezes e em incumprimento interno outras 68", e viu semelhanças com o atual cenário em que "existe um terço dos países desenvolvidos com uma crise bancária sistémica".
A recente mudança dos governantes de Itália e Grécia sem eleições foi o pretexto para o coordenador do Bloco sublinhar uma coincidência reveladora. “Há algo em comum entre todas as recentes nomeações para o poder de decisão, seja do BCE, seja do governo de Itália, seja do da Grécia, o que há de comum entre todos chama-se Goldman Sachs. O banco mais poderoso do mundo tem hoje os seus funcionários à frente do BCE e de dois dos governos onde o protesto, ou a crise, ou a divisão, levou a esta exigência de intervenção europeia”, disse, referindo-se a Mario Draghi, Mario Monti e Lucas Papademos.
Na sessão pública interveio também a deputada bloquista Mariana Aiveca, que deu exemplos de alguns dos ataques mais violentos aos direitos dos trabalhadores "conquistados em muitas décadas de luta", como a redução das indemnizações por despedimentos que o Governo quer aplicar a todos os contratos. "De uma penada, destroem as expectativas de tantos anos de trabalho", denunciou Mariana Aiveca ao falar de "gente que trabalhou vinte, trinta anos para a mesma empresa e agora é confrontado com um teto de 12 meses nas indemnizações". A redução do pagamento das horas extraordinárias, com o "corte de 25% na primeira hora e 37% na segunda" farão sofrer "quem ganha 700 ou 800 euros e conta com esse trabalho para pagar as despesas de educação dos filhos, são pessoas que vão ficar mais pobres", acrescentou a deputada do Bloco.
Mariana Aiveca concluiu que o está em marcha é um autêntico "ajuste de contas" da direita com as conquistas dos trabalhadores. "Querem que os nossos filhos e netos vivam pior que os seus pais e avós", o que para a deputada bloquista são razões de sobra para o reforço da mobilização para a Greve Geral.
Deolinda Martin, dirigente sindical dos professores, recordou que "o progresso social na história dos povos deve-se a muitas lutas difíceis" e o que hoje está em causa "não são interesses particulares, mas um projeto de sociedade. "A Greve Geral far-nos-á sentir dignificados e unidos", defendeu Deolinda Martin antes de afirmar que é com a mobilização para a greve que se poderá mostrar que "não deixaremos mais que nos tratem como descartáveis".
A abertura da sessão pública do Bloco coube a Belandina Vaz, professora contratada, que referiu alguns dos efeitos que os cortes na Educação estão a produzir: "mais alunos por turma e redução de professores", numa altura em que "muitos milhares de professores continuam à espera de vinculação porque não existe neste setor a mesma obrigatoriedade de entrada no quadro após três anos de trabalho". "É preciso fazer greve porque o roubo e a austeridade não são inevitáveis, como nos querem fazer crer", concluiu Belandina Vaz.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.