Na terça-feira, um agente da PSP trancou o filho de 14 anos na casa de banho e baleou Maria João, de 42 anos, com a arma de serviço, no Bairro Afonso Costa, em Setúbal. E já na quarta-feira, Zilda Gonçalves, de 72 anos e emigrada em França, foi assassinada com um golpe na cabeça com um utensílio de cozinha pelo marido de 76 anos, doente de Alzheimer. As ameaças de morte e a violência faziam parte do quotidiano dos 50 anos de casamento destes emigrantes de férias em Bragança, segundo os vizinhos ouvidos pelo JN.
Para Maria José Magalhães, presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta, a explicação para a sucessão de crimes em pouco espaço de tempo tem a ver com a época do Verão, que tem semelhanças com a do Natal no que respeita ao número de casos. "É época de férias, em que o agressor - seja o marido ou o ex-marido, companheiro ou namorado) - tem tempo livre e pode preparar o crime. Tudo isto parte da ideia de que a mulher é um objecto e, como tal, lhes pertence", diz a dirigente da UMAR em entrevista ao Jornal de Notícias.
Maria José Magalhães diz que "as autoridades policiais fazem o que podem, mas dependem do sistema judicial". E recorda os casos em que as vítimas ou os seus vizinhos já tinham apresentado queixa, "mas o criminoso continuou em liberdade até matar".
"Quando a Polícia prende indíviduos que assaltaram com violência um banco, o juíz pode impor-lhes a prisão preventiva como medida de coacção. Estes agressores têm de ser considerados da mesma forma".
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