sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Desmascarado

Passos Coelho foi desmascarado pela realidade. Prometeu que não aumentava impostos, mas essa é a única especialidade deste governo.
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Passos Coelho foi desmascarado pela realidade. Prometeu que não aumentava impostos, mas essa é a única especialidade deste governo.
O Ministro das Finanças anunciou ontem ao país um novo pacote de austeridade. É o terceiro, em pouco mais de dois meses. A cada conferência de imprensa de Vítor Gaspar, os portugueses já sabem que têm razões para esconder a carteira. Na primeira, foi um imposto para levar metade do subsídio de Natal, depois foi gigantesco o aumento do IVA para o gás e para a electricidade. Agora, foram mais aumentos do IVA e a garantia de que as pensões serão congeladas até 2013.
Os aumentos anunciados do IVA abrangerão um enorme conjunto de bens. O Governo quer aumentar o IVA três vezes mais do que era imposto pela troika. Este aumento de receita equivalerá a um aumento geral do IVA superior a 2 pontos percentuais. O IVA, o mais cego e recessivo de todos os impostos, tornou-se o braço direito do Ministro das Finanças.
Longe vão os tempos da campanha eleitoral, onde Pedro Passos Coelho garantia que era possível equilibrar as contas cortando apenas nas despesas intermédias do Estado e que o aumento de impostos exigido pela troika era mais que suficiente. Paulo Portas garantia que “subir [os impostos] é aumentar a recessão”. Mas isso foi antes das eleições, agora já nem interessa lembrar esses tempos.
Agora, chegados ao governo, o mundo mudou outra vez. Entre aumento do IVA, da energia e imposto extraordinário já vão 1925 milhões de euros a mais do que vinha no memorando. 1925 milhões de euros, senhoras e senhores deputados, são mais de 1% do produto interno bruto. Antes das eleições, quando o PSD dizia que pretendia ir muito mais longe do que a troika, era de cortes nas despesas de consumo dos ministérios que falava, não no aumento sem precedentes da carga fiscal.
Mas os sacrifícios exigidos aos portugueses vão além da carga fiscal, traduzindo-se na contínua diminuição do rendimento disponível das famílias. Os aumentos dos transportes são um exemplo disso. Nem a criação do passe social + escamoteia este aumento. Aumentam os preços para todos, mas os apoios sociais, agora, limitam-se a quem recebe pouco mais do que o salário mínimo. Os privilegiados que têm que viver com 600 ou 700 euros pagam por inteiro. Não temos nenhum passe social +, o que este governo nos traz é, isso sim, um programa troika +.
Esta é a política da extorsão sobre os portugueses. O Ministro das Finanças vestiu o facto de cobrador de impostos e agrava as desigualdades. O Governo, ao querer ir mais longe do que a troika, está a lançar o país ainda mais fundo na recessão. É a política do abismo com a qual não podemos compactuar.
O congelamento de pensões e de salários é novamente a austeridade para quem vive do seu trabalho. Entre 2011 e 2013 a inflação levará 8,2% dos rendimentos destas famílias pela via dos congelamentos. Se juntarmos a isto o aumento do IVA, estamos perante uma perda real de rendimento superior a 10%. O governo escolheu as famílias para pagar esta crise.
A austeridade do governo ataca os rendimentos das famílias e corta nos serviços essenciais. Os cortes na saúde levarão a um aumento das taxas moderadoras e dos preços dos medicamentos. Os cortes nos apoios sociais são a perseguição do Governo a quem menos tem e mais sofre com a crise que vivemos. A redução de funcionários públicos, muito acima do pedido pela troika, é um ataque aos serviços públicos.
E tudo isto em nome de uma miragem de retoma em 2013, num cenário macro-económico claramente inflaccionado e desfasado da realidade. Ignora, por exemplo, o abrandamento das economias norte americanas e europeias
Seria de esperar que o Governo, tão duro com os portugueses que vivem do seu trabalho, se mostrasse igualmente duro com quem mais tem. Mas o que se vê é exactamente o contrário. Pedro Passos Coelho, que em Portugal não responde sobre as desigualdades, vai a Espanha dizer que não está disposto a taxar as grandes fortunas. Afinal, aqueles que são tão duros com quem trabalha, são generosamente submissos com os milionários. Mesmo aumentando a taxa de IRS e IRC, o governo escolhe isentar de sacrifícios as grandes fortunas, o grande património, os dividendos e as acções. Para uns os sacrifícios, para os outros continuam as benesses. É a política da excepção na austeridade.
Quem ouve o governo a falar de rigor até parece que se esqueceram da Madeira. As notícias da governação de Alberto João Jardim dão conta de um buraco que vai sendo descoberto a cada dia que passa. Mas, sobre isso, Passos Coelho nada diz. Escondeu dos portugueses que o buraco na Madeira seria de 500 milhões de euros, num claro favor partidário. O país conheceu este facto pela voz das instituições europeias. O Ministro das Finanças reconheceu ontem que se vive na Região Autónoma uma situação de crise insustentável. E qual a solução para este problema? Passo Coelho viajará, dentro de dias para a Madeira, para passar o cheque a Alberto João Jardim. Afinal, aumentam-se os impostos aos portugueses para arcar com os excessos de João Jardim. É este o exemplo da incoerência do governo na política da austeridade.
Passos Coelho foi desmascarado pela realidade. Prometeu que não aumentava impostos, mas essa é a única especialidade deste governo. Prometeu uma saída para a crise, mas leva-nos cada vez mais fundo na recessão. Prometeu bonança, traz-nos austeridade.
O Bloco de Esquerda não se resigna perante as dificuldades, nem considera inevitáveis as desigualdades. Por isso, apresentamos quatro propostas na Assembleia da República:
  1. Imposto de Solidariedade sobre as grandes fortunas, para taxar o património global acima dos 2 milhões de euros.
  2. Taxação das mais valias bolsistas através englobamento no IRS dos agentes singulares e o fim da isenção em IRC das recebidas por entidades colectivas (como SGPS e fundos de investimento).
  3. Taxação dos rendimentos de capital no Imposto Extraordinário.
  4. Auditoria Pública à dívida da Região Autónoma da Madeira.
Estas são as proposta de coragem para o país.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.