sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Salvar a Europa sem ter em conta as pessoas?


O “acordo” da cimeira europeia foi o seguinte: em troca de uma (inevitável e tardia) reestruturação da dívida grega é prometida aos povos a hiper-austeridade. Com todas as dramáticas consequências sociais que já está a provocar e com o risco de ver a Europa cair no círculo vicioso da recessão. Mas também de ver os povos lançarem-se uns contra os outros, sob o pretexto de que uns pagam pelos outros. Comunicado de Attac França
É cada vez mais urgente tirar a Europa da “armadilha da dívida pública”, como o mostram os e as manifestantes gregos, os indignados espanhóis, italianos ou britânicos. Foto de Occupy Berlin - Germany
É cada vez mais urgente tirar a Europa da “armadilha da dívida pública”, como o mostram os e as manifestantes gregos, os indignados espanhóis, italianos ou britânicos. Foto de Occupy Berlin - Germany
Na noite de 26 para 27 de Outubro, os participantes na cimeira europeia chegaram a um novo acordo, pela enésima vez, tido como para “salvar a Europa”. No comando, Angela Merkel (e Nicolas Sarkozy), Christine Lagarde (pelo FMI) e, surpresa... um representante do sector bancário, Charles Dallara. Então, o que é realmente este acordo – que já impulsionou as bolsas?
Note-se, em primeiro lugar, que a reestruturação da dívida grega está finalmente na ordem do dia e, apesar das resistências de Nicolas Sarkozy e do sector bancário, os credores deverão desembolsar cerca de 50%, através de um corte nos seus títulos da dívida. Foram necessários dois anos – dois anos de calvário para o povo grego – para que a realidade seja reconhecida em parte pelos dirigentes da zona euro.
Mas os povos da Grécia e da Europa estão longe de ver as suas dificuldades ultrapassadas. De acordo com as exigências alemãs, a proibição do BCE emprestar dinheiro directamente aos governos não será levantada. O levantamento da proibição permitiria aos governos emancipar-se dos mercados financeiros.
Em vez disso, os países em dificuldade deverão virar-se para o fundo europeu (FEEF, fundo europeu de estabilização financeira), alavancado pela participação de países emergentes, e colocado sob a supervisão do FMI. Os clientes não deverão tardar a aparecer no guiché do FEEF... Espanha, Portugal, mas também a França, num contexto em que a recapitalização dos bancos pelos fundos públicos pode tornar-se inevitável.
Em qualquer caso, façam ou não apelo à intervenção do FEEF, os governos europeus concordaram com o aumento da “disciplina”, com o controlo orçamental das despesas públicas e com a inscrição nas suas constituições do grilhão orçamental da “regra de ouro”1 para 2012. Medidas adoptadas sem qualquer debate ou consulta popular, à imagem desta nova “governança” da Europa, perfeitamente anti-democrática. Em nome da qual se anuncia já uma nova modificação dos tratados...
O “acordo” foi então o seguinte: em troca de uma (inevitável e tardia) reestruturação da dívida grega é prometida aos povos a hiper-austeridade. Com todas as dramáticas consequências sociais que já está a provocar, através dos despedimentos, do abaixamento de salários e pensões de reforma, do desmantelamento do Estado social... e com o risco de ver a Europa cair no círculo vicioso da recessão. Mas também de ver os povos lançarem-se uns contra os outros, sob o pretexto de que uns pagam pelos outros.
É claro que os povos não querem isto, como o mostram os e as manifestantes gregos, os indignados espanhóis, italianos ou britânicos. É cada vez mais urgente tirar a Europa da “armadilha da dívida pública”.
A Attac França participa, com outras outras organizações do movimento social, numa auditoria cidadã da dívida (audit-citoyen.org). Esta iniciativa visa dar a conhecer os mecanismos perversos do endividamento público e propor soluções verdadeiras para sair da crise. Apresentada por ocasião da contra cimeira do G20 de Nice que irá decorrer na próxima semana, quando a indignação está mais do que nunca na ordem do dia.
Comunicado de Attac França, Paris, 27 de Outubro de 2011
Traduzido por Carlos Santos para esquerda.net

1 Constitucionalização dos limites do défice público

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.