segunda-feira, 29 de agosto de 2011

“Limites da decência há muito que foram passados”


Num comício-festa em Lourosa, Santa Maria da Feira, Francisco Louçã respondeu a Cavaco Silva e sustentou que os que hoje se alegram com a decisão da UE de baixar os juros a Portugal dão razão ao Bloco quando defendeu que era preciso renegociar a dívida.
Imposto sobre as grandes fortunas, que o Bloco vem apresentando há dez anos, será uma das prioridades. Foto de Paulete Matos
O coordenador do Bloco de Esquerda anunciou que a proposta do imposto sobre as grandes fortunas, que o Bloco vem apresentando há dez anos, será uma das prioridades do partido. O Bloco defende que o património acima dos dois milhões de euros seja taxado para financiar a Segurança Social e para apoiar a promoção da economia.
“O Presidente da República veio dizer que talvez os portugueses já estejam próximos dos limites dos sacrifícios, disse Louçã. “Enganado está Aníbal Cavaco Silva. Há muito tempo que se passaram os limites da tolerância, da decência, dos sacrifícios”, sublinhou.
O deputado bloquista referiu-se também ao homem mais rico de Portugal, que não se considera rico e rejeita qualquer sacrifício dos mais ricos.
“Amorim não quer pagar. Mas era bom que aceitasse pagar o mínimo de imposto que se exige a todos”. E recordou: “Américo Amorim tornou-se o homem mais rico de Portugal com um empréstimo do BPN que não pagou, para agora comprar por 40 milhões de euros o banco a quem deve 1.600 milhões de euros. É tão fácil ser-se multimilionário em Portugal”, ironizou.
Louçã também se referiu ao governo da região autónoma da Madeira, que está a negociar com o governo de Lisboa a forma de superar as suas dificuldades financeiras: “Alberto João Jardim espatifou em desvio orçamental quase o dobro do que o seu governo no Estado vai exigir aos subsídios de Natal de 4 milhões de portugueses. É claro que diz-nos Alberto João Jardim que não há problema nenhum, que Passos Coelho e Paulo Portas no governo já prometeram pagar isto e mais ainda não se sabe quanto.”
Quanto à crise da dívida, o coordenador do Bloco apontou que o Presidente da República acha agora que a decisão europeia de baixar os juros do empréstimo a Portugal e à Irlanda é vantajoso. “E tem toda a razão. Nós deixarmos de pagar 5 ou quase seis por cento e passarmos a pagar 3,5% é melhor para uma economia que tem tantas dificuldades, tanto desemprego e tanta dívida. Mas atenção: quem nos dizia que Portugal não podia dizer nada, que não podíamos fazer nada, está agora a reconhecer que o Bloco de Esquerda, ou tanta outra gente, tínhamos mesmo razão ao dizer que é preciso renegociar a dívida para baixar os juros e para proteger a economia. Tínhamos razão.”
Mas o deputado bloquista sublinhou, “para não deixar nenhuma dúvida”, que “mesmo este juro de 3,5% que agora agrada ao Presidente da República, ou ao primeiro-ministro, não é possível ser pago. É um juro usurário.”
Secretas: Louçã pede inquérito judicial
Sobre a revelação do Expresso de que o Serviço de Informações Estratégicas do Estado (SIED) espiou, no ano passado, o telemóvel de um jornalista do Público, Nuno Simas,com o objectivo de descobrir as eventuais fontes do jornalista, Louçã defendeu a realização de um inquérito judicial, observando que “o governo, a fazer algum inquérito, mantê-lo-á em segredo e será inconsequente”. Por isso, “só a Procuradoria-Geral da República está em condições de desenvolver um inquérito para se saber se foi ou não desenvolvida alguma actividade criminosa, como indica a notícia, pela direcção dos serviços secretos”.
Louçã recordou que umas semanas atrás ficou a saber-se que nos serviços secretos era possível um dos seus directores “trabalhar para uma empresa, com a compensação, mais tarde, de entrar nos quadros dessa empresa privada”. Ora a mesma empresa (referindo-se à Ongoing) “agora, acaba de juntar a essa lista de contratações o ex-secretário de Estado do Tesouro do anterior governo do Partido Socialista e o ex-chefe de gabinete do anterior primeiro-ministro, José Sócrates, que já tinha sido contratado pelo governo do PSD e do CDS para fazer o código de trabalho de Bagão Félix”.
“Este mundo é muito pequeno”, ironizou Louçã, considerando que a tal empresa “é certamente uma fachada de um consórcio bancário”.
“Soubemos agora que, nesse período, essa mesma pessoa poderia estar a desenvolver uma operação de vigilância ilegal, sobre a actividade normal de um jornalista, no exercício da liberdade e responsabilidade de informação”, acrescentou.
“Teríamos, por isso, um director dos serviços secretos que vigia ilegalmente um jornalista e trabalhava ilegalmente para uma empresa da qual mais tarde veio a ser um dos quadros dirigentes”, completou.
O coordenador do Bloco recordou que o primeiro-ministro prometeu então um inquérito sobre esse primeiro caso e publicou “uma nota de imprensa com um resumo das conclusões do inquérito”, segundo o qual “não houve violação do segredo de estado nessa actividade de director dos serviços secretos para uma empresa privada”.
“Mas quando o Parlamento lhe pediu que entregasse o relatório para ele poder ser estudado, a resposta do primeiro-ministro é que é um segredo de Estado o relatório que garante que não houve violação do segredo de Estado por parte desse director dos serviços de informação”, disse.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.