sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Há uma gigantesca transferência do salário para o capital"

O Bloco vai interpelar o governo na próxima quarta-feira sobre o efeito das Parcerias Público-Privadas nas contas do Estado e apresentará propostas para travar a especulação no preço dos combustíveis. As iniciativas foram anunciadas por Francisco Louçã no Porto, numa sessão pública sobre a moção de censura ao governo.
Sessão pública do Bloco na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, no Porto
Sessão pública do Bloco na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, no Porto
"Vamos discutir com o ministro das Finanças as consequências do juro extorsionário que o Estado paga pelas PPP, de 12% a 15% , por 30 ou 40 anos, uma renda que vai ser paga com dinheiro dos nossos impostos", afirmou Louçã, que identificou estas parcerias, a par dos impostos e dos juros da dívida pública, como uma das formas da "gigantesca transferência do salário para o capital, para o juro, para o lucro". "Esta é forma como querem organizar a economia e é isso que a sra. Merkel vai dizer a José Sócrates", no encontro da próxima quarta-feira. "Sua majestade convocou o primeiro-ministro a despacho", ironizou o dirigente bloquista.
Nesta sessão que juntou centena e meia de pessoas no auditório da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Louçã referiu-se à subida do preço dos combustíveis e repetiu as críticas sobre a situação desse mercado em Portugal, afirmando que a Autoridade da Concorrência "é um instrumento de fingimento para que o governo fuja à responsabilidade". "Basta andar na auto-estrada e olhar os painéis de preços para ver o que se está a passar: eles estão combinados", disse Louçã antes de anunciar que o Bloco apresentará propostas nos próximos dias para que o governo aceite desta vez a imposição de regras e impeça este desvio de "milhões de euros que se acumulam nas mãos de quem monopoliza o mercado".
Louçã afirmou que "esta é uma economia que destrói os mais jovens" e deu o exemplo dos estágios na advocacia e arquitectura com que tinha confrontado José Sócrates no debate quinzenal desta sexta-feira. "Hoje forçámos o governo a aceitar o que não tinha aceite: que esses jovens têm direito a ser pagos e a descontar para a Segurança Social", disse o deputado bloquista, lembrando as palavras de Sócrates no debate e o voto contrário da bancada socialista a essa mesma proposta há apenas três meses. "A moção de censura intervém para defender estes trabalhadores, para lutar por eles e inverter o curso duma economia que os vai destruir", concluiu Louçã.
Também sobre a moção de censura intervieram Rui Feijó, do Movimento de Intervenção e Cidadania, e a deputada do Bloco Catarina Martins. Para Rui Feijó, "não é totalmente claro que as coisas estejam resolvidas quanto ao resultado da moção, mas o mais importante é saber o que fazer depois". Lembrando a participação comum na campanha de Manuel Alegre, afirmou que "ainda falta dar um passo importante nesse diálogo à esquerda em Portugal" e que vê na moção de censura do Bloco "uma série de reivindicações que podem constituir uma plataforma dirigida à maioria da esquerda no parlamento".
Catarina Martins criticou a reacção da direita ao protesto dos jovens precários, referindo que "dizem agora a esta geração que os seus pais, que ganham 700 ou 800 euros, têm direitos a mais. Que os avós, que têm pensões de 200 e 300 euros, têm direitos a mais". E acrescentou que a proposta do PSD de introduzir contratos a termo que não são escritos "é tão absurda que até faz o PS parecer de esquerda". "Quando o tema dos desemprecários está na agenda política, também com esta moção de censura, a direita vem dizer-nos que se devem tirar todos os direitos", acusou a deputada, lembrando também que "o PS quer agora pôr os trabalhadores a descontar para pagarem o seu próprio despedimento". Para contrariar o discurso que a precariedade é boa para diminuir o desemprego, Catarina Martins lembrou a luta vitoriosa dos precários do Metro do Porto, que acabaram por ser integrados na empresa. "Mas alguém ficou mais pobre por causa disso? Alguém perdeu o emprego? Não, eles conseguiram direitos!"
Foi de precariedade e falta de direitos laborais que falou também Ricardo Salabert, activista do movimento Fartos d'Estes Recibos Verdes. "A precariedade no sector público torna sobre-humano o esforço de prestação de serviços públicos de qualidade", afirmou Salabert, denunciando também as falsas promessas do governo para o emprego jovem. Por exemplo, com o Contrato Emprego Inovação, "a troco de uns míseros euros a mais no subsídio, o desempregado vai trabalhar para o Estado sem ter direitos, e ao mesmo tempo mascara-se a falta de recursos humanos no sector público". Ricardo Salabert apelou às mobilizações marcadas para o mês de Março pelos sindicatos, precários e professores, sublinhando que "não há liberdade enquanto houver precariedade".
A abrir a sessão pública, Miguel Portas interveio sobre "as revoluções por contágio" nos países árabes. "Estamos a assistir a um processo histórico comparável ao da queda do Muro de Berlim ou às transformações na América Latina", disse o eurodeputado bloquista, informando também que Marisa Matias tinha participado essa tarde numa manifestação no Cairo em solidariedade com o povo líbio e pela democratização no Egipto. Miguel Portas criticou os governos da União Europeia e dos Estados Unidos por "quando têm de escolher entre os Direitos Humanos e os negócios, escolhem sempre os negócios". Sobre a possibilidade de intervenção da NATO na Líbia, o eurodeputado diz que lhe falta "autoridade moral: quem apoiou ditadores não tem autoridade para ir lá intervir. Os líbios e a comunidade internacional são perfeitamente capazes de resolver os seus problemas com as ditaduras, como fizeram egípcios e tunisinos".

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.