sábado, 16 de abril de 2011

Fundações recebem 250 milhões de euros do Estado em cinco anos

Em apenas cinco anos 31 das 639 fundações de direito público e privado existentes receberam do Estado 250 milhões de euros. Tribunal de Contas pede mudanças na Lei.
Fundação das Comunicações Móveis recebeu 177,8 milhões de euros do Ministério da Educação
Fundação das Comunicações Móveis recebeu 177,8 milhões de euros do Ministério da Educação
O enquadramento legal actual não obriga as fundações a apresentarem relatórios, orçamentos ou mesmo contas com regularidade, tornando assim pouco transparente o financiamento estatal. Com efeito, as formas de financiamento dispersas e a fiscalização pouco eficaz agravam ainda mais a falta de transparência destes organismos.
A este respeito, recorde-se ocaso do financiamento ilegal da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. O parecer do Tribunal de Contas sobre este caso estipulava que “foi indevidamente autorizado pelo secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, uma vez que, pertencendo a tutela da fundação ao Ministério da Cultura, deveria o mesmo ter sido autorizado pelo respectivo ministro e pago através de verbas inscritas no orçamento daquele ministério”. Acresce que a Direcção-geral de Tesouro e Finanças terá recorrido ao saldo de gerência de 2006 da extinta Direcção-geral do Património para efectuar este pagamento, ignorando a obrigatoriedade de afectação destas receitas apenas a despesas de funcionamento do próprio organismo.
Através dos números públicos das transferências dos organismos estatais para as várias fundações, é possível observar que o Ministério da Cultura, apenas através do Fundo de Fomento Cultural, transferiu 58,6 milhões de euros para várias fundações desde 2006. O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, na tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disponibilizou 11 milhões de euros. Mais elevada foi a verba disponibilizada pelo Ministério da Educação que, apenas para a Fundação das Comunicações Móveis, transferiu 177,8 milhões de euros.
Fundações polémicas
Para além do já referido caso da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, são vários os casos de fundações que originaram polémica. Desde logo, a Fundação para as Comunicações Móveis que, inclusivamente deu origem a uma Comissão de Inquérito Parlamentar, que concluiu que o Governo criou uma “situação de monopólio” que favoreceu a empresa JP Sá Couto, ou a falta de Estatutos, há mais de 13 anos, da Fundação Eugénio Almeida. Mais recentemente, existem os casos da falta de apoio do Ministério da Cultura à Fundação Eugénio de Andrade ou, ainda, o caso das remunerações exorbitantes dos membros da administração da Fundação Cidade Guimarães. Os membros da Administração desta Fundação, responsável pela Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, recebem, no caso da Presidente do Conselho de Administração, 14,300 euros mensais e, no caso dos vogais executivos, 12,500 euros mensais, pagos 14 vezes por ano.
Ligações políticas
Pelo menos um terço das fundações que integram o Centro Português de Fundações, têm políticos nas suas estruturas.
Sendo certo que muitos destes cargos não serão remunerados, o certo também é que as principais fundações nacionais têm nas suas administrações políticos no activo ou ex-ocupantes de altos cargos. A Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva é, desde Julho de 2010, presidida por Manuel Pinho, tendo ainda no seu Conselho de Fundadores Aníbal Cavaco Silva e Pedro Santana Lopes, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento que é presidida por Maria de Lurdes Rodrigues, nomeada por José Sócrates.

A multiplicação de cargos é também evidente nas várias fundações. Veja-se o caso de Aníbal Cavaco Silva que está no Conselho de Fundadores da Fundação Arpad Szenes-Veira da Silva e no Conselho Geral da Fundação Champalimaud, que nas suas estruturas tem também Leonor Beleza e Dias Loureiro. Ou ainda o caso de Braga da Cruz que está nos corpos sociais da Fundação Oriente, da Fundação da Juventude e na Fundação Luso-Americana para o desenvolvimento.
Tribunal de Contas defende mudanças na Lei
Após uma auditoria do Tribunal de Contas ao “serviço de reconhecimento de fundações”, o órgão de fiscalização recomendou ao Governo que “promova os procedimentos legislativos com vista à aprovação de um novo regime jurídico para as fundações públicas e privadas, substituindo o actual quadro legal, que é manifestamente inadequado para disciplinar” estas entidades.
Ainda no mesmo documento o Tribunal de Contas recomenda também ao Ministério das Finanças a promover a “aprovação de legislação e de regulamentação que normalizem, sintetizem e clarifiquem as isenções e benefícios fiscais de que as fundações possam beneficiar”, por forma a “reduzir a discricionariedade actualmente existente”.

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.