sexta-feira, 11 de março de 2011

WikiLeaks amplia parcerias

No centésimo dia da divulgação dos telegramas da diplomacia dos EUA, a WikiLeaks anuncia a ampliação das parcerias com órgãos de comunicação e grupos de activistas em todo o mundo. Leia o editorial publicado no site oficial.
Cada telegrama que a WikiLeaks publica agora é automaticamente reproduzido em mais de 1.800 sites.
Cem dias de Cablegate
Esta semana marca o centésimo dia desde que a Wikileaks divulgou o primeiro lote de Telegramas das Embaixadas – a revelação mais importante da história geopolítica.
Trabalhando primeiro com aDer Spiegel, o El País, o Le Monde, o The New York Times e o The Guardian, a WikiLeaks tem vindo a expandir esta cooperação para trabalhar com o que é agora um grupo de mais cinquenta parceiros de média de todo o mundo, incluindo: o The Sydney Morning Herald (Austrália), a Televisão Sueca, o The Sunday Star Times (Nova Zelândia), o NOS (Holanda), a Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo (Brasil), a Nova Gazetta e o Repórter Russo (Rússia), o RUV (Islândia) o Al Akhbar (Líbano), o Al-Masry Al Youm (Egipto), o El Comercio (Peru), o L'Espresso (Itália), o Daily Nation e o The Star (Quênia e Uganda), o CIPER (Chile) e muitos outros (para a lista completa, veja aqui). Nesta fase, a WikiLeaks publicou mais de 5.000 dos 251.587 telegramas, enviados de embaixadas dos EUA em todo o mundo para Washington.
Estas primeiras publicações já ajudaram a mudar o mundo e a percepção que temos dele: a revolução da Tunísia derrubou um ditador que estava no cargo há 23 anos, agora sabemos que países árabes pediram aos EUA que empreendesse uma acção militar contra o Irão, porque é que a China reprimiu o Google, que o governo britânico ofereceu-se para “proteger os interesses dos EUA” durante o seu inquérito sobre a guerra do Iraque, que figuras-chave na Suécia trabalharam com os EUA para esconder do parlamento sueco operações de espionagem, como o governo iemenita aceitou encobrir ataques aéreos dos EUA no seu território, e que diplomatas dos EUA receberam ordens para se tornarem espiões e roubar o DNA e outras informações de funcionários da ONU e de ONG's
Mas o trabalho ainda está no início. Até à data, pouco mais de 2% dos telegramas foram publicados, todos editados pelos parceiros de média para minimizar possíveis, embora improváveis, danos a indivíduos inocentes nomeados nos telegramas. A WikiLeaks pretende continuar esse processo até que todos os telegramas tenham entrado no domínio público, onde todos se possam informar.
É por isso que a fase dois do projecto Telegramas das Embaixadas oficialmente começa hoje. No início, em Novembro, a WikiLeaks teve cinco parceiros, agora temos mais de 50 em todos os cantos do globo. Publicações influentes, grupos activistas e instituições benévolas estão a receber acesso a centenas – ou milhares, nalguns casos – de telegramas relevantes para as suas regiões ou causas.
A secretária de Estado Hillary Clinton, o porta-voz, funcionários e senadores fizeram fila para condenar os esforços da WikiLeaks de permitir que o mundo conheça a realidade da política externa dos EUA, muitas vezes ignorando a protecção das fontes da Wikileaks, e “esquecendo” que a WikiLeaks é uma organização jornalística protegida pela Primeira Emenda. Pelo seu lado, o Departamento de Estado recusou-se terminantemente a detalhar quaisquer preocupações que o material pudesse levantar.
O governo dos EUA não se ficou pelas palavras: empresas multinacionais, incluindo o Bank of America, a Visa, a Mastercard, o Paypal, a Amazon, o Swiss Post Finance, o Money Bookers, e outros cortaram os serviços que prestavam à Wikileaks devido às pressões exercidas pelo Departamento de Estado e por senadores de linha-dura – tudo completamente fora de qualquer processo judicial ou administrativo. Foi publicamente anunciada a criação de forças-tarefa sobre a WikiLeaks por uma série de agências dos EUA, incluindo a CIA, o FBI, o Departamento de Estado, e até uma unidade de 120 homens do Pentágono. Jovens voluntários que apoiaram os nossos esforços são rotineiramente detidos e têm telefones e computadores apreendidos nas fronteiras dos EUA. Uma alegada fonte, Bradley Manning, foi mantida em severas condições de confinamento solitário por mais de 280 dias. Las leis militares dos EUA permitem um máximo de 120 dias de detenção antes do julgamento.
Essas tentativas não conseguiram, nem vão conseguir deter as nossas contínuas revelações ao público. Na esteira dos ataques que sofremos, centenas primeiro, e depois milhares de pessoas corajosas e de empresas de todo o mundo decidiram juntar-se a nós na luta contra a censura. Cada telegrama que a WikiLeaks publica agora é automaticamente reproduzido em mais de 1.800 sites. As verdades contidas nesses telegramas não podem ser suprimidas.
A intenção da divulgação gradual não é minimizar os problemas: trata-se de maximizar o impacto. Mesmo apenas um punhado destes telegramas cobre contratos do petróleo venezuelano, vendas ilícitas de armas em África, corrupção na fronteira de Gaza, crimes de guerra no Sri Lanka, falsificadores de mercúrio vermelho e empresas que contornam sanções.
Os telegramas contêm materiais importantes sobre quase todos os temas sérios em todos os países do mundo. Sabemos por experiência que a divulgação de tudo num dia levaria os primeiros artigos mais importantes a afogarem-se no meio de todos os outros.
Trabalhar com jornalistas especializados e aproveitar o seu conhecimento local e contactos, garante que são publicadas as peças importantes para cada país do mundo. Este procedimento custa tempo e recursos. Mas a divulgação dia-a-dia e semana após semana faz com que o seu impacto seja sentido por semanas, meses e anos vindouros.
A WikiLeaks depende totalmente do público para o financiamento, por favor mantenha-nos fortes durante esta difícil mas importante missão. http://wikileaks.ch/support.html
Para mais informações consulte a WL Central: “Revelações que marcaram os 100 dias desde que começou o Cablegate” - http://wlcentral.org/cablegate. Recursos do Cablegate-http://wlcentral.org/node/1439
8 de Março de 2011
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net

1 comentário:

  1. WikiLeaks e os mitos da democracia
    (publicado na revista Caros Amigos)

    A notoriedade conquistada pelo WikiLeaks teve inúmeros efeitos positivos, louvados à exaustão. Também conhecemos os questionamentos de seus adversários, alguns bem espinhosos e insolúveis, como os que debatem a necessidade de proteger dados governamentais estratégicos. Passado o furor das polêmicas iniciais, porém, é necessário apontar alguns equívocos menos evidentes de ambas as facções.
    As informações divulgadas trouxeram pouca novidade àquilo que o leitor atento de jornais já sabia há décadas. Mesmo a infame perseguição a Julian Assange é típica do regime político em vigor nos EUA, que sempre combateu antagonistas com os instrumentos usados pelas chamadas ditaduras contra seus dissidentes. Assange, indefeso como qualquer cidadão comum, jamais escaparia das armadilhas jurídicas, econômicas e jornalísticas que esmagam quem ousa confrontar o “sistema”.
    Apesar do discurso iconoclasta, ele precisou recorrer à mídia corporativa para legitimar-se e salvar a própria pele. Governos e empresas atingidos superaram o breve embaraço e voltaram às atividades obscuras de praxe. Assange serviu para elevar a audiência e aprimorar a blindagem de seus inimigos, e depois foi descartado. Pagou um preço demasiado apenas para confirmar que não existe liberdade de imprensa ou direito à informação no mundo real do poder, que esses princípios ocos alimentam fantasias convenientes à natureza totalitária da farsa democrática.
    A ilusória força mobilizadora da internet ameniza nossa amedrontada submissão às engrenagens que não podemos (e talvez não queiramos) destruir. É enganosamente confortável denunciar injustiças e violências no ambiente inofensivo da virtualidade. O ativismo eletrônico, ainda que necessário, não basta para operar mudanças efetivas no cotidiano das populações. E pode também levar a inúteis sacrifícios pessoais.

    www.guilhermescalzilli.blogspot.com

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Comunicado do Bloco de Esquerda sobre a Escola EB2,3 de Minde

Consulte no link abaixo:

Requerimento ao Secretário de Estado do Ambiente

Bloco requereu a vinda do Secretário de Estado do Ambiente

à AR para esclarecer funcionamento da ETAR de Alcanena

O deficiente funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, com mais de 20 anos, tem sido extremamente penalizador para a qualidade de vida e saúde pública das populações deste concelho, além de ser responsável pela poluição de recursos hídricos e solos.

Esta ETAR, destinada a tratar os efluentes da indústria de curtumes, foi desde a sua origem mal concebida, a começar por se situar em leito de cheia. Desde então os problemas são conhecidos e persistem: maus cheiros intensos; incumprimento regular dos valores-limite estabelecidos para o azoto e CQO das descargas de efluente tratado em meio hídrico; célula de lamas não estabilizadas, com deficiente selagem e drenagem de lixiviados e biogás; redes de saneamento corroídas, com fugas de efluentes não tratados para o ambiente; saturação da ETAR devido a escoamento das águas pluviais ser feita nas redes de saneamento.

Desde há muito que estes problemas são conhecidos e nada justifica, ainda mais com todo o avanço tecnológico existente ao nível do funcionamento das ETAR, que se chegue ao final de 2010 com esta situação. E pior se compreende quando é o próprio Ministério do Ambiente a constatar que gastou ao longo dos anos cerca de 50 milhões de euros para tentar responder a estes problemas.

Em Junho de 2009 foi assinado um protocolo para a reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena pela ARH Tejo, o INAG, a Câmara Municipal e a AUSTRA (gestora da ETAR), com investimentos na ordem dos 21 milhões de euros de comparticipação comunitária.

Este protocolo inclui cinco projectos, os mais importantes dos quais com prazo final apenas em 2013, o que significa arrastar os principais problemas identificados até esta data. Como os prazos de início dos estudos destes projectos já sofreram uma derrapagem, dúvidas se colocam sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos, ainda mais quando não há certezas sobre a disponibilização de verbas nacionais para co-financiar os projectos, tendo em conta o contexto de contenção actual.

Considerando a gravidade dos problemas causados pela ETAR de Alcanena para as populações e o ambiente, o deputado José Gusmão e a deputada Rita Calvário do Bloco de Esquerda solicitam uma audiência com o Secretário de Estado do Ambiente, com a finalidade de obter esclarecimentos sobre os investimentos previstos para a reabilitação do sistema de tratamento, as soluções escolhidas, o cumprimento de prazos, e as garantias que os mesmos oferecem para resolver o passivo ambiental existente, os focos de contaminação dos recursos hídricos e solo, os maus cheiros e qualidade do ar respirado pelas populações deste concelho. Seria de todo útil que o presidente ou representantes da ARH-Tejo estivessem presentes nesta audiência.

Lisboa, 17 de Dezembro de 2010.

A Deputada O Deputado

Rita Calvário José Gusmão

Direito a não respirar “podre” – SIM ou NÃO?





No passado domingo, dia 12 de Dezembro, no Auditório Municipal de Alcanena, realizou-se uma conferência, dinamizada pelo Bloco de Esquerda, sobre a poluição em Alcanena.
Esta sessão reuniu um grupo de ‘preocupados’, que primeiramente ouviram as exposições de especialistas sobre o assunto e, no final, trocaram experiências e pontos de vista, baseados na própria vivência, bem como em conhecimentos técnicos e científicos.
Ficou bem patente que se trata de um grave problema de há muito sentido, mas também desvalorizado, do qual até ao momento não se conhecem as verdadeiras implicações para a saúde pública, mas que transtorna a vida de todos os que vivem e trabalham no concelho, tornando desagradável e doentio o seu dia a dia.
Ficou também claro que o Bloco de Esquerda, aliado desta causa, não abandonará a luta, que será levada até onde os direitos das pessoas o exigirem.

Comunicado de Imprensa

Leia em baixo o Comunicado de Imprensa de 3 de Dezembro do Bloco de Esquerda em Alcanena.

Clique aqui para ler

Reclamamos o DIREITO A RESPIRAR

Bloco de Esquerda continua na senda de uma solução para o grave problema de poluição ambiental em Alcanena



Na passada sexta-feira, dia doze de Novembro, uma delegação, composta pelo Deputado do Bloco de Esquerda pelo Distrito de Santarém, José Gusmão, e mais dois elementos do Bloco, foi recebida pela administração da Austra, no sentido de esclarecer alguns pontos relativos ao funcionamento da ETAR e à poluição que de há muito tem afectado Alcanena, com acrescida intensidade nos últimos tempos.

O Bloco de Esquerda apresentou já um requerimento ao Ministério do Ambiente, aguardando resposta.

Após a reunião com a administração da Austra, realizou-se na Sede do Bloco em Alcanena uma Conferência de Imprensa para fazer o ponto da situação.

Da auscultação da Austra, ficou claro para o Bloco de Esquerda que a ETAR de Alcanena não reúne as condições minimamente exigíveis, quer do ponto de vista do cumprimento da lei, quer da garantia de índices de qualidade do ar compatíveis com a saúde pública e o bem estar das populações.

A delegação do Bloco de Esquerda obteve do presidente da Austra o compromisso da realização de operações de monitorização da qualidade do ar em Alcanena, a realizar o mais tardar em Janeiro. De qualquer forma, o Bloco de Esquerda envidará esforços para que essa monitorização ocorra de forma imediata.

Embora existam planos para a total requalificação dos sistemas de despoluição, registamos com preocupação a incerteza sobre os financiamentos, quer nacional quer comunitário. O Bloco de Esquerda opor-se-á a que estes investimentos possam ser comprometidos por restrições orçamentais, e exigirá junto do Governo garantias a este respeito.

A participação popular foi e continuará a ser um factor decisivo para o acompanhamento e controlo da efectiva resolução do problema da qualidade do ar em Alcanena.

No âmbito da visita do Deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, ao Concelho de Alcanena, realizou-se um jantar-convívio no Restaurante Mula Russa em Alcanena, ocasião também aproveitada para dialogar sobre assuntos inerentes ao Concelho. Mais tarde, José Gusmão, conviveu com um grupo de jovens simpatizantes num bar deste concelho.

No sábado, dia treze de Novembro, José Gusmão e outros elementos do Bloco de Esquerda estiveram em Minde, no Mercado Municipal, distribuindo jornais do Bloco, ouvindo e conversando com as pessoas.

Neste mesmo dia, junto ao Intermarché de Alcanena, José Gusmão contactou com as pessoas e entregou jornais do Bloco de Esquerda.

Num almoço realizado em Minde, no Restaurante Vedor, com um grupo de aderentes e simpatizantes do Bloco, houve mais uma vez oportunidade para ouvir opiniões, experiências e expectativas, bem como de exprimir pontos de vista.

O Bloco de Esquerda continuará a luta por um direito que parece ser inerente à própria condição humana, mas que vem sendo negado às pessoas que vivem e trabalham em Alcanena – o direito de respirar ar “respirável” e de não ser posta em causa a sua saúde.


A Coordenadora do Bloco de Esquerda de Alcanena

Poluição em Alcanena: Requerimento à Assembleia da República

Pessoas esclarecidas conhecem o seu direito de respirar ar puro e lutam pela sua reconquista já que alguns até isto usurparam.

O Bloco de Esquerda encetou a luta pela despoluição de Alcanena na legislatura anterior e continuará a manifestar-se e a rebelar-se contra esta desagradável e injusta situação até que no nosso concelho possamos respirar de novo.


Veja aqui Requerimento apresentado pelo BE quanto à questão da poluição em Alcanena

Carta à AUSTRA

Carta entregue pelo grupo de cidadãos "Chega de mau cheiro em Alcanena" ao Presidente da Austra e Presidente da Câmara Municipal de Alcanena

INAUGURAÇÃO DA SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA EM ALCANENA

Francisco Louçã inaugurou no passado domingo, dia 31 de Outubro, a Sede do Bloco de Esquerda em Alcanena. Na inauguração esteve também representada a Coordenação Distrital do Partido; estiveram presentes aderentes e convidados. Esta ocasião especial foi uma oportunidade de convívio, acompanhada de um pequeno beberete.
Francisco Louçã falou, como sempre, de forma clara e apelativa, abordando a actual situação crítica do país,apontando as razões, propondo alternativas e caminhos.
Baseando-se no Socialismo Democrático, o Bloco de Esquerda tem sido sempre activo na defesa dos valores da verdadeira Democracia, e propõe-se continuar essa luta. Esta nova Sede é mais um ponto de encontro, de trabalho, de partilha de pontos de vista e de tomada de iniciativas, possibilitando que se ouçam as vozes de todas as pessoas e transmitindo os seus problemas e expectativas.
Trata-se de um pequeno espaço, que representa uma grande vontade de mudança e que espera contar com a presença de todos os que partilhem os ideais de um concelho mais próspero, de uma sociedade mais justa e equilibrada, de um país realmente mais avançado.