As informações são do estudo “Ameaças globais à segurança hídrica e à biodiversidade dos rios”, publicado na versão online da revista científica Nature, de 29 de setembro. O trabalho de investigação foi conduzido por especialistas da Universidade de Nova York e da Universidade de Wisconsin, além de sete outras instituições.
As acções para remediar a situação custariam aos países, juntos, cerca de 850 mil milhões de reais por ano [cerca de 360 mil milhões de euros por ano].
Segundo o estudo, a porção brasileira do rio Amazonas ainda está bem preservada, em comparação à nascente, situada no Peru. "A maior parte do Amazonas está sob risco moderado, porque há baixa ocupação humana na sua extensão e há grandes porções de florestas no entorno", relata o documento.
Em geral, “os rios mais ameaçados do país são justamente os que estão mais próximos dos grandes centros urbanos, nas regiões Sudeste e Nordeste.”
Entretanto, alguns rios atravessam diversas comunidades e isso significa que um acto isolado, pode causar impactos em todas as pessoas que de alguma forma se relacionam com ele.
Os resíduos poluentes jogados no rio Tietê, por exemplo, que atravessa o Estado de São Paulo e é o mais poluído do país, são o resultado de descartes operado pelos agentes da cidade, sejam moradores ou estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas. Esgotos não tratados, efluentes químicos, todo o tipo de lixo e até móveis, sem falar nos plásticos, que chegam ao rio irregular ou ilegalmente, são a causa da poluição que deteriora as condições da água e acaba com o oxigénio, causando a morte de organismos e dos peixes. Além de prejudicar a pesca artesanal, o rio, morto, torna-se um vector de doenças graves para as comunidades banhadas por suas águas.
“O consumidor precisa tomar consciência que o seu consumo individual tem impactos não só no meio ambiente, mas também na sociedade e na economia e, deve buscar maximizar os positivos e minimizar os negativos”, afirma Camila Mello, gestora de Mobilização Comunitária do Instituto Akatu.
Entre 1992 e 2008, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) gastou 2,7 mil milhões em acções de limpeza, despoluição e instalação de sistemas de tratamento de esgoto no rio Tietê.
“Considerando que esse mal poderia ser amenizado por meio do descarte correcto dos resíduos, boa parte dessa verba poderia ter sido usada para melhorar a qualidade de serviços públicos como saúde, educação e segurança”, destaca Mello.
A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade.
Envolverde/Instituto Akatu
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